domingo, 24 de agosto de 2014

Meu Agradecimento à Todos Que Tornam Esse Blog Uma Realidade

Ouvia aquela voz 11 anos mais velha do que a minha olhando profundamente para os olhos dela. A calma com que ela falava e geria qualquer situação era confortante, transmitia calma e muita paz. Facilmente se percebia que ela já havia passado pelo desejo urgente de viver e agora estava na fase de contemplar tudo. Ela tinha essa habilidade de apreciar tudo como ninguém. Apreciava a comida, o vinho e eu. Sentia-me admirado por ela. Eu chegava todo cheio de energia e ela me mandava ter calma. O tempo parava logo ali. Ela dizia:
- Vem que eu quero te beijar, meu miúdo. Gosto quando chegas cheirando a vigor, encosta mais que eu quero te abraçar.
Era tudo dito de forma tão pausada que eu me sentia desprotegido. Ela despia-me a alma antes de deixar o meu corpo nú. Eu mal sabia o que dizer. Meus olhos caíam e um sorriso infantil emergia.
O corpo de uma mulher madura é diferente, sabe à responsabilidade, à privilégio, à maturidade; tenho a sensação que é mais quente também.

O blog levou-me para muitos sítios, mas não contava que me levasse para a cama de certas mulheres também, mas mulheres mesmo de espantar qualquer um. A primeira vez que falamos, senti logo uma energia estranha, como se estivéssemos a exalar desejo bruto. Eu juro que me aproximei com todo o respeito, porém, seria uma desfeita não cobiçar aquele conjunto de curvas finas.
No meio de tanta conversa, ela disse-me que por ter uma personalidade muito séria não se sentia cobiçada e que há muito tempo que não encontrava alguém que tivesse o potencial de a dar prazer puro. Eu ainda estava meio perdido, tentando perceber onde eu me encaixava. Em tom de brincadeira disse:
- Eu não vejo como é possível não seres desejada.
Logo em seguida me arrependo mas ela diz:
- Você me deseja, Mauro? Tu me queres?
Minhas pernas ficaram bambas, meus lábios secaram, senti minhas pupilas dilatarem.
Definitivamente ela só poderia estar a brincar. Soltei uma gargalhada descontrolada e disse:
- Quem não te deseja?
Ela voltou a repetir:
- Tu... Queres-me agora?

sábado, 16 de agosto de 2014

Crédito Habitação - O Sonho do Homem Próprio

Ano 2014 a.C, num mundo esquecido, perdido, perfeito, paralelo e longínquo, existia uma cidade que sua beleza lembrava as pérolas do Atlântico, sua formosura lembrava a sereia que enfeitiçou o mais bravo dos desbravadores e seu nome era de todo especial; chamavam-na de Kianda.
Em Kianda, tudo era uma maravilha. Após longos anos de luta, a elite que governava a cidade conseguiu sanar todos os problemas que afligiam a população. Durante muito tempo, os jovens lutaram muito para realizar o sonho da casa própria. Era duro se formar e depois não ter onde morar. Porém, com a sabedoria de Salomão, criaram programas que davam créditos habitacionais e construíram uma nova centralidade com vários prédios a que chamaram Centralidade da Kitamba. Com a entrada da Kitamba em cena, a casa própria deixou de ser um sonho, tornou-se uma realidade e todo mundo vivia feliz em direcção ao Para Sempre. 

Bem, essa viagem histórica poderia acabar aqui mas sinto-me obrigado a contar-vos sobre os grandes movimentos de solidariedade que surgiram em Kianda. Após terem todos os seus problemas resolvidos, as citadinas sentiram-se assoladas, senão mesmo flageladas, com uma escassez periclitante de homo-sapiens. Se vos dissesse que estava duro ter homem naquela época, estaria a ser muito mentiroso. Na verdade, os sábios daquela era não davam adjectivo nenhum à situação. Diziam apenas que a situação estava. Sim, a situação estava! Era um assunto o qual era proibido cochichar sequer pelos cantos da nobre cidade.

A satrapia que viveu momentos de grandes alegrias e glórias, andava muito triste, pois os homens estavam em via de extinção. Se homens fossem água, muitas mulheres jamais voltariam a tomar banho. Algumas que conseguissem, teriam que tomar o seu maravilhado banho "cô" caneca e só chegaria para duas safas. Como era um problema que estava fora das esferas governamentais, o Executivo não tendo formas de resolver a situação em massa, ajudava onde podia em capacidade pessoal. Assim, começou então um grande movimento de solidariedade denominado "Se Ninguém Sabe, A Gente Come." Esse movimento solidário permitiu que muitas mulheres comessem no prato das outras embora a maioria que participava nesse programa de cariz humanitário não hesitava em cuspir na cara de quem admitisse se beneficiar de tal plano também.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Pouco Tempo É Muito Tempo

Há duas semanas atrás eu completei mais uma risonha primavera. Wow, que lindo, que fofo da minha parte... Consegui fazer mais 365 dias na terra e nunca me senti tão velho em toda a minha vida.

Obviamente, muita gente perguntou quantos anos eu havia feito, e sinceramente; pesava-me a boca, a consciência e o corpo ao ter que dizer a minha idade. Fogo... Eu não acredito que agora eu tenho a idade que tenho e sinto-me obrigado a falar a verdade; logo eu, um mentiroso fiel. Senti a frescura que vem de Benguela e bate no comportamento das mulheres quando se referem à sua idade.

Pois hoje estava eu a conversar com uns amigos, num grupo de chat, e um deles teve a audácia de dizer que eu só tinha 25 anos. "Peraí, peraí, alto lá!" Como assim, só?! Só 25 anos! Ah porque se tu te sentes velho, eu que sou mais velho que tu, sinto-me o quê?
Bem, caro amigo... Eu estou-me nas tintas para o que sentes. Cada "quale" aqui sente o que lhe apetece. Estás a dizer que 25 anos é pouco porque tens mais? E daí?! Vamos Lá Ser Sinceros:

sexta-feira, 6 de junho de 2014

200

Oh, meu, Deus! Estou que não me aguento de medo!

Volta e meia recebo a mesma mensagem de que a criminalidade em Luanda atingiu níveis alarmantes e que devemos ter muito cuidado. Segundo essa mensagem, que é só uma mas as pessoas passam e repassam como se fossem várias, diz que a polícia de Luanda soltou da cadeia 200 criminosos para matá-los cá fora.
Além do pânico e o caos geral que isso causou, algumas pessoas se indagam como o dito grupo dos 200 foi criado. Por azar ou sorte, tive a oportunidade de acompanhar o início desse movimento, e tudo começou com um grupo no WhatsApp. Sim, "incroyable" né? Mas yá, foi "memo" assim que tudo começou. Eram 15 horas e 40 minutos quando Chá Preto criou o grupo. Para poder escolher os melhores bandidos, houve um censo "bandidacional" para recolha dos dados e habilidades de cada quadro nacional que actua nessa área. Não só com o objectivo de ter as informações mais apuradas, este censo permitiu peneirar muitos bandidos incompetentes. Os critérios de selecção foram claros; os escolhidos deveriam ter 5 anos de experiência de assalto, boa dicção para não confundir os clientes durante o roubo, velocidade, ser um descendente de Sparta e ser um exímio topógrafo. 
Por sentirem-se mais fortes que os seus ancestrais, "300 spartanos," decidiram ser apenas 200 para dar mais garra à lenda que estavam prestes a se tornar.

Após a selecção dos membros, seguiram-se várias conversas com nexo e alto teor intelectual no WhatsApp que culminou com o primeiro encontro filantrópico no Doo Bahr com o objectivo de partilharem conhecimento e doarem armas aos gatunos mais necessitados. Lá, elegeram-se alguns cabeças do movimento 200 com destaque ao DP (director de projectos) que imediatamente criou um plano de acção e discursou para o grupo sob o lema: Não é culpa nossa se os que estudaram não conseguem se unir para um bem comum. O encontro ameno terminou e todos saíram de lá alegres com perspectiva de um futuro melhor. Eles finalmente haviam percebido que juntos seriam muito mais fortes.
A noite caiu e no e-mail de todos participantes caiu também a planilha de trabalho com a descrição exacta da função de cada elemento na organização.
Enquanto isso, um bófia fica por dentro da situação e agiliza a prisão destes mesmo energúmenos.

Epá...
Com a chegada desses duzentos elementos na Cadeia Central de Luanda, o que era um espaço verde, lindo e com conforto, tornou-se insuportável. Ficou tudo abarrotado, aqueles que já lá estavam há mais tempo, sentiram que a sua liberdade havia sido retirada, pois os 200 eram muito espaçosos e gostavam de mexer na coisa dos outros, tiravam livros sem avisar, rasgavam os colchões; eram uns "grandas" chatos.
Visto que a situação estava a se tornar cada vez mais incontrolável dentro da cadeia, a polícia achou por bem colocá-los cá fora. Como já lhes dava muita raiva e como é de hábito soltarem 500 bandidos na rua, porque não 200?

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Oops... Partiu!

Ultimamente tenho ouvido muita música antiga. Coisas de 1963 até 1989 só para sentir a alma que os "kotas" colocavam em suas músicas. Eram vozes de verdade, faziam a dor se materializar em algo palpável. Tu ouves a música sobre alguém que a mulher lhe traiu ou lhe abandonou até dá inveja. É tanta penúria que era transmitida que eu "memo" pauso e digo:
- Fogo, também quero sentir isso.
Parece até que não tenho vivido o suficiente. Ao ouvires as reclamações de David Zé ou mesmo as cassetes lentas do Otis Redding, não tem como não perceber que as mulheres de hoje em dia são a toas, "num" são nada!

As mulheres de hoje em dia já não sabem partir um coração em condições. Como é possível você partir o coração de um camelo e ele ainda ter a força e a petulância de cantar os vossos problemas num rap?! Isso é que me deixa "ndikindado!" Ele deveria estar quebrado, destruído, sem forças sequer para cair; ele tem que congelar de tanto calor, você tem que fazer o cabelo dele transpirar, a mágoa dentro dele precisa ser visível, e se possível, palpável. Ele tem que sair do rap pra soul music directo, sem escala, sem nada. As músicas dele não podem passar de 50 bpm. Ele que era armado em "vuzado" e que trocava de "flow" sempre que quisesse, tinha que estar mais lento que o trânsito de Luanda num dia chuvoso. Mas não... Ficam a deixar o gajo como se fosse emprego, vão dando sinais de insatisfação, vão pedindo aumento e depois apresentam a carta de demissão. É claro que ele irá se preparar psicologicamente! Você precisa rebentar com a estabilidade emocional do energúmeno, agarra aquela "mukwenha," atira no chão, pisa, pisa, pisa, pisa, maltrata até virar pó! Ele tem que ter uma trombose, a boca tem que entortar que nem a do Stallone; pois, nós precisamos de cantores doridos, artistas magoados, leões feridos... Só assim iremos ter o mesmo gosto que antigamente. Hoje em dia dizem cantar o que vivem e pouco ou nada nos emociona porque as mulheres como fonte de sabedoria e perdição não têm desempenhado um bom papel. Gostam de deixar esses "jimbuijis" seguros demais! É óbvio que eles não terão assuntos sentimentais para cantar e mesmo aqueles que cantem, não iremos sentir nada por ser tudo encenação. Sejam lá mulheres de verdade e rebentem masé com a muxima desses pronunciadores de palavras em cima dum "beat."

domingo, 4 de maio de 2014

Mãe Polícia, Filho Ladrão

- Uauê... O Mauro mudou, o Mauro mudou, tia! O Mauro mudou! - Assim gritavam aqueles que passavam pelo corredor do meu andar no prédio 186 da Avenida Brasil.
Era tanto tumulto que minha mãe acabou se apercebendo. Saiu a correr e encontrou uma miniatura de meio metro a dar o show nú em piloto na entrada do 6º andar. Sob o efeito supersónico da corrida dela, não percebi quando fui removido de fora para dentro. Ela ficou 10 segundos calada. Embora até hoje eu acredite que tivesse sido 30 minutos de silêncio. Depois daquela demora abismal para se pronunciar sobre a minha performance pública, ela agiu como qualquer outra mãe agiria. Agachou-se até à minha altura, despiu meu ser com o seu olhar perfurador e tocou a minha alma. Sim... Minha mãe tinha aquele dom de nunca mexer com o meu físico. Ela mexia com o meu psicológico! Enquanto ela olhava ardentemente para o seu rebento, eu transpirava quilolitros de suor num dia em que nem estava assim tanto sol lá fora. Aí... Aí eu percebi que estava em palcos de aranha, estava feito ao bife e que estava mais do que certo que iriam brincar com o meu boneco, o meu corpo já não me pertencia. Ela começou então a conversar comigo com uma "granda" galheta da cara! Aquela grelha foi tão bem dada que eu não fui pra frente, nem pra trás... Sentei no chão e algo dentro de mim me aconselhava: Realmente mudar "né" bom, fizeste isso porquê? Queres nos matá?! Mas uma chapada para minha velha era apenas petisco, estava mais para um abre apetite e eu tipo tinha boa pele para levar porrada. Como disse anteriormente ela tocava a minha alma, preferia tocar o meu ser psicológico através do ser físico. Suas cotoveladas, joelhadas e chutes de Muay Thai transcendiam o material para abraçar o meu espírito da assanhadice reverberando todas as palavras de apoio, conforto e juízo que ela proferia e que não sei se era por questões de rimas ou figuras de estilo terminavam sempre "ahm." Era algo tipo:
- Vais fazer mais isso, ahm? (5 chapadas)
- Você já não aprende, ahm? (Combo de 10)

Eram tantas perguntas retóricas que sempre que eu tentasse responder alguma, era como se estivesse a pedir para me matarem "cô" surra. Só sei que aumentavam a intensidade da punição a que estava a ser submetido. Aquelas porradas me deixavam sempre cada vez mais maduro. Tão maduro que eu não repetia as minhas besteiras e isso é que complicava a decisão da minha mãe. Eu tinha uma grande capacidade de não repetir as porcarias que fazia que até eu mesmo me respeitava. Nunca me bateram por ter feito algo duas vezes. Eram sempre novas colecções. Eu era tipo esses miúdos ricos que não repetem as suas roupas. Eram brincadeiras da Armani, lixos da Tom Ford, era tudo top de gama. Eu via o ar de dúvida nos olhos da minha mãe. Ela não acreditava que tinha em casa um génio do suicídio sempre com novas artimanhas para se matar.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Game Over... Press Continue!

Caso estejas perdido, veja o replay

Mas verdade seja dita: As irmãs têm razão de estar solteira. Vocês não são cativantes. Dicas "fatelas" desde manhã até a noite.

Um dos erros crassos que muitos homens cometem é investir bastante na lábia. Tal como um jogo de xadrez que se divide em abertura, meio e finalização; vários homens ainda perdem muito do seu tempo aprendendo e memorizando jogadas de aberturas. Fixam-se muito na ideia de descobrir um abracadabra, um conjunto de palavras que seriam capazes de abrir rios e vales para que pudessem atravessar sempre que pronunciadas nos ouvidos de suas vítimas.

Meu amado irmão, atenção! Esse método está mais do que provado que não funciona, ou pelo menos, não é dos mais modernos. Não existe nenhum "chacho" nesse mundo que te coloca cara à cara com a baliza de uma mulher! Não mesmo! São fachadas misturadas com fantochadas que não levam à lado nenhum. A mulher logo percebe que está perante um inútil, pois as ideias transmitidas estão abarrotadas de clichés.

"Vortando" à analogia do xadrez:
- Não existe nenhum jogo nesse mundo que emule melhor a vida real e os jogos de sedução do que o xadrez. Apesar de todo jogo seguir o fluxo de abertura, meio e finalização. No xadrez ensina-se e solidifica-se as finalizações antes de qualquer outra coisa. O mais importante é o xeque-mate, por isso, é crucial que reconheças uma situação de xeque-mate mesmo que te acordem com uma bofetada das vistas. Não importa o ângulo, posição ou circunstância, ao olhares para o tabuleiro, tu tens que dizer para ti mesmo: Já está!
O jogo segue sempre um fluxo de abertura, meio (desenvolvimento) e o mais eficiente finalizará. A capacidade de reconhecer um jogo ganho ou perdido bem antes do tempo (nem que se concretize após 20 jogadas) é que difere um craque de um pincho amador. Logo, podes perceber que a bem ou mal, o jogo não cai para o xeque-mate após 3 jogadas; mas há um desenvolvimento paulatino até o momento em que se começa a criar vulnerabilidades no jogo da adversária. Nesse momento estás na fase do jogo chamado de meio. O meio é a porta que leva à finalização. Nessa fase de jogo, o intuito é levar o jogo à uma situação de finalização já memorizada. Ou seja, tu observas o estado do jogo e pensas: Preciso fazer esse jogo ter a configuração z que ficaria mais fácil se eu ficasse com as peças x e ela com as peças y. Assim, vais implementando as estratégias para conseguir o que queres mas sabendo de antemão o que fazer quando a oportunidade surgir.

A abertura conta sim, mas de que adianta ter uma boa abertura se não consegues fazer a transição de abertura-meio e meio-finalização? Por permitir maior controle das posições vantajosas no tabuleiro, talvez isso faça com que os aprendizes se concentrem e procurem sempre aberturas que deixariam-lhe numa vantagem clara. No entanto, esse approach de entender aberturas, não ajudará em nada. E é aí onde tudo se liga na hora de seduzir uma mulher.

Por isso, Vamos Lá Ser Sinceros: