domingo, 30 de março de 2014

Ética e Profissionalismo Numa Aventura Tundimbal

Não posso!
Meu!
Temos que ficar por aqui.
Até quando?!
Eu já não aguento mais! - Fim da linha.

Por definição, jogos são actividades organizadas com objectivos distrativos onde pretende-se passar uma mensagem para os jogadores (vencedores e perdedores). Pode envolver dois ou mais jogando entre si como adversários ou cooperativamente com grupos de adversários. É importante que um jogo tenha adversários interagindo e como resultado de tal interacção exista um vencedor e um perdedor.

Preste bem atenção, que a definição diz que as pessoas envolvidas num jogo ou são adversários, ou cooperam entre si com grupos de adversários. Não diz que são adversários e cooperam entre si. Tem sempre um vencedor e um perdedor e não que tem sempre ou vencedores ou perdedores. A definição implicitamente diz que um andará sobre o asfalto e outro na lama.

Bem... Isso era assim até começarem com o jogo do Amor... E pelo amor de Deus, não me venham cá dizer que não é um jogo. É um jogo bastante interessante onde duas pessoas vivem momentos íntimos e acesos sem possuir o outro.

Nos dias de hoje, algumas coisas passam e ficam somente pelo sexo. A chamada aventura "tundimbal." Resumidamente é algo mais ou menos assim:
- Eu quero, tu queres... Porque não?!

O problema do amor é que ele é lixado, decrépito, gorado, matreiro e desleal. Diferentemente de qualquer outro jogo, um único ser não ganha este jogo. Ou ganham os dois, ou perdem os dois! Não existe essa de ele ganhou e ela perdeu ou vice-versa. No amor são os dois parceiros e adversários. Sim... Sim! Não devia, mas é assim. Há um jogo no meio disso tudo, apesar de negarmos constantemente.
Queremos prender o adversário nas nossas teias ou tê-lo nas nossas mãos. No entanto, não percebemos que é tudo tão recíproco ao ponto de nos envolvermos na mesma teia que queríamos prender a outra pessoa.
Já não conseguimos ficar um dia sem falar com aquela pessoa, queremos mandar mensagens da bosta somente por ter tido vontade e mais um monte de comportamentos infantis que mal conseguimos explicar.
Continuamos com a ideia de que somos apenas "tundimbadores" profissionais (entenda-se profissionais como "cacussadores" que não misturam as coisas), mas é pura mentira. O bastardo sorrateiro do amor já te penetrou, começa a fazer um monte de lixo com a tua vida, a mijar nos pilares do teu juízo, e se bem me lembro, o prédio da DNIC caiu de tanto mijarem nos pilares do prédio; e se prédio que é prédio cai, imagina o juízo?! A verdade mesmo é que começas a perder a ética e o profissionalismo. Sentes coisas que não são da tua competência como ciúmes, queres fazer docinho quando combinam algum serviço e ainda por cima tens que lidar com o que a sociedade pensa sobre o amor. Como se não estivesses confuso o suficiente, aparecem sempre aquelas definições baratas que dizem que só é sentimento supremo se e só se as regras, teoremas e postulados x, y e z forem verdadeiras.

Nesse universo de o que é amor e o que não é. Pouco se fala de um grande catalisador de amores. O sexo! Infelizmente, todo o relacionamento que começa com fins sexuais passa por uma tempestade que só aguenta quem tem a natureza mística da Ponte Molhada do Benfica. Poucos, senão mesmo muito poucos, aceitam continuar numa relação somente sexual ao se transformar numa rotina amorosa. Eis que começa o verdadeiro jogo. Quem vai ganhar, quem vai perder?

Entretanto, já que todo mundo fala o que bem entende, porque não apresentarmos alguns postulados que iluminam o caminho daqueles que não querem se apaixonar pelas suas aventuras sexuais? O que fazer para manter essa relação dentro da ética e do profissionalismo? Como não cair dentro do abismo da sedução, paixão e seus companheiros?

Bem, depois de muitos anos de estudos afincados, cientistas renomados publicaram um resumo daquilo que eles consideram fundamental para evitar acidentes de percurso:

1 - Sob circunstância nenhuma troquem carícias e/ou abraços após o acto "tundimbal."
Carícias e abraços são instrumentos preliminares e não pós-liminares. São os maiores fabricantes de afecto e conexão que existem no mundo. Eles não brincam em serviço. Dois toques e já estás "male." Todo derretido da tua vida nos braços de alguém que tu só querias te divertir.

terça-feira, 18 de março de 2014

Sansão e Dalila

Segundo a sua descrição na Bíblia hebraica, Sansão foi um homem nazireu, filho de Manoá, nascido de mãe estéril e que liderou os israelitas contra os filisteus de 1177 a.C. a 1157 a.C.

Distinguia-se por ser portador de uma força sobre-humana que era fornecida pelo Espírito do Senhor enquanto se mantivesse obediente ao Senhor dos Exércitos.
De acordo com o texto bíblico, Sansão apaixonou-se por Dalila, uma mulher filisteia, a qual o traiu entregando-o aos chefes de sua nação, por grandes somas de ouro e estatuto social. Reza a estória que Dalila beijou a boca do juiz Sansão e com toda a destreza fomentada pela sede do poder conseguiu extrair o segredo do nazireu que disse-lhe que sua força dependia dos seus longos cabelos que por promessa à Deus nunca haviam sido cortados. Depois de ter revelado seu ponto fraco à filisteia, ela fê-lo dormir e cortou o cabelo do homem enquanto dormia... E blá blá blá...

Blá blá blá, pois, como todos nós sabemos, isso não passa de uma mentira gritante que os europeus criaram para mais uma vez usurparem de nós um grande conto e excluírem-nos da equação sem os devidos créditos. Entretanto, a verdade tarda; mas chega. E eis que hoje iremos contar o que realmente aconteceu naquela época.

Para início de conversa, Dalila era angolana. Sim, sim, sim... Dalila, Lilas, Lili ou Mana Li como era carinhosamente chamada, morava na Maianga. Lá nos anos de 1165 a.C (antes de Cristo). Mulher muito vaidosa, gingado escorregadio como uma jibóia e bunda que parecia perfume, onde passava deixava marca; as pessoas não paravam de falar tão cedo. Se ela passasse numa rua às 13 horas, até às 17 horas ainda era possível encontrar homens a babarem e os restos mortais daqueles que presenciaram o seu desfile. Como ela mesma dizia: - Temos que ter "standards." Logo, não preciso aqui dizer que a Lili era uma das mais achadas de todo o reino Ngola.

Com suas manias e sonhos sumptuosos, Dalila ia à escola simplesmente. Não estudava! Ia à escola. Sabia ler e escrever o suficiente para publicar os desenhos e esculturas que dedicavam à ela no seu "AntesGram", mas nunca tencionou viver do seu próprio suor. Ela dizia abertamente que com aquele corpo sinuoso que possuía; mais tarde ou mais cedo iria aparecer alguém que fosse lhe tirar da Maianga e lhe daria apartamentos no Talatona, metade do Mussulo, 3 blocos no Kilamba para a família morar, Range Rover, V8's e tudo mais que ela tinha direito. Constantemente mandava indirecta às moças que tinham os mesmos sonhos que ela, criticava aquelas que percorriam e seguiam as suas pegadas. Basicamente, mana Li sofria de ter dedo. Toda a hora a apontar o dedo às outras mas não reparava que haviam 3 a apontarem de volta para ela.

Você agora pode estar a dizer:
- Oh, então a Lilas era mesmo poderosa...
Quase isso. Ela só não se sentia a Afrodite porque via em si um grande defeito. Dalila era "katota," ou seja, ela chamava seu cabelo de ruim, ruim, ruim, ruim que podia fazer e desfazer mas o cabelo nada. Por ser muito achada, na rua diziam que o cabelo dela era à prova d'água, que dava para fazer relógio. O que fazia com que ela detestasse ainda mais a sua condição capilar.
Como naquela época ser branca é que batia, ela queria ser uma delas. Todas as revistas evidenciavam mulheres com cabelos longos e lisos. Essas revistas e mesmo a televisão daquela época eram conhecidas como fomentadoras do "tabaterismo" que fizeram com que mana Li quisesse ter o cabelo daquele jeito que ela sempre viu. Na sua busca pela aparência perfeita, Lili inventou o pente de ferro que aquecido dava para desfrisar o cabelo e... Aquele produto que levou o seu nome ao estrelato nacional. Dalila inventou o TCB! Ela e suas seguidoras queimavam e mais queimavam o couro cabeludo. Tudo para sair às ruas e ver o vento sacudir o seu cabelo; obviamente sem sucesso.

Foi assim que surge na vida dela Sansão. Homem forte, gajo "caenxe," olhos castanhos claros, aparentemente rico, 1 metro e 88 de altura e 60 centímetros de cabelos longos. Epá... Aquilo foi tiro e queda para Dalila. Ela passou-se com o camarada. Foram apresentados por um amigo em comum no Chiuaua. Eles aí na área VIP. Sansão já armado em o pai grande das garotas. Ficava parado a noite toda "xé de braço," mal conseguia se movimentar. Parecia ter um horário para mudar de pausa. Independentemente de não se mexer muito, as damas lhe morriam tipo nada.
Ao tocar aquele cabelo sedoso, ela derreteu-se!

Depois daquela noite, trocaram os endereços e foram se mandando pombos correios. Muito pombo correio da cara porque o Sansão apesar de forte, morava nos Combatentes e não podia ir assim para a Maianga logo de primeira por causa dos grupos de luta que existiam naquele tempo.

Começaram a namorar e Dalila não suportava o facto de ter um homem mais cabeludo do que ela. Vezes sem conta ela implorava pelo segredo de Sansão. Ela queria saber de onde ele tirava tanto dinheiro para estar sempre na noite. Mas ele enrolava sempre. Até ao dia em que ela beijou a boca de Sansão (sim, Sansão era um "granda" lento, e nunca havia beijado a namorada; ademais estamos numa época a.C beijar não era fácil) e sussurra palavras de amor e desejos carnais no ouvido do pobre rapaz. Foi assim que ele revela para sua amada que vivia da aparência e que tudo dependia do cabelo.
- As mais velhas pagam para me ter na cama, têm fantasias com homens cabeludos, meus amigos emprestam-me a maioria das suas roupas de marca e assim vou levando a vida.
Naquela época os maridos andavam atrás das "pequena" e as esposas dos grandalhões.

Só que Vamos Lá Ser Sinceros...

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

De 1 de Janeiro ao 4 de Fevereiro

3... 2... 1...
"Chegamô!" "Chegamô!" "Chegamô!" "Mbora" lá dar os "kandandus".
Chegamos ao pior dia do ano e por isso vamos dar um abraço bem forte ao amigo que está ao seu lado. Oops... Desculpa, desculpa! Não foi minha intenção. Nem amigo ao teu lado tens sequer. Pois é, caro amigo, amada amiga, as coisas têm andado altamente periclitantes para o teu lado.

Hoje é o dia que eu estarei pendurado no vosso "wall" do Facebook e perfil do Instagram só a tirar "screenshots" das vossas desculpas esfarrapadas por não terem alguém do vosso lado para chamar de boo. À essa hora, devem estar a ofender as coitadas das vampiras, a desrespeitarem os pobres chifrudos, a falarem que não se empolgam porque os mortos "bonho", ah não, eu "memo tou" então bem sozinha... Xé, carentes dum raio! 

Para início de conversa, deve ficar aqui bem claro que não existe nenhum homem na face dessa terra que está sozinho por decisão própria. Por isso, vocês não estão sozinhos porque querem, mas sim, porque são queridos por ninguém. Meus irmãos, nesse momento de muita luta, muita angústia, muita reflexão; dá sempre uma sensação de estarem na cova... E sim, vocês estão na cova. Sugiro que desfrutem do amor materno, não tens opção melhor. É que hoje mesmo não vai ser fácil, o mundo deixará bem claro quão desgraçado vós sois. "Né" porque às vezes. Bem que eu gostaria de dar-vos força... Mas isso vocês já têm, pois não sei como é que ainda não morreram devido o abandono emocional perpétuo que sentou e cruzou as pernas nas vossas vidas. Vocês mandam já a "tala" resistência. Como é que aguentam dia após dia sem uma mensagem de bom dia, sem uma chamada de alguém que só quis ouvir a vossa voz, saber o vosso estado de saúde? Vocês estão a desperdiçar chances de ouro para se matarem. Essas oportunidades não aparecem duas vezes na vida. Receber chamadas só de familiares e mulheres pedindo boleia são motivos mais do que suficientes para retirarem-se dessa terra. Infelizes... Perderam muito tempo atrás de mulheres que não eram do vosso calibre, que não ripostavam nenhum sinal de amor, que queriam os vossos amigos, agora queres sorrir como se estivesse tudo bem. Muitos miseráveis aproveitar-se-ão desse dia para mandar presentes, para tentar uma última ou primeira vez; só vos digo uma coisa: Rocharás.
Eu tenho amigos que estão há não sei quantos anos no sofrimento, sem alguém para passar a mão no peito sequer, porém, têm a coragem de me dizer que são viciados em sexo. Eu me pergunto: Como é possível alguém na Somália ser viciado em comida?

Se bem que estamos no dia do início da luta armada sentimental, muitas irmãs acham que estamos no dia das mentiras. Querem vir cá "cô" bocas de eu tenho mas não mostro; ah "proque" sou muito cobiçada; ah muitos me querem mas eu não quero; foi minha intenção continuar solteira; não aparecem homens do meu agrado; ah não, do jeito que as coisas andam, muitas traições, prefiro continuar sozinha...
Ok... "Alright"... Antes que continues a nos mentir, faça só o favor de vir cá para o chão; não gosto de me dirigir às pessoas enquanto elas sobem as paredes! Aproveita "memo" já essa ideia dos mortos e se mata porque tem muita gente a morrer também, mas nem por isso te vejo empolgada a se matar. Entretanto para vir dar palpite de que o dia não quer dizer nada, bem rápida!
Olha é assim:
- Quem és tu para dizeres que é um dia normal? Por acaso tens alguém? Se não tens damo num me apareça só a dizer que o dia 14 de Fevereiro é só mais um dia normal porque não é. Hoje é o dia em que o Instagram toma pau de Cabinda, fica duro para muita gente; incluindo você! Num dia como hoje, seus amigos mostrarão toda a sua falta de compaixão. Serão corações, presentes e declarações para todo lado. Você fará de tudo para resistir, mas vais ceder, a inveja é involuntária. Você vai invejar, vai querer banalizar os actos alheios. No entanto, eu digo "uô", quem te mandou?! Andaste a sonhar com um "granda wi", nas orações matinais já nem querem mais saber de saúde, estão a pedir um companheiro com bwé de especificações; epá, "num" dificultem as coisas mais do que elas já estão. Primeiro tens que arranjar um sabão, depois pensa no omo e na lixívia. E bom homem que está tipo água fresca no deserto?! 

Entrementes, posso dizer sem medo de errar que existem certas vantagens em estar só, como por exemplo nenhuma vantagem. Não é todo mundo que tem o privilégio de estar numa situação como essa. Vocês vão ter uma aula prática de Física. Saberão bem quantos minutos tem 24 horas, "tavam a brincá cô vida". Você que está a se fazer de emancipada, não uses esse termo em vão pois será blasfêmia. Emancipação não tem nada a ver com aguentar firme e forte sem um colo bom, sem cama boa, sem beijo gostoso. Agora que estamos aqui, me diz "inda" em "kilander":
- Não te cansas de contar cenas do século passado às tuas amigas toda a hora? Não sentes pena da cara que elas fazem tentando fingir que tu nunca contaste essa?
Se o texto hoje está duro, imagina a realidade? Deixem de confundir o "sozinha por opção" com "falta de opção". Falta de opção é quando os indivíduos que aparecem estão abaixo dos vossos padrões; sozinha por opção é quando aparecem aqueles que têm tudo que querem num homem, mas ainda assim são "tamponados"!
Muitas hoje facilitarão a vida de alguns só para amenizar as coisas. Vão aceitar ser paparicadas por gajos bwé fatelas só para massagear o seu ego. Não ser amada não é fácil!

Falando em não ser amadas... O montão de mulheres mal amadas que receberá presente e declarações falsas. Não falo muito dos homens pois esses são tolos, mas uma mulher sabe quando o homem não lhe toca lá, quando o homem não lhe dá a atenção que ela quer, sabe quando está a faltar sal no namoro pelo cheiro do caldeirão. Adivinhem... Também estarei nos vossos perfis. A coisa estará "braba". Antes é que era "mbora" bom, agora felicidade tem rosto e rede social. Repito, não ser amada é duríssimo. Nem vou falar muito de vocês porque gostam de chorar e eu não quero isso aqui no meu blog.

Mas a festa grande "memo" vai se passar no Viber, Tango e Skype! O "kibutu" de "casal" vivendo um namoro platônico só vem aumentando e hoje ai de quem não estiver online. Eu então que tinha que ir fotografar o acasalamento das pítons numa savana aí qualquer, terei que pedir batatinha às dóceis serpentes para se enrolarem um outro dia, visto que terei que estar online também. A ideia do namoro à distância é tão absurda que é melhor eu não continuar senão vão me deixar!

Contudo, quero dizer-lhes que amem e deixem-se amar, por um, por muitos, por todos. Ame a vida, ame o amor. Todavia, lembre-se que ao ligares para alguém hoje, acontecerá o seguinte:

O Rei dos Bandidos

Poucas coisas me fascinam tanto nesse mundo como a figura de um vilão. Gosto da forma como admitem os seus erros e se dedicam a errar. Os vilões fazem-nos sentir mais humanos. São eles nos filmes que tiram um pouco do ar de ficção e dão-nos a possibilidade de cogitar diversas situações na vida real.
O que seria de um filme de acção sem um vilão? Talvez seria um protagonista dando cabo de um monte de personagens sem valor nenhum e no final, tudo acabar com a possibilidade de uma continuação, pois nada relevante foi conquistado durante o desenrolar da estória. Porém, isso tudo muda quando temos um vilão na estória. O enredo ganha sumo e passa-se então a ter um objectivo que uma vez atingido, permite assim, concluir a estória em grande. Mas isso, isso é no filme, onde tudo acaba. Na vida real...

A vida tem sempre um grande problema que quando solucionado, percebemos que nunca foi tão grande assim. Esses obstáculos fazem-nos continuar a viver com entusiasmo e passar por cada nível cientes de que um dia chegaremos na linha do horizonte, que beberemos a água do oásis, que jogaremos "mete-mete" na linha do Equador... Pois o impossível motiva o ser humano a seguir em frente! A possibilidade de fazer algo que nunca foi feito fascina, intriga, cria um grande objectivo para o filme da vida.

Só que Vamos Lá Ser Sinceros:
- Há dias estive no Festival de Cannes e vi um filme inédito intitulado Angola em que o rei dos bandidos chamava-se sexo. "Maji ondê" que já se viu sexo ser o rei dos "bande"?!

A película cinematográfica narrava várias estórias que terminavam quando o rei dos bandidos fosse morto. Uma das estórias mais marcante foi a do Camelo. Camelo era um jovem que fazia das suas tripas, seu coração para conseguir sexo. Sempre com conversas fúteis muito bem elaboradas, entupia os ouvidos das mulheres à procura do bandido. Na sua óptica, a única forma de ser marcante na vida de uma mulher era por intermédio da extracção da sua água mineral.
Coitado do jovem, mal sabia que isso não era o suficiente para ser lembrado por uma mulher. Este personagem que era carinhosamente chamado de Boneco, morava no Rocha. Era um especialista em conseguir nada com as mulheres, sua inabilidade com elas devia-se muito ao facto de não conseguir dissimular os seus desejos carnais. Não podia ver uma beldade que sua boca se escancarava que nem uma hiena, babava abertamente como se a mulher fosse um lanche. Como era de esperar, só espantava a caça com seu descontrolo natural e uma vez ou outra lhe caíam umas "fesadas".
Camelo nunca percebeu que as mulheres que se envolveram com ele, davam-lhe a bainha mas nunca a alma... Mulheres, e principalmente as angolanas, não entregavam a alma à qualquer "sapatero!"

Só que o filme não ficou por aí... Contou também a vida da Sonhadora, seu nome em hebraico era Numbatebem.
Sonhadora, era aquela mulher que fazia do "tundimbo" um anzol de relacionamento. Ela sempre pensou que a arma certa para matar o perdiz e arrastá-lo num relacionamento era fazer-lhe esperar muito tempo para dar o bife. Ela pensava que desse modo, iria ganhar o jogo. Só que aquilo estava tipo 35 e ela como não girava, lhe matavam sempre na casa.
A coitada da Sonhadora só atraía gajos tipo o Boneco que só queriam sexo dela. Passava dias e noites se perguntando a razão, mas não percebia que para ela o tundimbo era o seu rei dos bandidos, logo quando os artistas "bondavam" o gajo, já não viam motivos de continuar e acabavam subindo letras que culminavam com um FIM! Ela não percebia ainda que de uma certa forma, ela mostrava que falar no microfone de alguém era a coisa mais difícil de se obter dela. Sendo assim, muitos bonecos metidos a atletas organizavam olimpíadas gregas só para superar esse recorde. Oh, a pobre da Numbatebem... O seu filme sempre acabava depois do coito. Era muito triste. Ela mal percebia que tinha uma alma rica e uma mente atraente. A preocupação dela era só com o chefe dos bandidos... Só que havia muitos artistas sedentos por vingança!

Enquanto via o filme, pensei que estivessem a banalizar o sexo. Só que...

Homens são cegos que gostam de ver mulheres. Têm um quadro cheio de informação em braille mas escrita à giz; se apalparem para entenderem o que lá está escrito, perdem a informação. Nem num mês só de Domingos conseguiriam ler; mas tentariam! E é isso que as mulheres são: - Um mar de informações e vivências não partilhadas. Têm a faca e o queijo na mão, mas preferem cortar os seus próprios pulsos.

Em Angola, o filme, bandidos atrás de bandidos eram mortos, as cenas terminavam muito cedo mal se desenvolviam, uns actores fugiam, outros queriam continuação e o foco era o mesmo... Sexo! Enquanto isso a vida aqui fora continuava com o foco na alma!

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Língua de Cão

Wô... Hoje os cães vão ladrar. Aquele que trouxe a língua deles para os livros se foi embora. Aquele que ladrou as "malambas" de todos eles nos livros, bazou "mbora"! E agora?! Quem continuará com a língua dos cães? Só sobraram já modas de Tamoda, eu também não sei ladrar. Cresci ignorando a língua dos que vinham bem lá atrás do passado até conhecer o diplomata dos cães.

Aquele kimbundu e umbundu no meio de tanto português era bom demais, era a "mbunda" grande de uma mulher a desfilar nas ruas esburacadas dos "musseques" de Luanda. Eh, afinal aquela é a língua dos contos vivos, estórias com gostos, vida dos "kimbandas" e xinguiladoras. Aquele então que foi embora criou filhos de muita gente, seus contos saiam do papel para a mente, tinham cola. Assim então, quem mais vai falar dos vários Filitos que andam por aí? Quem mais vai se atrever a roubar os corações das Mananas que se enlouquecem à cada amor perdido?
Quem não tinha então problemas em falar dos seus discursos, bazou! Bazou sem tirar o feitiço das nossas bolas que têm medo de ser originais, as bolas continuam com feitiço de serem falsas. Não somos mais originais de saco. Hoje vamos ladrar... A ironia se foi, o sarcasmo está deitado no chão. Assim agora então, ninguém mais vai falar para ser entendido, vão falar e escrever para estarem certos.

Ua... Agora que voltamos a ser finos... O mato, o bairro, o fino que não diz de onde vem, aquele que com uma esposa em casa vai fazer pedido na segunda, a que fez feitiço para ter homem, aos Kahitus que ainda se arrastam e "ngombelam" filhas alheias, tudo isso vai bazar com ele. Tudo isso voltará a ser palavra do poeta com O. Tudo isso se fechará!
Mas quando Vossa Grandiosidade chegar onde foi, manda só alguém para voltar a meter a língua de cão na folha de papel para abrir a mente daqueles que decidiram miar. Vai bem!

(... nós, que o nosso liceu foi no arranjo da estrada, carregar sacos, apanhar algodão, rachar lenhas, e o pagamento bofetada e pontapé no rabo, pela máquina colonial, e a Universidade foi a cadeia, compreende-se, portanto, que o mais podemos oferecer aos leitores são as imagens que recolhemos durante esses anos de observação directa de factos vividos na sanzala, sem preocuparmo-nos com rendilhados e o estilo de bom português de filhos de escritores. Sou escritor de MULALA NA MBUNDA, misturando português, quimbundo e umbundo. (Os Sobreviventes da Máquina Colonial Depõem)

Eu sou o único pUeta de kimbundu
que se escreve com “U”
no primeiro ano da independência
porque com “O” seria um pUeta com boca fechada
e não gritaria o “VIVA ANGOLA”...

- Uanhenga Xitu)

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Assim Memo Tá Bom?!

Meia noite!

Em minha casa, muita música gospel para lavar a alma. Sinto que um dos meus pés já pisa o chão leve do paraíso.
Começamos cantando louvores de adoração, bem os meus familiares cantavam, eu fazia um som ambiente de fundo composto por sons nasais para dar mais kuyo pois a minha voz iria só destoar tudo.
Depois do louvor, demos as mãos e oramos. Agradecemos por estarmos juntos mais uma vez e podermos partilhar momentos de alegria.
Quando acabamos de orar, achou-se por bem fazermos primeiro a ceia antes do amigo oculto. E digo "memo" já que "inda" bem! Essa lenha infame só iria me cortar o apetite!

Todos os anos é a mesma coisa. Os kotas aqui em casa ficam a meter até os putos nos amigos ocultos e nem é por mal, eu acho que isso é só para aumentar as minhas chances de receber sambapito como presente. Nunca calho com alguém que conheça os meus gostos. Já andam que nem o governo, ficam a obrigar as pessaos, fizeram do amigo oculto uma brincadeira obrigatória; e de muito mau gosto diga-se de passagem. Os que fazem a rifa, começam a escolher os melhores parceiros e assim "num" dá! "Num vamo tá aqui a se menti!" Só de pensar que quando acabar de comer vão começar a anunciar quem calhou com quem, já começo a ficar com uma bola na garganta devido ao nervosismo. Ainda há pouco tempo pedi para Deus me perdoar e já sei que vou pecar feio por hipocrisia. Vão me dar algo que irei detestar e serei obrigado a rir e abraçar a pessoa. Vejam só, ainda serei obrigado a abraçá-la. Quer dizer, vão me tirar do céu, vou ficar na carne, pecar a sério mesmo. Se esse ano o presente for mais inútil que o do ano passado, alguém ficará no terreno. Dessa vez não serei complacente! Vou dar no focinho! Palhaçada! Querem me estragar o Natal. Não pensem que estou a exagerar, esses meus primos não são confiáveis, têm o mau hábito de oferecer caixas de frango. Assim "memo" dá? 

Vamos Lá Ser Sinceros:

Para aquelas pessoas que deveriam oferecer-me prendas e não deram...
Se porventura eu disse para deixar estar, saiba que eu estava no gozo! É muita cara de pau me dizeres que não podes como se a tua desculpa fosse me deixar satisfeito.
Mulheres, se o teu damo disse que não se importa, é mentira! Ele se importou, sim! E nem adianta vir com essa de se embrulhar num presente para se oferecer, tu não és mercadoria. Têm muito dessa de não darem nada ou de comprarem coisas às pressas e ser uma bodega. Coitado do homem é obrigado a rir para não estragar o Natal. Essas coisas comigo mais não! "Tou" a dar olhada e muito "mixoxo".

Epá, minha mãe acabou de gritar amigo oculto. Desconfio que esse seja o sinal que dá o início à minha tortura e a minutos de insatisfação. Tipo vou ganhar um desodorizante... Assim "memo tá" bom?!

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Carta Aberta ao Papai Noel

Papai Noel o tanas. Todo mundo aqui sabe que o meu problema é com o papai EDEL.

Mô kota EDEL, antes de mais nada, espero que essa carta te encontre muito mal de saúde para que mais uma vez não tenhas que responder as minhas inquietações. Tens sido um pai abusivo e incestuoso. Antes era só a noitinha, mas agora... Agora te deitas todos os dias em minha cama. Não me beijas, não me acaricias, nem mais o Natal respeitas. Sinto-me maltratado por ti todos os dias de minha vida ao teu lado.


Esse ano trouxeste o Natal mais cedo. Desde Novembro que as lâmpadas em minha casa não param de piscar como se fossem jogos de luzes.

No meu Benfica já não sabemos mais o que te pedir. Tudo começou quando a nossa boa vida te irritou. Vias-nos felizes por termos um PT (posto de transformação) privado que nos dava energia eléctrica ininterruptamente e nos fazia sorrir sempre que chegássemos à casa. Incomodado com a situação, mandaste desactivar o PT privado para ser a tua rede a fornecer-nos a luz. Papai, eu nem sei porque chamas isso de rede quando é "mbora" um anzol. Desde que regressaste para essas bandas que temos sido violentamente estuprados pelos seus serviços perfeitamente mal prestados. Está tudo tão bem feito que só me resta ficar olhando para o tecto escuro e sentir finalmente o cheirinho bom de carne podre saindo da minha cozinha penetrando nas entranhas das minhas narinas.

Mas quem ouvir falar dessa carta, saberá que estou mentindo. A energia quase que não vai. A energia eléctrica que forneces tem tanta qualidade que nem o telemóvel carrega. Em pleno século 21 e ainda trazes luz fraca pra casa?! Mas "comé" que tens essa "corage? Tás tirá ondé?!" Aham, já sei... Das "barrage!" Essa vontade de nos fazer mal tem que ter uma fonte de abastecimento renovável. Todos os fins de ano é a mesma lenha, cortam sempre o fornecimento de luz e "inda" vêm nos dizer: Ah "proque temo" sobrecarga. Eu pergunto: É quê então que faz com com que a "neré" só baze na casa dos pobres? A sobrecarga é só agora porquê? Assim "memo tá" bom?! 

Hoje em dia quem me diz que não tem luz é pobre, Vamos Lá Ser Sinceros! 
Você também está na operação Dezembro? Quando sais do ginásio mal tens energia para nos dar? É isso?! Já sei, andas a guardar a energia para o show de pirotecnia na marginal! Só pode... Ninguém entende onde metes o que nos pertence. E nunca falhas na hora de vir nos cobrar as notas. Como é que consegues? "Você tá brincá cô vida!"

O teu programa de unidade e reconciliação nacional tem funcionado a todo vapor. Por tua causa, papá, aqui em Angola quando usam a palavra geral é porque a luz foi! Desligas mesmo todo o mundo como quem diz: Se não posso dar neste meu filho, não dou à mais ninguém. Permita-me dizê-lo desde já que fazes muito bem. Poucas coisas nesse mundo doem e inquietam como ver que a tua casa é a única na rua que não tem lá luz. O ódio entre vizinhos começa assim, eu não tenho mas o vizinho mais "malaike"  que não admite puxadas tem. 
Vossa majestade não quer saber para onde a pessoa foi ou de onde veio, se é analfabeto ou um PhD, simplesmente mete todo mundo a gritar "LUJE!"
Nem sei porquê que escrevo isso, se a essa hora ninguém tem energia eléctrica para ler. Mais um Natal que iremos passar na manjedoura, sem electricidade, sem conforto, sem telemóvel... Ai uê telemóvel desligado!

Caros irresponsáveis da EDEL, nós dão lá só "luje" ué! Estou cansado de puxar energia nos "vizinho". Já basta "gatar" a DSTV deles! Um gajo "caté que lembra" o velho ditado que diz:
Quem não tem cão caça com gato. Só não sabíamos que a energia era um cão rafeiro que nunca pararia em casa e que a solução permanente seria o gato!