- Fogo, também quero sentir isso.
Parece até que não tenho vivido o suficiente. Ao ouvires as reclamações de David Zé ou mesmo as cassetes lentas do Otis Redding, não tem como não perceber que as mulheres de hoje em dia são a toas, "num" são nada!
As mulheres de hoje em dia já não sabem partir um coração em condições. Como é possível você partir o coração de um camelo e ele ainda ter a força e a petulância de cantar os vossos problemas num rap?! Isso é que me deixa "ndikindado!" Ele deveria estar quebrado, destruído, sem forças sequer para cair; ele tem que congelar de tanto calor, você tem que fazer o cabelo dele transpirar, a mágoa dentro dele precisa ser visível, e se possível, palpável. Ele tem que sair do rap pra soul music directo, sem escala, sem nada. As músicas dele não podem passar de 50 bpm. Ele que era armado em "vuzado" e que trocava de "flow" sempre que quisesse, tinha que estar mais lento que o trânsito de Luanda num dia chuvoso. Mas não... Ficam a deixar o gajo como se fosse emprego, vão dando sinais de insatisfação, vão pedindo aumento e depois apresentam a carta de demissão. É claro que ele irá se preparar psicologicamente! Você precisa rebentar com a estabilidade emocional do energúmeno, agarra aquela "mukwenha," atira no chão, pisa, pisa, pisa, pisa, maltrata até virar pó! Ele tem que ter uma trombose, a boca tem que entortar que nem a do Stallone; pois, nós precisamos de cantores doridos, artistas magoados, leões feridos... Só assim iremos ter o mesmo gosto que antigamente. Hoje em dia dizem cantar o que vivem e pouco ou nada nos emociona porque as mulheres como fonte de sabedoria e perdição não têm desempenhado um bom papel. Gostam de deixar esses "jimbuijis" seguros demais! É óbvio que eles não terão assuntos sentimentais para cantar e mesmo aqueles que cantem, não iremos sentir nada por ser tudo encenação. Sejam lá mulheres de verdade e rebentem masé com a muxima desses pronunciadores de palavras em cima dum "beat."