quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A Descoberta - Edição Especial! - 4 Anos no Ar

A vida é uma maravilha quando experimentamos as coisas. Ela é uma alegria quando nos permitimos. Este mundo é infinitamente mais lindo quando descobrimos várias coisas ininterruptamente.
Não nego que adoro descobrir novas coisas todos os anos, todos os meses, todas as semanas e porque não... Todos os dias.

Hoje foi mais um dia de descoberta para mim. A grande magia de uma nova descoberta está no facto de se apoiar à surpresa. Descobrimos muitas coisas maravilhosas quando menos esperamos.
Hoje, durante uma conversa com uns amigos no WhatsApp, eu descobri a verdadeira razão pela qual ensinaram-me a ler. Eu finalmente olhei para o horizonte que a leitura me proporcionava e vi o seu fim.

Foi triste descobrir que o motivo pelo qual aprendi a ler foi para que não conseguisse evitar as mensagens que os meus amigos no WhatsApp enviam que me ordenam a reenviá-las aos outros contactos com o pressuposto de que a desobediência seria punida com coisas horripilantes acontecendo em minha vida. Começam sempre "ah porque se começaste a ler bonhonho...", "não finjas que não estás fioko"; quer dizer até chamam-me de fingido.
Se eu escrever algo aqui relacionado com Deus, sem venerá-lo numa primeira instância, muitos irão dizer que estou a blasfemar, mas Vamos Lá Ser Sinceros, esses que dizem ter o WhatsApp de Jesus estão a "fazê quê?" Ah não, eu sou Jesus e... Sério?! Sério que o meu amigo está a tentar me convencer que é Jesus? Como é que alguém que tem o WhatsApp de Jesus não tem dinheiro nem sabedoria?

Quem me dera ser analfabeto! Se eu fosse analfabeto, aí sim iria "kuyar". Eles como são já os "talos" acesos e sedentos, teriam que sair das suas casas até à minha porta e gritariam:
- Oh Mauro, oh Mauro uê... Se estiveres a ouvir isso é melhor saíres agora mesmo e ir gritar na janela de todos os teus amigos senão todos da tua casa morrerão.
Aquilo, sim, seria bom! Abandonariam os "chats" para espalhar as boas novas nas ruas. Boas novas que anunciam mortes e azares!
Mas também não vou exagerar, totalmente analfabeto não, mas ao menos ser daqueles que soletrasse. Soletrar também só não, tinha que escrever mal também para ficar tipo esses meus amigos do Facebook que só escrevem bem quando fazem "copy and paste" de algo da internet. Com essas qualidades todas, assim que lesse "esse é - se, vê ó -vo, cê é - cê; se vo-cê", pararia logo e diria: Ufa escapei, quase fui praguejado pelo meu próprio amigo!
Só me resta mesmo ficar decepcionado ao perceber que tanto a minha mãe, tanto as minhas professoras da primária me espancaram para que eu lesse inconscientemente mensagens desse tipo. Vou ligar para elas e dizê-las que foram fúteis.

Entretanto, o mais triste mesmo foi descobrir que Angola só está assim porque as pessoas ficam a gastar ajudas divinas para "fatigar" aqueles que leram e não reenviaram as suas mensagens.

domingo, 3 de novembro de 2013

Edição Especial! - 4 Anos no Ar

Oi, eu sou um sincero mentiroso. Foi assim que tudo começou!

Fomos apresentados por uma amiga que tínhamos em comum.
Ela... Ela tinha 1,68 metros de altura, pele lisa, não tinha nem um sinal, acho que nunca caiu; toda impecável. Sua cara era oval, olhos rasgados, lábios volumosos, seu cabelo tinha uns 25 centímetros, era preto; peitos hirtos como um cone, cintura fina, ancas sutis, uma bunda notável e delicada.
Sabia que ela olhava para mim como amigo, não me conhecia ainda como homem. Estava prestes, eu sentia.
Eu era chegado à jogos de sedução. Não me controlava, gostava de me envolver até a cabeça e morrer sufocado. Graças à Deus tinha 70 vezes 7 vidas, tinha vidas suficientes para morrer e ser perdoado na vida a seguir.

Eu não podia, ela não podia, desafio aceite. Eu a queria muito. Já passava a minha língua sutilmente entre os dentes. Esse sempre foi o meu tique quando eu me transformava do que sempre sou ao Boêmio que costumava ser. Isso prometia. Não mergulhava em mares mortos.

Saíamos que era uma coisa louca. A nossa relação nunca foi sexual. Gozávamos de uma química fenomenal que se intensificava a cada dia que passava, principalmente quando dançássemos. Mais ninguém dançava com ela, mais ninguém dançava comigo. Nas festas éramos os dois. Tínhamos vontade de lavar as nossas jeans à seco como se estivessem sujas. Ríamo-nos muito disso. Nos esfregávamos sem maneiras.
Eu gostava de desportos radicais como skydiving, bungee jumping, cliff diving; gostava de coisas que acelerassem os meus batimentos cardíacos.
Ela tinha um óptimo senso de humor, uma vontade de viver que era contagiante, era inteligente, tinha um sorriso lindo, porém quando ela deixasse de sorrir, parecia a pessoa mais séria do mundo. Ela dizia gostar das mesmas coisas que eu, mas a distância. Talvez fizesse um dia, mas não era algo que procurasse avidamente. A ideia de correr riscos a fascinava muito, talvez por isso, a minha companhia era agradável.

Após mais uma das nossas noitadas, deixei-a em casa. Vi-lhe andar. Os vários seres em mim babavam a cada passo que ela dava em direcção a porta. O Boêmio tinha que gritar. Gritou que gostava muito de a ver andar. Ela sorriu; aquele sorriso que para uma mulher tinha muito significado e que para um homem era uma página em branco. Desejava-a por mera demonstração de masculinidade. Não suportava ver uma beldade caminhar pra longe de mim. Infelizmente eu era um bom mulherengo.

Mudança de planos. Decidi esquecer aquela amizade. Iria atacar. Comecei então a demonstrar o que achava ter de melhor. Escrevi para ela, dancei para ela, discursei sobre a minha visão distorcida da vida, chamei-a em casa, cozinhei e servi tudo na mesa. Tudo isso só para a ter na cama ou no sofá. Meu ego disparado dizia: - Ser bom "nê" bom.

Nos beijamos, nos beijamos e nos beijamos. Não houve cama. Só beijos. Eu beijava aquela boca com tanta entrega, mas tanta entrega que eu queria que aquilo chegasse até a alma dela. Queria atingir o coração e o "subcoração" dela.
Como sempre, levei-a para casa, vi-lhe caminhar. Saí daí dando pulos de alegria. Pensei nela toda a noite. Ligava só para dizer que a música "x" ou "y" faziam-me lembrar dela. Voltamos a estar juntos uns dias depois. Ela veio bem descontraída, com um daqueles vestidos que tocavam os calcanhares, destacavam a suavidade dos seus contornos, e abanavam a cada brisa de vento.

Era suposto ser mais um dia normal, mais um dia em que eu iria ter o que sempre desejei. Um homem, uma mulher, uma cama. A única diferença é que naquele dia não havia luz, o presente de sempre da EDEL.
Eu até queria puxar energia, mas ela disse para não perder tempo com isso e chamou-me para o quarto.
Mandou-me beijá-la. Obedeci, atirei-a contra a parede e a apertei na cintura. Beijo forte de arrancar os lábios. O coração dela acelera rapidamente a medida que ia cheirando o pescoço dela como quem precisasse de ar, o cheiro dela era entorpecente, mais convidativo até que os seios. Dois dedos e oops... Tirei o sutiã e a roupa dela começou a voar.

Ela deixou-me pintar o seu corpo só com as mãos, descer até ao vale, escrever sobre a sua intimidade só com um dedo borrado de tinta, fotografar sua silhueta só com a língua e cantar o aroma da sua presença só com o olfato. Estávamos naquele quarto escuro, ela estava posicionada na perpendicular formada pela parede e o armário. Minhas mãos massageavam os grandes lábios enquanto preparava o indicador e o dedo do meio para introduzir. Calmamente introduzi os dois dedos e fazia movimentos para tentar tocar o osso púbico a partir de dentro. Ela parecia gostar. Joguei-a na cama em meio a tanto beijo, e disse-lhe que não havia ar-condicionado, logo, eu iria soar muito. Ela disse-me que era esse o seu objectivo. Agora sim, dançaríamos de verdade.
Mandou-me levantar e ligou a lanterna do telefone. Olhou para mim e disse:
- Tu precisas ver bem o que estás prestes a fazer.
Voltamos ao roça-roça, lá estava eu a ler os mamilos dela em braille. Pedi-lhe que poetizasse. Ela fê-lo. Segurou no que eu tinha de mais excitado no corpo e conduziu-no até si.

O que poucos homens notam, é que a verdadeira sedução começa depois da cama. Pois ter não é fácil, mas manter a expectativa alta e não desapontar, é muito difícil!

Ficamos na conversa, falei bwé sobre mim, sobre a minha repugnância para o que chamam de sociedade conservadora.
Entretanto, quando ela se vestiu, já não era minha. Claro que não era minha. Ela tinha namorado. Tinha que voltar para ele. Até dentro do quarto o beijo era da bochecha. Por mais auto-consciente que eu fosse, essa cena me destruía. Eu já não sabia se era o meu ego que se rebentava ou um sentimento amoroso que se corroía de ciúmes.

Fomos tendo os nossos "vem," até o dia em que houve um vai, com medo de sermos descobertos por sei lá quem. Com medo de darmos bandeira, com medo de não termos resposta para a infame pergunta que quer sempre saber quando isso tudo vai acabar.
Quando ela me disse que tínhamos que parar, eu disse que sim, e que respeitava tudo. Na verdade eu queria lhe voar no peito, mas que desacato é esse?! Só que mantive a calma. Deixei-a partir.
Uma semana e não aguentei. Eu e os meus vários seres queriam ela de volta.
Eu acho que me apaixonei; ou não... Se calhar é só o sentimento de rejeição.

Mandei lixar tudo e forcei um regresso.
Voltamos!
Soube tão bem, mas tão bem que eu deveria ter sussurrado logo ali que eu a amava.
Regressamos aos nossos encontros secretos, ora diários, ora semanais, ora mensais mas nunca anuais. As coisas já andavam pelo pescoço, eu sentia que mais tarde ou mais cedo isso tudo iria chegar até aos meus orifícios nasais. Acho que vou morrer.

Fui à casa dela jantar. Eu já era conhecido pelos pais e a irmã menor com quem ela morava, portanto foi um ambiente leve e muito agradável. Divertimo-nos muito com as conversas. Após o jantar, ela disse que iria à cozinha fazer um bolo.
Minutos depois, ausentei-me da sala e fui ficar com ela na cozinha. Entrei, e encontrei-a fazendo a massa do bolo no balcão. A cozinha estava relativamente mais quente que a sala, porém, mais iluminada... Ela viu-me e disse:
- Pensei que fosses ficar na sala com a minha família. Não achei que fosses ter coragem de vir até aqui.
- Tu bem sabias que eu não demoraria a vir. Dá-me prazer estar onde tu estás.
- Foi muito bom ter-te aqui para jantar.
- Pena que não fui eu quem serviu a tua comida, pena foi mesmo não ter sido no quarto.
- Jura?! Era isso que tu querias?
- É isso que eu quero. Eu quero ser seu mordomo, servir-te todos os dias. Me oferecer à ti em todo o canto que pisarmos. Eu, tu e o nosso desejo.
- Pára, antes que te percas nas palavras e...
Enquanto ela falava, eu reparava atenciosamente nos seus olhos, nos seus lábios, na sua roupa. Estava um pouquinho suja de farinha mas mais sensual do que nunca. Vestia uma blusa preta, uma saia vermelha até ao joelho e estava sem sutiã. Seu cabelo estava solto. Fechei a porta da cozinha de forma silenciosa. Caminhei em direcção à ela. Posicionei-me atrás do seu corpo e o meu pênis excitado encaixou-se no intervalo das suas nádegas evidenciado pelo fio dental que ela vestia. Respirei forte no ouvido dela. Ela apenas apertou a colher que segurava. Seus braços estavam arrepiadíssimos.
Disse-lhe que durante o jantar eu não parava de pensar em beijá-la, que queria muito passar a minha mão na coxa dela, queria cheirá-la toda, tal como estava a fazer naquele momento, cheguei a pensar que ela não fosse permitir que lhe tocasse.
Aquele cheiro doce de floral oriental, com essência de mandarina, bergamonte e pêra me desconcertava. Eu sabia que ela havia posto propositadamente. Era o perfume que eu mais gostava.
Aos poucos, minhas mãos subiam os braços arrepiados em direcção aos seios. Dividi os seios em cada mão, prensei o corpo dela ainda mais sobre o meu corpo. Beijava o pescoço dela lentamente, virei-a. Agora nos olhávamos frente-a-frente. Ela tentava resistir, com medo de que alguém entrasse. Ela não parava de olhar para porta, suas pernas estavam bambas, as suas mãos estavam suadas. Ajoelhei-me, coloquei a minha cabeça dentro da saia. Beijos e carícias aumentavam de intensidade a medida que eu subia a parte interna das suas coxas em direcção ao períneo. Baixei aquele fio dental azul que bloqueava a minha passagem para o prazer. Respirei fundo, sua vagina se expunha levemente húmida. Eu desejava tê-la aquosa. Afastei as pernas de forma delicada, ela inclinou a sua cabeça para trás como se não quisesse ver o que estava prestes a acontecer. Minha língua abandonou minha boca e tocava suavemente o clítoris em movimentos circulares e repetitivos. As mãos que há uns minutos atrás resistiam e travavam o meu avanço, agora cediam, seguravam a minha cabeça mostrando-me o caminho certo à medida que eu tornava-me mais ávido. Sentia uma sede enorme em dar-lhe prazer. Ela mal gemia, mal respirava, seu estômago contraía-se involuntariamente, os pés não se mantinham firmes no chão.
Empurrou-me para longe forçando a parar a tortura a que lhe submetia, deu-me as costas, apoiou a mão esquerda no balcão, baixou a cabeça, esticou totalmente os braços afastando o corpo da pedra, abriu as pernas, a mão direita que estava solta agarrou e levantou a saia; sua cabeça virou-se para trás e com um olhar de demônio ordenou-me:
- Devora-me!
Nunca senti tanta pressão em toda minha vida. Meus batimentos cardíacos aceleraram, meus lábios secaram
Baixei ligeiramente a calça, coloquei a camisinha, voltei a encostar, penetrei-a. Era totalmente diferente de tudo que já havia provado.
A mão que segurava a saia, agora agarrava o meu rabo, suas unhas arranhavam as minhas nádegas, uma das mãos pegava a cintura dela para não sair do ritmo, enquanto a outra mão puxava o cabelo.
Ela deveria conhecer alguma técnica tântrica, a forma como me chupitava era fenomenal. Tive um orgasmo violento e mal podia soltar um som. Deixei uma das minhas vidas aí. Eu era dela.

Nos recompusemos, nossas caras de culpados não saíam do chão, silêncio total. Nos olhamos por alguns segundos e quebramos aquele gelo com sorrisos.
Bem no meio do nada, ela disse:
- Tu sabes o que é acordar e querer logo te ver? Tu sabes o que é ter vontade de ligar para ti a toda hora e não poder? Tu sabes o que eu sinto quando te ouço? Não sabes! Não sabes, mesmo.
Confesso que eu não sabia. O sentimento que me parecia ser tão certo há pouco tempo, estava acobardado. Naquele instante, eu que sempre soube o que falar, mal conseguia pronunciar uma vogal sequer. Minha boca pesava uns tantos quilos. Meu olhar vazio atravessava o corpo dela. Ela apanhou-me totalmente desprevenido.
O que é que tu realmente queres de mim, ela voltou a perguntar. E eu, com aquela cara de bobo, apenas voltei a me aproximar e tentar um beijo que ela gentilmente evitou. Eu me senti em palcos de aranha. Era como se a água que eu tinha na mão estivesse a se escapar.
Tu não queres nada comigo, ela continuou. Tu apenas queres-me aqui para vivermos aquilo que tu chamas de fortes emoções.
Eu juro que ela estava a falar à toa. Eu só não respondia porque as minhas respostas não eram convencionais. Não era nem justo eu dizer ali que eu amava muito a minha namorada também. Sentei-me e não mais abri a boca até o momento em que fui-me embora.

Desde esse dia que os laços dela com o namorado parecem ter se reforçado.
O meu lado sensato questionava os meus objectivos. Eu acabara de conhecer a maior consequência de se envolver com uma mulher comprometida. Depois de tudo ela voltaria para ao que ela chamava de seu. Apesar de não ter isso nos meus planos e pregar a liberdade sexual, eu queria que ela me chamasse de seu, eu queria ela fosse minha. Que levantasse da cama húmida de suor, desfilasse sem folhas só para mim, destituída de qualquer pudor. Mas não, ela levantava-se, vestia, beijava meu rosto, e voltava para o seu. Havia momentos em que me perguntava se eles não estavam embrulhados nos lençóis. Utilizava o máximo da minha capacidade de imaginação para saber quantas vezes eles iam para a cama quando estivessem juntos. Será que com ele tudo também era assim tão baixinho, tão bom, tão sacana? Meus pensamentos não se calavam. Eu estava a ficar paranóico. Queria questioná-la sobre a ternura que ele demonstrava ter, queria saber o quanto ele se entregava, o quanto ele reparava em cada detalhe, será que ele sabia que preto era a cor que ela mais gostava nas suas lingeries? Será que ele começava sempre pela manga e só depois ia ao prato principal? O que é que lhe mantinha tão ligada a ele?
Só que eu não queria as respostas. Eu não queria ouvi-las. Eu nem queria saber de nada. Eu...

A cada instante sentia saudades do perfume dela, a boca dela tinha um aroma especial. Meu mal, talvez, foi fixar-me nos detalhes. Tinha ar de santa, mas jamais foi canonizada. Eu tinha tudo aí na minha cabeça. Aqueles pensamentos fantasmas que a colocavam nua a minha frente e deixavam-me visualizá-la a ser tocada por ele, moíam-me intensamente. Eu não queria que ela termine o que era seu, eu também tinha a minha. Só que aqueles olhos rasgados espalhavam carinho. Aos poucos sentia-me sufocar. Ela só poderia ter nascido com algum feitiço, melhor, ela tinha o feitiço no meio daquele corpo, algures naqueles membros, ela tinha uns lábios que quando chupasse... Chupasse os meus lábios, eu perdia a sanidade. É que tanta ternura deveria ter fel; tanta maravilha deveria ter algum desencanto. Eu sabia? Nem sabia. Já nem sabia. Não era uma mulher comum, ela estava disposta a acabar com as 70 vezes 7 vidas que eu tinha.
Eu poderia até suportar não estar mais com ela tanto quanto eu queria, só não suportava estar a perder terreno para aquele à quem ela dizia amar mais.

A melhor solução então foi parar de delirar ou até mesmo fantasiar e voltar à minha. Aquela a quem eu realmente pertenço.
Com ela eu sentia-me amado. Era como se agora eu soubesse bem o quanto a minha namorada minha amava. Eu sempre tentei não misturar os dois mundos nem perder o foco que tinha sobre a nossa relação. Eu me empenhava mesmo a manter tudo tão bem. Entretanto, devido os dissabores dos últimos dias redobrei a minha atenção.
Sempre gostei de fazer surpresas inesperadas.
Naquele dia, liguei para a minha namorada e disse que estava a chegar. Ela ria-se de alegria, não conseguia esconder a sua excitação. Perguntou-me onde iríamos. Disse-lhe apenas para se preparar.
Cheguei, gritei assim que entrei para a sala. Do fundo, sua voz mandou-me sentar. Era uma tarde friorenta, bastante cinzenta, o céu estava carregado de nuvens, o clima era bem mais do que propício para ficarmos agarrados. Enquanto esperava, decidi jogar um pouco de Candy Crush no telefone dela que estava na mesa. Eu não era mesmo um grande jogador, mais provavelmente iria perder todas as vidas. Ela, como sempre, demorava que era uma coisa doida. Jogo vem, jogo vai e cai uma notificação. Farto de estar a perder, decido me entreter vendo o que havia chegado no telemóvel. Era uma mensagem. Abri e dizia o seguinte:
"Baby, gostaste das rosas? Não vejo a hora de voltar a ver-te."
Inspirei ar, expirei dor! Mas dor mesmo. Meu coração não batia, pulsava. Parecia ficar parado alguns segundos antes de voltar a se mover. Sentia calor apenas no pescoço, os músculos esternocleidomastoideos se contraíram. A força que eu tinha não era suficiente para segurar aquele aparelho; estava a pesar uma tonelada. Pousei o telemóvel, e tirei o meu para ver se eu não havia mandado aquela mensagem por engano. Não era mesmo eu! Só Deus sabia como eu queria desmaiar.

Ela espreitou e disse:
- Venho já!
Só consegui concordar enquanto olhava o chão. Eu estava pálido. Meu lado pré-programado dizia para deixá-la, chamava-me de frouxo. O meu lado analítico dizia para manter a calma, afinal eu era um boêmio e sincero mentiroso, não tinha razões de deixá-la partir. Sinceramente, o cocktail de sentimentos que eu tinha me avisavam que se eu a deixasse, eu iria falecer.
Agora sim tínhamos festa!

Mas deixem-me antes contar como tudo começou entre eu e a minha namorada:

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Tráfego Aéreo

Estudar, estudar
Para ser piloto
Estudar estudar
Para poder voar (x2)

Essa música fez tanto sucesso há 18 anos atrás que criou um movimento único. Meninos e meninas cresceram estudando e sonhando com a possibilidade de ser piloto, de ascender, de voar. Só que visto que os meninos são pilotos, seria muito feio e pouco elegante chamar as mulheres de pilotas. Mais discriminante ainda seria chamá-las de pilotos. Bem, com tudo isso em mente, surgiu então a legião das voadoras. As voadoras estudaram, estudaram e agora estão a voar. Voam pelas universidades, para Windhoek, Cape Town, Dubai, Rio de Janeiro, Miami, Lisboa, Paris e acima de tudo voam no peito dos "frágeis" moços e senhores que têm dinheiro. Comumente conhecidas como as uaiáaaa; elas são muito discriminadas pela sociedade, coitadas das moças, todas inocentes e virgens, tendo que se esconder das pessoas para que não sofram represálias provocadas pela nobre actividade que praticam para ganhar a vida.

Raras são as pessoas que se dirigem à elas com o intuito de lhes aconselhar, são só pedras para cima dessas amáveis pinadoras e pukadoras que nada mais fazem senão alegrar os dias tristes daqueles que têm a massa. Mas porquê tanta maldade? Porque razão são assim tão incompreendidas? Será que são génios?!

Só que existem pessoas como nós que estão aqui para ajudar a aumentar o lucro daquelas que dão o seu suor para ver o mundo que lhes rodeia feliz. Vocês sabem que sem elas o Instagram perderia muitos usuários por falta de abastecimento de matéria-prima para o fabrico de fofocas.

Pois então, amadas voadoras, nossas uaiás da Ilha, Vamos Lá prestar atenção e entender o que vou aqui dizer já que decidimos Ser Sinceros:

Tenho notado constantemente que parece ser uma prioridade vossa tratar visto de permanência para um posterior golpe de estado em peitos que vocês voaram só assim "por acaso." Não, não, não, não e não! Não façam isso. Isso é um erro muito comum, principalmente no meio das principiantes e aprendizes de pilotagem. Minha santa... ATT: Num brinca cô a vida!
Lembrem-se que vocês estão a cantar:
Bolinha no pé
Bolinha na mão
Bolinha que rola no pé do João


Ou seja, a bolinha tem que rolar. Nada de querer segurar a bolinha e ficar com ela de vez, ou assumir o "kota" de tudo ao ponto de te tornares a mãe grande só porque te deu 7 mil dólares para comprar saldo. Pois o que vocês não sabem é que esses "kotas" não largam nada na "mamoite". Em casa, a mãe grande tem que implorar para lhe "darem lá um cadinheiro para comprá" rebuçado. Logo, se te tornares a número 1, ao contrário do que pensas, as viagens não triplicarão. Ele vai arranjar uma nova pequena, que se for inexperiente o suficiente também tentará te derrubar. Por isso, evite.

Se a tua presença não for notada pela mulher dele, as chances de veres o teu salário aumentar são cada vez maiores, ele irá te recompensar com ossos para manter o seu cão feliz.
Não visualize muitos "kotas" ao mesmo tempo. Foque-se apenas em um. Como uma grande caçadora de prémios, deves abater um por um. Essa profissão exige juízo.

Nada desse absurdo de andar atrás de um miudinho que tenha dinheiro. O dinheiro é do pai. E eu até não estou a aconselhar-vos o pai pelo facto de ser o detentor e distribuidor das verbas, mas sim, porque são mais burros que os filhos. É muito rijo tentar fisgar o filho, é muita caçadora atrás daquele prémio. Pergunte nas veteranas que já "rocharam". Fiquem atentas, filho não! É só desperdício de tempo, estratégia e dinheiro.

Como qualquer funcionário da função pública, o salário nunca chega pra nada. Portanto, faça sempre uns "biscatos" com o "kumbú" que te dão. Tire uns 20% ou quê porque esses "pacólogos" (homens que estudam a "paca") quando acabam o relacionamento têm tendências a receber algumas coisas. Se descobrirem que andaste a te divertir com mais alguém... Já sabes... Então, faça sempre um pé de meia para não ser apanhada desprevenida. Não abra uma conta com o teu nome porque os nossos bancos não primam pela confidencialidade. Tens que "jikulumessu", esses kotas são bandidos, tu tens que ser a artista.

Com o passar do tempo, pensem em investir nas bolsas de valores. "Num" é só viajar, ir à Zara, à Michael Kors, à Cavalinho, tirar foto de comida e publicar bunda na tela do meu telemóvel. Abram os olhos, eis aqui um bom link para entenderem um pouco sobre assunto:
As vantagens de investir na bolsa. Caso haja qualquer dúvida sobre como rentabilizar o seu dinheiro, não hesitem em me contactar.

Minhas queridas, não se preocupem com o que o mundo diz. Vocês só suprem com serviços de qualidade a demanda daqueles que nos criaram... Os nossos antepassados!

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Game Over

Bom dia para vocês. Para vocês porque para mim os dias andam maus e só têm piorado. Se as coisas continuarem assim, creio que serei obrigado a fechar o blog. Apesar de muito esforço, não tenho registrado melhorias no comportamento dos meus irmãos. Cada dia que passa sinto que eles estão disposto a matar a imagem do que um homem deveria ser mas antes de matarem estão a violar essa imagem.

É incrível como o número de homens que não sabem chegar perto de uma mulher só tem aumentado. "Approach" da porcaria. É horrível a performance desses indivíduos no 1 para 1. Abrem a boca e a dama até acharia mais graça se sentisse um bom mau hálito do que ouvir o monte de baboseiras que falam. Só impressionam pela negativa, mal conseguem prender a atenção de uma mulher com neurónios. Assim não dá!

Eu não vou me debruçar sobre a forma de vestir porque os que mais dão "bandeira" são os que vestem-se em condições. Boa pausa, bom moço, mas quando chega perto estraga tudo. A dama se pergunta:
- Mas abriste a boca porquê? Não podias continuar calado?

Pois agora os bonitinhos e os "grifadores" de plantão começam a se perguntar:
- Mas "anssim tão" ti Mauro, se "cô ropa num tá dá; vamo fazê comé?"
Caros amigos, Vamos Lá Ser Sinceros!

A aparência te coloca na grande área. Entretanto a boca é que faz o golo! Essa é uma regra que deves ter anotada ou tatuada no seu cérebro. Aparência para aproximar, conversa para matar!
O objectivo é ela, mas antes de atingir o seu objectivo é necessário que você se compreenda. Analise e liste todas as actividades que praticas. Quais delas mais gostas de fazer? Quais actividades gostarias de fazer? Quais são os sítios que gostas de frequentar?
A tua cabeça nesse momento te impede de responder com exactidão as perguntas acima elaborada, estás a se sentir macho demais para tal, mas lembre-se que por não saberes o que fazes, dependes das "falidas" que as damas te dão. Até hoje não consegues pegar aquela mulher que tanto queres ou o tipo de mulher que sempre desejaste. As coisas seriam mais fáceis se fossem apenas mulheres, mas não; há angolanas envolvidas no assunto. Por isso, "game on", atenção à explicação. O objectivo dessa lista é ajudar-te a construir uma imagem ou personagem mais interessante e envolvente do que tu. Alguém que saiba contar e falar sobre si com entusiasmo mas sem atrapalhação alguma. Tudo que fazes pode ser percebido como algo muito atraente e bom de se fazer desde que mostres paixão na hora de se expressar. Aprenda, podes até falar de ti, mas não se emocione. Você não quer se atrair, por isso, vire as atenções à ela. Mostre que apesar de fazeres muitas coisas interessantes, tudo que ela faz parece mais encantador. Não seja lambe-botas, por favor. Fazer parecer, não precisas dizer que é encantador e coisas assim. Prima sempre pelo subliminar.

Desde o momento em que decides avançar para conhecer uma mulher, vá com confiança e mostre auto-estima. Se for uma angolana, vá com alguém que já a conheça e finja estar nem aí. As angolanas tendem a banir de imediato homens que mostrem muito interesse; é como se fosse um cão que chegasse aos pés dela já babando. Tu tens que ser aquele cãozinho fofinho que não quer nada com ela.

Após conhecer, os palhaços têm pela mania de se lançar já com elogios. Toda a hora ah porque tu és bonita, ah porque te gostei, ah não te vi e quis muito te conhecer. Mas oh seu burro de meia tigela, se estás aí a falar com ela ou procurando uma forma de falar com ela, ela já sabe que lhe achas bonita e que quando a viste quiseste lhe conhecer. Isso ela ouve todos os dias daqueles que elas chamam de Grupo do +1. Tu, e note que eu mudei de você para tu... Deves passar o mais longe possível do +1, logo tens é que saber o que todo "buazeza" fala para que tu não fales. Entenda a jogada dos outros para criar as tuas. Então, vais me perguntar:
- Assim vou lhe dizer o quê?
- Diga-lhe que por um triz saíste por aí falando lixo de tão atrapalhado que estás. Se ela sorrir e mandar o "porquê"... Game on. Dê uma resposta que não convença para manter a conversa acesa mas atenção! Converse sempre com a mente atenta aos ganchos (tipo de dicas que puxam outra dica), não fale de algo até acabar. Varie! Se ela continuar blindada (típico das angolanas), recolha o número e retire-se do lugar. Game over! Continue um outro dia.

Ao telefonar, nada de começar a falar de saudades e palhaçadas que tu não sentes. Seja breve, diga que ligaste apenas para que ela gravasse o teu número e que ainda estás com medo dela, pois ela tranca muito a cara. Se quebrar e rir, game on. Se continuar insípida, game over. Evite mandar sms logo de primeira. Não faça isso. A não ser que ela não atendeu e tu mandaste uma mensagem com o teu nome apenas.
A tua missão número 1 é arrumar um encontro 1 para 1. Entretanto isso não pode ficar patente nas primeiras conversas. Leão com as garras fora assusta a presa (embora sejamos presas das mulheres). Mantenha sempre a calma. Vá falando com ela até ganhar confiança para tal. Não se preocupe que ela vai fingir que não sabe que é essa a tua missão. Se fores directo ao pote, serás +1.

Eu poderia continuar com esse texto, mas dependerá do feedback que terei para decidir se continuo mesmo ou se deveria continuar em forma duma brochura ou um mega texto com mais detalhes sobre assunto. Pois só estamos a coçar a superfície!

Mas verdade seja dita: As irmãs têm razão de estar solteira. Vocês não são cativantes. Dicas "fatelas" desde manhã até a noite.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Força da Gravidade

Reza a lenda que Isaac Newton tentava compreender o que mantinha a Lua no céu e objectos presos à superfície do planeta quando viu uma maçã cair no seu pomar, e como que num passo de mágica, compreendeu que essa mesma força confere peso aos objetos e faz com que caiam ao chão quando são soltos no ar:
Creio que depois dessas declarações, fica mais do que límpido que Isaac Newton foi um grande intrujão ao escrever as suas memórias. Ora bolas, todo mundo aqui sabe que sempre que a maçã fica no hipoteco, há uma mulher envolvida no assunto. Obviamente que neste caso não seria diferente. Recorrendo aos velhos livros que contam a verdadeira história da humanidade, deparei-me com o que realmente sucedeu naquele dia.
Isaac Newton estava sentado num muro a apreciar as "kandumbas" mais lindas e arrogantes que desfilavam pela rua, quando de repente ele observa uma moça que outrora fora considerada como a mais boa da rua totalmente rebentada. Foi um choque tremendo, aquela visão deixou-lhe muito consternado. Mão esquerda na cabeça, mão direita no peito, um minuto de silêncio! Como? Como? Mas como é que isso foi possível?! - Indagou-se, indignado.

Porém, por ser o grande cientista da rua de Benguela, aí no São Paulo, o pessoal não parava de pedir que ele fizesse um estudo sobre o caso da jovem que minguou. As más bocas empurravam para feitiçaria e outras mais maldosas ainda para abortos. Ninguém conseguia dizer exactamente do que se tratava. Foi assim que após muita observação e testes físicos, o grande Isaac percebeu que existia uma força muito forte que empurrava tudo para baixo. Sim, essa força não era "pemba", nem "xidi", mas sim, 9,8 metros por segundo ao quadrado multiplicado pela massa do corpo que após de muito tempo actuando acaba deixando tudo grave ao mandar certos elementos para o chão, daí o nome força da gravidade! E meus caros amigos, acreditem; naquela era, tudo era mais grave pois não existiam sutiãs nem leggings. Caiu, caiu, "num" tinha mais solução senão voltar a ser humilde.

E é "memo" aí onde começa a "sassassa". Enquanto possuíam aquela beleza exagerada e curvas muito acentuadas; daquelas curvas que mesmo a 10 Km/h o carro capota; elas simplesmente comportam-se como se o mundo não fosse acabar, como se não pisassem no chão, como se Luanda não tivesse poeira, como se não acordassem com ramela, como se não peidassem, como se não houvesse 9,8 metros por segundo ao quadrado de aceleração a empurrar tudo para baixo. É só dar show e "má" nada.

Venhamos e convenhamos, não existe melhor paisagem nesse mundo do que ver uma dama que era toda boa e voluptuosa simplesmente rebentada. Não existe! É tanto prazer, que a pessoa tem que se pôr à pau para não acabar tendo um orgasmo no meio da rua. Me desculpem então se estou a ser malvado mas Vamos Lá Ser Sinceros!

O universo inteiro sabe que dama boa só ganha juízo quando fica podre.
Muitas que hoje ostentam essa opulência, receberam dos tios que não pertencem à sua árvore genealógica. Cá entre nós... Podes até se "matá cô" ginásio, muito agachamento. No entanto, nada resiste à gravidade. Nada! Achas mesmo que o "kota" vai continuar a sustentar alguém que precisa sempre ir à recauchutagem para poder circular? Não se esqueçam que burro velho gosta de capim fresco e hoje em dia até as sementes estão a ser recolhidas como se fossem grandes vegetais. Os produtos estão a expirar mais cedo e você não é de ferro para não curvar. Cinco à sete anos no mercado e idade "inda num" veio mas o corpo já deu "lengueno". Aí sim, começam a pensar no futuro, em querer escolher bons homens, em ir para escola, ser competente, bem educada, respeitosa... Quer dizer, agora que chuparam todo o caroço querem vir com conversas de que a vida não está fácil. Ao invés de fazerem-no durante o auge, não! Só sabiam "brincá cô a vida!" Quando "inda" havia corpo, "muzumbu" já "né muzumbu", bem esticado; só "bumbava" com memória RAM, te conheceu agora mas uma hora depois já te esqueceu. Ah porque não dou confiança à qualquer um. Agora que rebentou, até já passam na rua cumprimentando as pessoas pelo nome. Pudera, já diz o grande ditado: Quem te viu, não te quer ver mais!

Há muitas irmãs lindas por aí que se esquecem que não existe proveito na beleza se não houver inteligência. Vou dar-vos um conselho, vocês poderiam muito bem continuar a fazer o que fazem, mas abram mais os olhos para o que vos rodeia. Abram empreendimentos se puderem. Finjam ao menos humildade; se outras coisas costumam fingir para agradar, humildade "memo" é que não? Nem que depois de nos cumprimentarem, sorrirem, andem uns metros e cuspam no chão. Não é bom ter o mundo inteiro conspirando contra vocês. Esperando pelo dia que deixem de ser aquela lua cheia e passem à minguante. "Num" é porque às vezes, sempre que passares por nós, estaremos todos a apertar seriamente o "dispan-tin-tan". É toda a rua a meter energia negativa sobre os 9,8 metros e sei lá mais o quê que suportas sobre o corpo.

Nós até entendemos que todos te querem e por isso tentas filtrar, só que uma fruta quando cai do pau, não quer dizer que está madura, mas sim que os bichos já andaram lá a picar! Fruta boa e bem cuidada não cai, mesmo estando madura, alguém tem que arrancar.

Não subestimem a gravidade da situação. São 9,8 metros por segundo ao quadrado sobre si todos os dias! Mais tarde ou mais cedo o que subiu, cairá e só te sobrará a humildade perante aqueles que só te querem pisar.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Triângulo das Bermudas

Eu não estou a dizer que sim, nem a dizer que não; mas...
Mas se tudo é relativo porque razão então fazem do amor absoluto?
Porquê?! Porquê que só é amor aquilo que vocês conseguem entender de acordo com os conceitos que aprenderam de vossos pais? Porquê que ainda baseamos o amor à uma imagem velha e arcaica?

Eu não estou a dizer que tem que, muito menos que não tinha que... Mas não custa nada questionar.
Ah porque eu quero viver um amor como o de Romeu e Julieta... Hum... "Shô"!
Jamais! Jamais viveríamos um amor como o deles pelo simples facto de não termos o stress de ver o nosso amor negado pela sociedade, mais forte que a aprovação ou não dos pais é a aceitação da sociedade; e se eles nos aceitam, então que se dane o resto. No entanto, eles tentaram viver esse amor que após ser barrado tipo a maioria das pessoas na porta do Dom Q, tentaram então o extremo.
Eles foram um do outro, não porque era um grande amor que só cabem dois, mas porque o resto da energia que tinham, era para combater os preconceitos daqueles que os rodeavam.

Hoje vivemos a ressaca do que os nossos ancestrais passaram, ainda existem mais extremos, só que agora o bloqueio já não vem da sociedade; está a vir de nós também. Já não temos o stress de nos preocuparmos com a sociedade, agora já é normal ter um parceiro. Ide e multiplicai-vos! Nos dias de hoje que já sabemos contar, queremos antes somar. E isso é um extremo!
Sem a preocupação que outrora os casais tinham, nós temos agora que tentar nos focar apenas em uma como? Uma, como? Eu não estou a dizer que sim, nem que não... Apenas que pensem, só isso, que pensem! Que pensem que tudo pode ser quê?!

Quem ainda não passou pelo que estou aqui a escrever, vai dizer que esse é um grande maluco, vê só isso que ele está a escrever. Quem já passou por isso, vai dar um "hum" e ficar só assim mas quem estiver a passar por isso, vai ler, reler, e se rever. Seja bem-vindo à extremidade. Nem mais um passo para frente que a sociedade julgará. Oh, "maji" a "nsociedade" já "num tava" quieta?! Nisso não.
Esse assunto aqui a sociedade esconde. É da vontade de sei lá quem, ou mesma nossa, ou se calhar de hum. Mas não... O que é meu ninguém toca. O que é teu como? Somos de alguém afinal de contas? Epá, sim e não. Somos quando nos convém amar quem quê?!

Não se ama apenas uma pessoa de cada vez, sei que virão cá me dar chapadas da cara. Mas as mulheres sabem disso melhor do que os homens. E o que mais as deixa confusas, além do facto de terem aprendido que não amamos duas pessoas ao mesmo tempo, é essa sociedade sedenta por julgamentos, ávida em apontar dedos às mulheres e se curvarem aos homens; ham, não... Ela não se curva aos homens, apenas tem problemas de coluna.
Ah porque se isso acontecer você não ama nenhum deles, ah porque se isso acontecer fica com o segundo, ah porque "bonho"! E se os dois a completarem? Você já assim é quem sabe?
Quantos pais criaram filhos que não eram seus? E culpam a mãe?! Será? Será que foi por puro gozo que ela deixou acontecer? Nem tudo deve ser conotado à leviandade. As mulheres sabem que podem amar dois homens ao mesmo tempo, oh se sabem! Só não admitirão, só não perceberão. Apenas as mais velhas irão te dizer que sim, que é possível. As meninas ainda estão, nesse momento, com uma séria crise de identidade sobre o que sentem.

"Memo" assim não xê, isso nunca, mulher com dois? Antes homem com duas! Fiquem calmos que a vida está aqui para te provar que as teorias não valem nada. Os conceitos em que tanto se apoiam, não vos salvarão. Os sentimentos são traiçoeiros e a mente mente!

Vamos Lá Ser Sinceros!
A maior parte, senão mesmo todos os grandes poetas que escreveram sobre amor, aqueles que os seus trabalhos tocaram almas, fizeram do cinema o que é hoje, não tiveram só uma mulher; nem elas tão pouco um único homem de cada vez. Desliguem-se de preconceitos e pensem, meditem e depois joguem no lixo. As mesmas pessoas que gritam alto que isso jamais, são as mesmas que outrora disseram que sexo só depois de hum?! Ham! Já esqueceram, nê? Agora pode! Mas vão dizer que não tem nada a ver... Mentes fechadas!
Não venham cá me dizer que estou a fomentar. Eu sou apenas um, não teria como semear essa terra toda. Eu só estou a dizer que talvez já tenham surgido novos Romeus e novas Julietas que estão a viver no extremo, mas até quando? Não precisamos viver sempre de tragédias. Sempre na esperança que alguém venha e bique o bidom e assim por alguns segundos possamos todos sair de nossos esconderijos para que depois de forma muita rápida e sorrateira voltemos todos para o mesmo lugar.

Essa estória de triângulos amorosos não é nova. Só que também não é contada como deve ser. Nos livros, nos teatros, nos cinemas, um dos elementos desse triângulo é sempre demonizado de forma a desmerecer a(o) parceira(o) para que tudo volte ao padrão que já conhecemos. Muita das vezes os dois merecem tanto ela quanto ela os dois ou ele merece tanto as duas quanto as duas à ele. Um homem e uma mulher mais alguém. Nada mais do que isso. Não que tenha que ser, mas que aceites se assim for. Está bem, não aceite se for contigo mas deixa estar se for com o outro. Porquê que tens que julgar? Até passares pelo mesmo?! Não, já sei... Se passares pelo mesmo dirás que só amas mesmo um. Então porquê que não deixas o segundo sem pensar duas vezes? Oh... Deixaste?! Agora sinta os sentimentos a corroerem-te esse músculo que só bomba sangue, a sufocarem a tua alma e de repente vês-te forçada a voltar a ouvir a voz dele, pelo menos a voz, só para saciar esse desejo que dizes ser nada mais do que uma atrapalhação. Sinta... Como é que podes sentir isso por alguém que não amas? Sinta a coisa a crescer dentro de ti, e tu não podes nem dizer à ti mesmo em voz alta. Tem que prender, e de repente começas a soltar as emoções como se fossem flatulências, desejo enorme transformado em bufo. E tudo o que mais queres é uma explicação, alguém que te diga que isso é normal. Mas eu não posso, vão crucificar o meu blog. É "mbora" bwé normal! Não te assustes!

Vais me dizer que concordas com o modelo actual porque só tinha um Adão para uma Eva. Mas será que a Eva ficaria só com o Adão se tivesse um Pedrão? Será que Adão ficaria apenas com a Eva se tivesse uma Geneva?
Custa tanto admitir que tudo que tu gostas está dividido em duas pessoas? Aquela atracção incontrolável que te faz pecar, ir contra todas as regras que os teus pais te ensinaram com tanto amor e carinho. Não é quê?! É só quê?! Paixão? Então que seja tudo paixão porque amor não apaixonado eu também não quero. É tudo tão envolvente e bom quanto amar apenas um. Ama o que é teu não se meta no do outro.
Temos o hábito de não reler tudo aquilo que já aprendemos. Nós não voltamos a ler aritmética quando já estamos a dominar calculus, não voltamos a ler sobre fotossíntese quando já dominamos o comportamento celular dos organismos clorofilados, então porquê que sempre lêem os mesmos tipos de contos amorosos? Porquê que sempre procuramos encontrar algo de diferente se a maioria fala de apenas um casal e a jornada que os levou a ficar juntos? Todo mundo sabe que se passa sempre algo além. Talvez eu não esteja preparado para o que digo, mas estou preparado para não me meter com quem conseguir viver o seu extremo. Será que temos que ter novos Romeus para velhas Julietas?

Então você dirá:
- Mas eu já passei por isso e não é bom. Na verdade foi bom, foi muito bom e você sabe. Tão bom que agora até parece que não valeu a pena. Só que depois queremos tudo só pra nós, só que depois nos perdemos nos limites estabelecidos com medo de depois sermos julgados, pulamos pra fora do barco depois nada fica escrito e voltamos à velha literatura que manda multiplicar um vezes um na esperança de ter dois.
Sei que a maioria que se identificar com isso não vai nem recomendar. Claro que não. Os que não entenderem farão disso um debate político e religioso só para banir esse tipo de ideias; mas enquanto vocês não forem relativos, meus textos serão absolutos à relatividade do amor. Se é esse o amor que pregam, que não permite excepções, então é melhor não amar. Não quero ser quadrado. Eu quero aquele amor redondo em tangentes infinitas podem ser traçadas vezes sem conta; nem que for um ponto.

Seu namorado se desleixou e ele apareceu... Tem sido o equilíbrio da sua velha relação... Xê! "Num" posso falar assim! Essa parte tenho que censurar, olha os ciumentos e ciumentas que frequentam essas paragens. Desculpa, família! Digamos que se analisares bem verás que ele não apareceu por acaso. Como pode alguém aparecer tão bem e de forma perfeita quando a tua relação já está a esvair de sangue?!

Eu não disse que sim, nem que não... Apenas que deveriam ter uma ideia mais maleável sobre o que é amar... Quantos os outros quiserem ao mesmo tempo... Talvez vocês não estejam preparados! Mas adivinhem só... O teu dia para amar duas pessoas também chegará e tu voltarás cá para ler isso novamente. Se tu estiveres a amar, a essa hora não paras de ouvir um "será" vindo da tua consciência.
Só tenha cuidado ao saltares, porque estarás a entrar em um abismo e talvez seja isso de que tanto têm medo, talvez tal como no Triângulo das Bermudas, no triângulo amoroso as coisas também se perdem, despenham e se desviam sem explicação.

Sei que só quem não passou por isso é que terá a audácia de vir cá comentar, mas... Danem-se! Não falo política, não falo religião, não me proíbam também de falar de amor!

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A Lei do Macaco

Há quem diga que a diferença entre a mulher e a cobra está na forma como se escrevem os nomes de cada uma e muita das vezes no forte veneno presente na picada de uma mulher.
Não que a cobra seja melhor, só que já vi e ouvi falar de homens que sobreviveram ao ataque dessa linda rastejante; o que não é bem o caso dos ataques femininos. No máximo dos máximos chegaram a ficar um mês em coma, mas acabaram falecendo. Mulher é fatal, se brincares, dar-te-á na "muxaxala", não é atoa que em Eclesiastes 7:26 na Bíblia Sagrada diz que a mulher é mais amarga que a morte. Muito sinceramente, eu gostaria de ser o primeiro a dizer isso, só para haver uma confusãozinha e ver as nossas manas estribucharem-se no chão enquanto "futukam" com a minha afirmação. Mas não é esse o caso, podem até recorrer e negar... Mas eu pergunto, vão contestar algo que está escrito na Bíblia Sagrada?! Eu acho que não!

Muitos seres masculinos saem por aí voando além fronteiras, pastam longe de seu curral procurando por verdes pastos e águas mais frescas, só que quando voltam são sempre apanhados. Não conseguem esconder a satisfação nos seus olhos de que comeram algo bom lá fora.
O que mais vejo são "bradas" a se debaterem:
- Mas assim então ela dá conta como? Eu nem bandeira dei. Fui e voltei, "inda" por cima fingi ter mais fome.
- Eu vos digo, meus caros amigos aflitos: Desde o momento em que assumes uma relação com uma mulher, ela instala-te um electrocardiograma invertido para controlar os teus movimentos. Invertido porque o sinal no osciloscópio só começa a alterar no momento em que começas a fazer besteira. O sistema dela começa a registrar actividades anormais vindo do teu lado. E mais uma vez, você me perguntará porquê; e mais uma vez eu digo: - Porque o homem é monótono!
Assim estás a pensar que ela aceitou-te e namora contigo sem saber os seus hábitos mais comuns? Enganas-te! Estás a ver naqueles momentos em que corrias atrás dela e ela comportava-se mal? Então, mesmo que inconscientemente, ela estava a observar a sua reacção e comportamento quando estivesses insatisfeito e quando estivesses satisfeito. Por isso ela sabe quando você esteve a jogar em outros campos com a chuteira dela, pois, os homens têm pela mania de não dar mais a mesma atenção que outrora sempre deu. Para o azar dos homens, isso tudo acontece de forma inconsciente, não é intenção de muitos dar bandeira, só que são traídos pela natureza. Eles ficam ali todos armados em que o electrocardiograma não está a anotar nenhum dado oficial, "afinale" a memória do osciloscópio já está cheia. Devemos aprender a ser aleatórios, môs irmãos. Tipo assim, estão a dormir e lá "pras" três da manhã tu acordas só para ir lavar o carro, diga que queres ir correr aquela hora na Marginal, compra uma bateria viciada para poder desligar o telefone a vontade. Observe-se e entenda os seus hábitos para depois quebrá-los porque elas fazem isso connosco! Estás a ver quando ficas muito mau e dizes:
- Eu até nem sei porquê que ela está a fazer isso, ela não é assim, mas também nada está a se passar... - Lembre-se que ela está a ser só aleatória por desporto, para baralhar a tua mente, para quando ela agir de forma estranha se tornar algo natural. Então, não podemos ficar só aqui assim a chupar ranho. Temos que variar também!

Por isso é que as mulheres nunca são apanhadas de surpresa. Por isso é que elas sempre nos apanham de surpresa! Nunca vais encontrar uma mulher a chorar e a se lamentar que foi trocada, ou a relação terminou e ela não deu conta que as coisas andavam estranhas. Digo e repito: - NUNCA! Elas percebem, apenas ficam a espera dos próximos capítulos, sentadas num cadeirão e curtindo as fortes emoções do capítulo actual, sem perder nada.

E é exactamente nisso em que as mulheres se destacam! Se os homens não conseguem comer um bife, limpar a boca em um guardanapo, comer esse mesmo guardanapo, beber água e mastigar dez mil mentóis para disfarçar o hálito; as mulheres já chegam no mercado equipadas com um sistema anti-sujidade que lhes permite comer o que quiserem sem sequer necessitarem passar um guardanapo na boca. Entretanto, elas ainda assim, limpam-se com guardanapos, trituram os guardanapos, queimam os guardanapos, e mandam as cinzas para o mar; como quem diz: - Se você é "memo" homem, vai lá buscar! E isso, nós "num temo" nem um pouquito!

É que Vamos Lá Ser mesmo Sinceros:

Devido essa sutileza genial, esse deslizar em matas sem fazer barulho, esse entrar e sair rápido, esses ataques rápidos das mulheres; é que prendem e matam os homens. Por isso é que os homens quando são trocados ou deixados são apanhados nos cantos choramingando. Raramente encontrarás um homem que deu conta que a chapada, a "mbenda", o "acarque", a picada estava a caminho. E mesmo os que dão conta, não acreditam na sua intuição. Por isso dizem que os homens não aguentam um embate do género, não é bem assim; eles até aguentam só que não costumam ver o camião a chegar antes de serem atropelados. E isso acontece porque a mulher sabe aplicar a Lei do Macaco como quem respira ar puro... Tudo muito natural.
É que se o relacionamento fosse um barco em alto mar (tipo esses que usamos para atravessar o Mussulo), a mulher sentiria sempre a água a entrar quando o homem estivesse a zanzar. Ela começaria a sentir a água a molhar os pés dela e olharia para o seu electrocardiograma e esperaria pelo momento em que o barco afundasse enquanto se precavia para o desastre. Já no caso dos homens não! O barco está a navegar bem, tudo em dia e ao trazeres o "matabicho" na cama de repente o barco rebenta, estás na água e ela num iate! E o mais importante disso tudo... Num apanhaste nada! Aquilo "caté" é só já "shô", para o teu azar o outro é melhor que você.
Sim, assim "memo"... A Lei do Macaco mostra-nos que uma mulher nunca salta em um galho que ela nunca agarrou antes. NUNCA! Tanto a mulher quanto o macaco, se vão largar o galho anterior é porque ambos sabem que o próximo suportará o seu peso, porque se não suportar, podes ter a certeza que ela continuará no seu barco sem deixar entrar um pingo de água enquanto testa o motor do novo iate em que ela pretende saltar. Nenhuma mulher na face da terra deixa o seu namorado ou marido para ficar com um homem que ela não tem certeza que seja melhor, que a vai assumir e que acima de tudo poderá dar-lhe mais... Nenhuma faria isso. Esse tipo de burrice é característica nos homens. "Num" tem nada garantido mas está a se espalhar já bwé, você que nem é melhor que o actual. Se te deixou e em menos de um ano e seis meses arranjou outro, lamento informar, mas durante o vosso relacionamento as negociações estavam a ser feitas. Claro que elas aprenderam com os erros daquelas que acreditaram em promessas e se deixaram levar. Eis o motivo que as faz agora enrolá-los e torcê-los todos os ossos para depois dizer subliminarmente:
- Podes ir para a tua namorada! E aí, já estás todo envolvido, mergulhado e embebido de veneno... Não vais! Ficas! Ela também aí já tem a certeza que o teu galho vai suportar o peso dela se ela saltar e/ou largar o galho anterior.

Os meus camaradas, infelizmente, quando tentam aplicar essa lei, só fazem lixo. As coisas começam a desmoronar antes do tempo. Saltam em galhos que podem até suportar o peso deles mas não são melhores, não dão mais... É uma tristeza, não nasceram para isso.
E no final, quando a mulher salta para um outro galho põem-se até a sujar a imagem das outras como que se durante todo esse tempo de relacionamento tivessem sido santos!