terça-feira, 7 de agosto de 2012

Mercenários 2

Esse é o tipo de título que eu só dou quando vou falar de como atacar e abater uma pacaça. Esse termo só paira nesses ares, quando vamos falar de safári ou de caça furtiva.

Mas hoje, hoje um amigo obrigou-me a ser literal, e ir "memo" directo ao assunto! O filme Mercenários 2 não será pouca tripa, aquilo será muita estripa!
É que há muito que eu já ando mau com esses filmes de 80 minutos, onde 65 minutos dos quais só muita conversa da cara, muito parla-piê de "matuji" do focinho para explicar 15 minutos de pouca surra! Nesse não! Nesse "movie" "num" pode acontecer essa lenha, eles que "num" brinquem "cô" a vida. Nessa "mutucuria", os palhaços anti-pancada não meterão a mão! Não nesse! Nesse haverá muita "sanguína", muito tiro, muita pancadaria, e eu nem quero saber o que os críticos dizem: Violência nos filmes, é uma coisa maravilhosa.

Para já teremos:
Bruce Willis: "Wi" que apanha muita surra mas no fim do filme só fecha um pouco os olhos, dá um sorrisinho e de repente ele está com um aspecto de mecânico, a cara só fica suja de óleo de carro.

Dolph Lundgren: Se viste "Soldado Universal e Rocky IV" você lhe sabe! Gajo margoso, truculento... Pancada na hora!

Jet Li: Manda os desentendedores de filme de acção pastarem, eu quero ver você a correr 15 quilômetros no ar para dar um "granda" bico da "chulipa" do bandido e ver ele cair em câmera lenta com direito a 15 repetições de vários ângulos.

Jean-Claude Van Damme: Esse nunca fez nenhum filme sem cacusso, nunca mesmo! Ele não sabe o que é isso. E parece que ele vai voltar a voar para dar aquele pontapé que matou o Bolo Yeung, Tong Po, Fender, e tantos outros rei dos bandidos que não eram de se coçar!

Rambo e Comando! Aqui em Angola, eles são o Rambo e o Comando! Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger é lá! Lá! Lá na mãe! Aqui não há mais-velhos, não há "kandengues", todos lhes chamam assim! Já houveram muitas chapadas antigamente durante discussões acirradas entre quem é que ganharia se eles lutassem. Só de pensar... Ah "mametu uê", "Aka suku yanguê"!
É muita surra, é muito tiroteio. É que eu já começo a soluçar como uma boneca. Meus olhos começam a entrar em transe ao fechar para imaginar. Chamar de Rambo e Comando chega até a ser um tremendo abuso, aqui a gente chamava-os "memo" de "Uembô" e Comando da Geni!

Chuck Norris: Bem, reconhecido mundialmente como o "papoite", aqui, ele ainda é chamado por "Chuque Nori" ou senão "Chique Noris"! Agora como se fazem de modernos e que já "zuelam" inglês, ah porque "Tchaque"... "Num" me façam!

Agora... Vamozimbora Lá Ser Sinceros:

Eu não vou assistir esse filme no cinema. Ter que suportar aqueles pivetes que não conseguem se conter perante uma obra de arte cinematográfica. Eu irei para um sítio mais requintado, me desculpem, mas é para lá que eu irei. Assim que o filme sair, lá estarei eu a esticar para a praça da Chapada, no Marçal, onde quando putos assistíamos todos filmes quentes sentados num banco.

Dentro daquelas casotas, o primeiro fulano que abrisse o bico para falar do filme, apanhava uma boa "galheta"! Todo mundo em silêncio. Parecia estar a ver as ondas sonoras do hino nacional da República. Só era permitido gritar: UEMBÔ! VAN DAMME! ARTISTA! E essa tradição, até hoje é mantida. Gente moderna é outra coisa, tem classe e respeito. Não são esses borrachos que ao se dirigirem ao Bellas, nem sequer me deixarão ouvir a trilha sonora do filme. Bwé de berros desgovernados tentando impressionar miúdas de saia curta com mentes apertadas.

Esse é um filme para se ver naquelas "tepecos" próprias que realçavam o "hati-jô", "pis-pis-pis-pis", "wotchô" ou um bom "AYÁ"! Era incrível como é que eu saía daí a falar até japonês. Eu aprendi inglês por causa daquela lenha.
Éramos tão empenhados que contávamos o filme de uma ponta à outra, enquanto o outro "kamba" fazia todos os sons possíveis e imagináveis que rolaram durante o filme.
Aquela televisão da praça parecia conectar-se com a minha íris e fazia um "upload" do filme na minha memória, que até hoje eu não me esqueço. O dinheiro que eu desviei dos trocos da "jimboa" e do "calulu" para ir ver os filmes que aí passavam, fazem-me ver que a minha mãe sempre me amou, porque ela poderia ter partido a minha omoplata ou até mesmo abrir uma queixa-crime na polícia!

Eu não vou ir se borrar num sítio onde serei obrigado a comer pipocas extremamente salgadas com preços exorbitantes como se estivessem escondido pedras de diamantes lá dentro!
Prestem bem atenção, eu não estou a ir ver "Twilight", eu estou a ir ver um filme de verdade, uma cassete, algo que me fará querer chegar na cama e brincar de se "cafricar" com a dama. Têm noção de quantos filmes me remetem nesse modo?
Sempre que acordo, dou uma dos Lambas: "Tá víre", Mercenários! Vou "vêre" então!

É uma pena não poder ver as grelhas assassinas do Steven Seagal, ou ver a espetarem bwé de facas na chapa que o Bruce Lee sempre escondeu no "biquine", mas epá, se isso acontecesse... Deus sairia da sala dele de cinema e não deixava mais subir letra nenhuma. Acabaria tudo de uma vez!

Mas por agora... Que venha a matança!

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Um Grande Sacrifício

Os românticos tendem a viver a vida a espera do dia em que poderão provar toda a sua devoção, dedicação e amor através de um grande sacrifício. Um grande sacrifício, daqueles que coloca a sua vida em risco. Aquele que será tão arrebatador, que livros narrarão sua caminhada, hinos entoarão cânticos extasiantes de paixão e estátuas serão moldadas em formas rústicas para que as texturas possam expressar a consistência de uma ternura que nem o tempo apagará.

Em xadrez, aprendemos que um sacrifício é aquele em que oferecemos uma peça para evitar uma derrota imediata ou para iludir o adversário e assim podermos ganhar o jogo. Por exemplo, oferecer a rainha de forma a levar o adversário a derrubá-la e assim não ter meios de defesas, seja para um xeque-mate em seguida ou para derrubarmos uma torre e uma rainha. Sacrifício é ver seus pais deixarem de comer por ti, por saberem que tens capacidade de um dia vencer na vida.
Assim deveria ser um sacrifício. Entregar algo muito grande com o intuito e a certeza de conquistar algo maior. Fim de conversa.

Mas não! É incrível que para muita gente sacrifício é outra coisa.

Vamos Lá Ser Sinceros:

Ah porque: - Ele atropelou e acabou matando uma criança, era desencartado, mas o meu amor por ele era tanto, que acabei por assumir o crime dele. Após sair da cadeia, ele já tinha outra. Logo eu que me sacrifiquei tanto por ele...
Sinceramente... "Tão brincá cô vida"! Está aonde o sacrifício aí? Isso foi burrice, irresponsabilidade e "má" nada. Você não tem que assumir o erro alheio para provar o seu amor. E sempre que notares que a sua companheira, ou o seu companheiro recorre à métodos bastante negligentes, nem que seja para te safar... Fuja! Um dia ainda acordas numa banheira com as tripas fora a serem temperadas com bastante sal e alho. Ou com a cara toda inchada pronta a ligar para a OMA, porque o seu amor que tanto se sacrifica, resolveu sacrificar a tua "chipala".

Prestando agora bem atenção à maioria das músicas românticas, do fundo do meu coração, eles "num" estão a falar de sacrifício. Se o que você fez não resultou, não fez com que a pessoa amada ficasse do seu lado... Se desde o princípio não te deram chance, insististe em exagerar na dose de amor, mas nada... Isso é "memo" patetice, "chopechice", "choneísmo". Isso é fruto de muitos anos a chupar ranho. Isso é vontade pura de querer estender essa pessoa em um conjunto de textos amargos que serão acompanhados com um milhão de pessoas cantando em coro e refrão único, culpando alguém de te ter chacinado o coração, quando poderias rever a tua jogada e recuar algumas peças importantes.
Não vejo sacrifício nenhum em se atirar do terceiro andar para poder namorar, e após isso, achar que o parceiro pertence-o. Eu não sei se essa pessoa deixou de pensar na hora em que foi pular, ou na hora em que achou que assim teria o amor de alguém para sempre!

Eu sei sim que o amor é cego. Mas essa dica foi criada e espalhada por um outro sofredor pá! O amor sabe ver quando está a ser escorraçado, enxovalhado e esquartejado. Ele vê bem. Porém, se o teu não viu, a cegueira nunca fez de ninguém burro. Aliás, torna-nos mais sensíveis e perspicaz ao que nos rodeia. Sem dizer, que tudo não passa de uma tremenda descriminação!

Sacrifício é arte! É manipulação no seu esplendor com tons de arco-íris e pinceladas de Vincent van Gogh. É mestria! É dispensar uma farra rija, para estar com a amada e não dispensar a festa para que a amada tenha certeza que a amas!
Mas como esse mundo já acabou mesmo, estamos tipo no Matrix, sentados a vermos as letras a subir. Eu aceito! Digno-me a aceitar que suicídio agora é sacrifício.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Anúncio Público

Olá, caro leitor.
É com muita dor e consternação que a direcção desse blog anuncia que por motivos de força maior, teremos que fechar a boa onda do blog e voltar às épocas da falta de tabús.

Se bem que há muito que eu não ouço à rádio, segunda-feira à tarde decido ouvir qualquer coisa e é aí que ouço a seguinte lenha:
- Será que uma mulher que se entrega à um homem no primeiro encontro é bandida?
Começaram a chover mensagens e chamadas telefônicas torrenciais. Ah porque é "memo" bandida, ah porque essas "num" se dão o valor...

Eu só digo já uma cena: Uma chapada!

É que anda demais, meus caros. Os homens e as angolanas desse país estão cada vez melhor na arte de piorar.
Agora, por tudo e por nada... Apelidam as mulheres de bandida. E fazem-no à luz do dia. Parece que para demonstrar classe por essas bandas, você tem que ter um óptimo senso de "bandidarizar" alguém. Chamamo-nos bandidos uns aos outros como se fôssemos artistas, ou será que pelo facto de pouca gente ter provas palpáveis do que fazes em "kilande" dá-te o direito de padronizar os outros numa classe pejorativa?

Permitam-me dizer às vossas excelências que todo o homem que pensa que uma mulher não deve se entregar no primeiro dia para garantir a sua dignidade, não deve nunca ser julgado por machista, "buazeza" ou antiquado; mas sim como um homem que não pega ninguém.
Porque Vamos "memo" só já Lá Ser Sinceros! Um homem que está habituado a ter mulheres nos seus braços e não aos seus pés, não iria de forma alguma espalhar uma atrocidade que iria colocar em risco o fornecimento constante de estrogêneo à sua vida.
Uns até disseram: Eu só posso me envolver com a moça depois de conhecer a família dela, tenho que a conhecer bem. Eu digo: - Se eu encontrar esses gajos no paraíso, vou pedir transferência para o inferno. "Grandas" aldrabões!
Isso são ideias de "madiês" que estão a "travá" com a vida. Nem no binóculo ele chega perto de uma mulher porque a visão dele é muito curta e sejamos ainda mais sinceros: Binóculos andam caros!

Acontece que, há até muitas mulheres por aí que acreditam nessa teoria. Uma mulher tem que se entregar depois de três meses. Não, não, tem que ser depois de seis meses mas com muita "kunga" para ele aprender. Assim, estão a espera de quê para mudarem os nomes para Ariel ou Cinderela? Sinceramente, com esse pensamento, você só pode estar a vir da Disney!

Leia lá bem, oh minha santa inocente. Mas... Assim você que sempre foi péssima em matemática, qual foi a fórmula que recorreste para chegar à essa conclusão? Assim esse tempo que pretendes dar, para ele aparentemente dar mais valor, achas mesmo que vai mudar algo? Você acha que os homens não sabem desse truque? Um dia ou dez meses, não muda nada, o que deve mudar é essa mente imunda que habita na cabeça de muitos citadinos.

Supostamente, não é o trabalho que dignifica os homens? Como é que agora o tempo que você leva para sucumbir à um desejo ardente também é uma variável e que cá em Angola, deixem-me frisar se faz favor, conta mais do que qualquer outra coisa? Se estão tão preocupados com a salvação alheia, não entram então na igreja e evangelizem quem vos interessa porquê?

Se ainda não paraste para analisar, magnânima angolana, nem todos os relacionamentos começam com o intuito de ser duradouro. "Num" tranca só a cara, você sabe que é assim que a cena rola. Tu queres alguém, ele idem; porém empecilhos há que justifiquem a necessidade de haver apenas um "one-night stand". Sem ter ninguém a ir chorar, ah porque me vigarizaram. Deixem de encarar o mundo com a vossa lente de ilusão eclíptica óptica de contacto. Desliguem o vosso motor de utopias. Encarem a realidade. Enquanto vocês continuarem a pregar esse tipo de ideias, vocês continuarão a se auto-desvalorizar e plantar minas que vocês mesmas irão pisar.

Eu não entendo a vossa vontade (e falo também "pros chopechos") de querer beatificar e institucionalizar o sexo como um grande patrimônio sagrado.
Bem, na verdade, o sexo tem construído imensos patrimônios por essas bandas, mas se ele alguma vez teve esse valor todo que querem atribuir, se alguma vez esteve no mais alto pedestal... Quando eu nasci já não encontrei. Querem vir falar sobre antigamente. Mas você "memo" iria aguentar um homem com duas ou três famílias como outrora foi comum?

Preocupem-se "mazê" em estudar e terminar os "books" pá! Bandidagem é ver você se doutorar em primeiro ano, porque estás há 8 anos na mesma classe universitária. Porque até, quando és formada e estás sempre a trocar de namorado, as pessoas jamais te chamarão de bandida, mas sim por uma mulher que não suporta estupidez de homem nenhum, uma mulher que os homens não lhe aguentam.

Há de chegar o dia em que as mulheres e as angolanas irão perceber que a verdadeira emancipação passa pela liberdade absoluta sexual; onde paspalhices como ser apelidada de bandida, serão tão remotas quanto o tráfico de escravo na era moderna.

Está difícil, mas vocês vão dar conta que esse mundo já acabou. Há muito que só estão a subir já as letras!