quarta-feira, 16 de setembro de 2015

A Bomba de Combustível

São vinte e uma horas e cinquenta minutos e eu estou a ver um monte de bombas de combustível cheias. Bem, cheias não porque até soam a vazias; elas estão abarrotadas. E tudo por causa de uma possível subida de preço nas tabelas do combustível. Desde manhã que o boato não pára de dar as suas voltas e agora, a noite, os cidadãos põem-se "a se matá cô corrida mais pras bombas"! Estão todos agitados como se fossem baratas e um dono de casa malfeitor tivesse colocado "shaltox" no ar. Elas, muito inteligentemente, foram abastecer como se abastecendo hoje significasse abastecer para sempre! 
E é exactamente isso que nos traz de volta...

Esse grupo de energúmenos e energúmenas não conseguiram responder ou se calhar mesmo fazer as seguintes questões:
1. Abastecer hoje fará o quê?
2. Pouparei exactamente o quê?
3. Até quando terei esse combustível no meu depósito.
E no final, as mais importantes: Quanto vale o meu tempo? Quanto de combustível estou a gastar nesse engarrafamento?

Os que tentaram responder, após o auto-questionário, fizeram uma análise a curto prazo. Pois, a partir de amanhã e para todo o sempre amém, vai custar 200 Kwanzas ou sei lá mais quantos Lweis.

Essa mentalidade que está a ser demonstrada, espelha exactamente como a manipulação funciona e acima de tudo... Como deve funcionar. Essa récua toda acredita que irá poupar de tal forma que sentirá os ganhos dessa acção para os próximos 6 meses. Entretanto, não! Só que o maior desafio de um manipulador é exactamente esse. Como evitar que o seu sujeito tenha uma epifania e deixe de fazer o premeditado? Como fazer com que o óbvio não seja questionado?
Ao observamos o caso das bombas, temos as respostas todinhas aí pra nós, bem estendidinhas, esperando o sol raiar. É muito importante que o seu sujeito tenha uma sensação de ganho ou vitória a curto prazo. Ele tem de se sentir um investidor tipicamente angolano; daqueles que investem em Janeiro e querem ver todo o retorno do seu investimento em Março. E se parares pra analisar, é assim que as pessoas são enganadas! São atraídas e/ou iludidas pelo retorno imediato, por poupar hoje umas "nguirras" duns Kwanzas quando amanhã acabarão por pagar o devido valor e apenas sentir-se-ão ridículos quando forem estigados.

Um bom manipulador precisa criar estratégias que incitem essa corrida desesperadas às bombas ao ponto de ninguém questionar-se sobre o amanhã. Então, algo que podemos retirar directamente desses acontecimentos? Manter a informação do fornecimento como uma incógnita e dar um tempo limite. É inútil dizer à alguém para agir na hora antes que o tempo se esgote. Estarias a mostrar não só muita fraqueza, mas também, uma possível carência na demanda. Daí entra uma das componentes que eu mais adoro: O boato!

segunda-feira, 18 de maio de 2015

11 e 40

"Esse mundo não está bom!"

- O quê?! O que é que "num" tá bom?! O mundo? "Qualé esse mundo que não está fixe? É agora que esse mundo começou a "kuyar". Agora "axim memo" é que as "cuesas" estão no ponto.
Estás a ver quando o feijão de óleo de palma está pronto mas falta apurar pra "kuyar" mais?! Yá, o mundo está assim... Está a apurar! Se o mundo fosse molho, essa seria a parte em que colocariam o "muelele" na panela pra engrossar bem aquela lenha para quando o funge descair no prato; aquilo é só já se "matá côs sabor"... Porque "né" molho de brincadeira que essa funjada mundial anda a pedir. Esse molho estão a lhe fazer com muita calma, mas muita calma mesmo. O feijão então já nem se fala. Aquilo é "le fazê" no mínimo.

São 11 horas e 40 minutos na Terra.
O "mambo" está mesmo a cheirar bem. Começaram a cozinhar às 6, o pitéu das 12. É obra, "num brinca cô vida"! Toda a casa cheira à bom almoço. Aquele aroma de "macôco" paira no ar e até os mais constipados sentem o cheiro. Oh, que essência divina de se inalar. Fecho os meus olhos e sinto o prato de feijão de óleo de palma se aproximar com rodelas de batata doce ao lado e para a minha surpresa... Meteram também um bom kalafate de lado para melhorar a minha vida. A Terra anda com essas saídas: Quanto menos esperas... BOOM! Um lindo presente para ti. Não tem como não te maravilhares!

Eu olho para o mundo que me rodeia e grito "YES, conseguimos!" Finalmente temos as coisas do jeito que a gente sempre quis. E não vamos só vir aqui com muitas dicas e "dikelengos" ah porque não "memo" Sebem, você é pai grande! Vamos antes de tudo isso, Lá Ser Sinceros!

segunda-feira, 11 de maio de 2015

David Beckham

Era suposto entrar aqui a cumprimentar, mas só o faço quando me dirijo à pessoas dignas do meu respeito. O que evidentemente não é o caso aqui! Muito sinceramente, eu já não sei o que fazer com essas borboletas masculinas que têm sobrevoado o nosso espaço aéreo livres, suaves, frágeis e coloridas demais.

Quando tudo começou, era suposto ser só físico. Diziam que todos aqueles que se opunham às transformações capilares, dérmicas e ou comportamentais, eram não só retrógrados, mas também, preconceituosos. Eu admito que durante muito tempo julguei que fosse mero preconceito. "Afinale memo" não! Os "kotas" tinham razão... Esses costumes "mundelo-beckhaniano" não ficavam pela superfície física. Eles migravam e impregnavam-se na alma, hábitos, costumes e na psique do homem.

É com lágrimas nos quatro cantos dos olhos que hoje vemos que os homens são as garinas! São eles quem dão trabalho. Homens frutificaram-se e enquanto as mulheres se "masculinizam," os homens se "frutabilizam!" Frutabilizam, sim... Aquilo nem é afeminar! Em pleno século da saia curta, era das sem cuecas porque a tanga não pode marcar no vestido, são os homens quem dizem ter dores de cabeça, são eles que destratam as mulheres porque têm "problemas pessoais!"

Ora, Vamos Lá Ser Sinceros nessa lenha!