domingo, 24 de agosto de 2014

Meu Agradecimento à Todos Que Tornam Esse Blog Uma Realidade

Ouvia aquela voz 11 anos mais velha do que a minha olhando profundamente para os olhos dela. A calma com que ela falava e geria qualquer situação era confortante, transmitia calma e muita paz. Facilmente se percebia que ela já havia passado pelo desejo urgente de viver e agora estava na fase de contemplar tudo. Ela tinha essa habilidade de apreciar tudo como ninguém. Apreciava a comida, o vinho e eu. Sentia-me admirado por ela. Eu chegava todo cheio de energia e ela me mandava ter calma. O tempo parava logo ali. Ela dizia:
- Vem que eu quero te beijar, meu miúdo. Gosto quando chegas cheirando a vigor, encosta mais que eu quero te abraçar.
Era tudo dito de forma tão pausada que eu me sentia desprotegido. Ela despia-me a alma antes de deixar o meu corpo nú. Eu mal sabia o que dizer. Meus olhos caíam e um sorriso infantil emergia.
O corpo de uma mulher madura é diferente, sabe à responsabilidade, à privilégio, à maturidade; tenho a sensação que é mais quente também.

O blog levou-me para muitos sítios, mas não contava que me levasse para a cama de certas mulheres também, mas mulheres mesmo de espantar qualquer um. A primeira vez que falamos, senti logo uma energia estranha, como se estivéssemos a exalar desejo bruto. Eu juro que me aproximei com todo o respeito, porém, seria uma desfeita não cobiçar aquele conjunto de curvas finas.
No meio de tanta conversa, ela disse-me que por ter uma personalidade muito séria não se sentia cobiçada e que há muito tempo que não encontrava alguém que tivesse o potencial de a dar prazer puro. Eu ainda estava meio perdido, tentando perceber onde eu me encaixava. Em tom de brincadeira disse:
- Eu não vejo como é possível não seres desejada.
Logo em seguida me arrependo mas ela diz:
- Você me deseja, Mauro? Tu me queres?
Minhas pernas ficaram bambas, meus lábios secaram, senti minhas pupilas dilatarem.
Definitivamente ela só poderia estar a brincar. Soltei uma gargalhada descontrolada e disse:
- Quem não te deseja?
Ela voltou a repetir:
- Tu... Queres-me agora?

sábado, 16 de agosto de 2014

Crédito Habitação - O Sonho do Homem Próprio

Ano 2014 a.C, num mundo esquecido, perdido, perfeito, paralelo e longínquo, existia uma cidade que sua beleza lembrava as pérolas do Atlântico, sua formosura lembrava a sereia que enfeitiçou o mais bravo dos desbravadores e seu nome era de todo especial; chamavam-na de Kianda.
Em Kianda, tudo era uma maravilha. Após longos anos de luta, a elite que governava a cidade conseguiu sanar todos os problemas que afligiam a população. Durante muito tempo, os jovens lutaram muito para realizar o sonho da casa própria. Era duro se formar e depois não ter onde morar. Porém, com a sabedoria de Salomão, criaram programas que davam créditos habitacionais e construíram uma nova centralidade com vários prédios a que chamaram Centralidade da Kitamba. Com a entrada da Kitamba em cena, a casa própria deixou de ser um sonho, tornou-se uma realidade e todo mundo vivia feliz em direcção ao Para Sempre. 

Bem, essa viagem histórica poderia acabar aqui mas sinto-me obrigado a contar-vos sobre os grandes movimentos de solidariedade que surgiram em Kianda. Após terem todos os seus problemas resolvidos, as citadinas sentiram-se assoladas, senão mesmo flageladas, com uma escassez periclitante de homo-sapiens. Se vos dissesse que estava duro ter homem naquela época, estaria a ser muito mentiroso. Na verdade, os sábios daquela era não davam adjectivo nenhum à situação. Diziam apenas que a situação estava. Sim, a situação estava! Era um assunto o qual era proibido cochichar sequer pelos cantos da nobre cidade.

A satrapia que viveu momentos de grandes alegrias e glórias, andava muito triste, pois os homens estavam em via de extinção. Se homens fossem água, muitas mulheres jamais voltariam a tomar banho. Algumas que conseguissem, teriam que tomar o seu maravilhado banho "cô" caneca e só chegaria para duas safas. Como era um problema que estava fora das esferas governamentais, o Executivo não tendo formas de resolver a situação em massa, ajudava onde podia em capacidade pessoal. Assim, começou então um grande movimento de solidariedade denominado "Se Ninguém Sabe, A Gente Come." Esse movimento solidário permitiu que muitas mulheres comessem no prato das outras embora a maioria que participava nesse programa de cariz humanitário não hesitava em cuspir na cara de quem admitisse se beneficiar de tal plano também.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Pouco Tempo É Muito Tempo

Há duas semanas atrás eu completei mais uma risonha primavera. Wow, que lindo, que fofo da minha parte... Consegui fazer mais 365 dias na terra e nunca me senti tão velho em toda a minha vida.

Obviamente, muita gente perguntou quantos anos eu havia feito, e sinceramente; pesava-me a boca, a consciência e o corpo ao ter que dizer a minha idade. Fogo... Eu não acredito que agora eu tenho a idade que tenho e sinto-me obrigado a falar a verdade; logo eu, um mentiroso fiel. Senti a frescura que vem de Benguela e bate no comportamento das mulheres quando se referem à sua idade.

Pois hoje estava eu a conversar com uns amigos, num grupo de chat, e um deles teve a audácia de dizer que eu só tinha 25 anos. "Peraí, peraí, alto lá!" Como assim, só?! Só 25 anos! Ah porque se tu te sentes velho, eu que sou mais velho que tu, sinto-me o quê?
Bem, caro amigo... Eu estou-me nas tintas para o que sentes. Cada "quale" aqui sente o que lhe apetece. Estás a dizer que 25 anos é pouco porque tens mais? E daí?! Vamos Lá Ser Sinceros:

sexta-feira, 6 de junho de 2014

200

Oh, meu, Deus! Estou que não me aguento de medo!

Volta e meia recebo a mesma mensagem de que a criminalidade em Luanda atingiu níveis alarmantes e que devemos ter muito cuidado. Segundo essa mensagem, que é só uma mas as pessoas passam e repassam como se fossem várias, diz que a polícia de Luanda soltou da cadeia 200 criminosos para matá-los cá fora.
Além do pânico e o caos geral que isso causou, algumas pessoas se indagam como o dito grupo dos 200 foi criado. Por azar ou sorte, tive a oportunidade de acompanhar o início desse movimento, e tudo começou com um grupo no WhatsApp. Sim, "incroyable" né? Mas yá, foi "memo" assim que tudo começou. Eram 15 horas e 40 minutos quando Chá Preto criou o grupo. Para poder escolher os melhores bandidos, houve um censo "bandidacional" para recolha dos dados e habilidades de cada quadro nacional que actua nessa área. Não só com o objectivo de ter as informações mais apuradas, este censo permitiu peneirar muitos bandidos incompetentes. Os critérios de selecção foram claros; os escolhidos deveriam ter 5 anos de experiência de assalto, boa dicção para não confundir os clientes durante o roubo, velocidade, ser um descendente de Sparta e ser um exímio topógrafo. 
Por sentirem-se mais fortes que os seus ancestrais, "300 spartanos," decidiram ser apenas 200 para dar mais garra à lenda que estavam prestes a se tornar.

Após a selecção dos membros, seguiram-se várias conversas com nexo e alto teor intelectual no WhatsApp que culminou com o primeiro encontro filantrópico no Doo Bahr com o objectivo de partilharem conhecimento e doarem armas aos gatunos mais necessitados. Lá, elegeram-se alguns cabeças do movimento 200 com destaque ao DP (director de projectos) que imediatamente criou um plano de acção e discursou para o grupo sob o lema: Não é culpa nossa se os que estudaram não conseguem se unir para um bem comum. O encontro ameno terminou e todos saíram de lá alegres com perspectiva de um futuro melhor. Eles finalmente haviam percebido que juntos seriam muito mais fortes.
A noite caiu e no e-mail de todos participantes caiu também a planilha de trabalho com a descrição exacta da função de cada elemento na organização.
Enquanto isso, um bófia fica por dentro da situação e agiliza a prisão destes mesmo energúmenos.

Epá...
Com a chegada desses duzentos elementos na Cadeia Central de Luanda, o que era um espaço verde, lindo e com conforto, tornou-se insuportável. Ficou tudo abarrotado, aqueles que já lá estavam há mais tempo, sentiram que a sua liberdade havia sido retirada, pois os 200 eram muito espaçosos e gostavam de mexer na coisa dos outros, tiravam livros sem avisar, rasgavam os colchões; eram uns "grandas" chatos.
Visto que a situação estava a se tornar cada vez mais incontrolável dentro da cadeia, a polícia achou por bem colocá-los cá fora. Como já lhes dava muita raiva e como é de hábito soltarem 500 bandidos na rua, porque não 200?

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Oops... Partiu!

Ultimamente tenho ouvido muita música antiga. Coisas de 1963 até 1989 só para sentir a alma que os "kotas" colocavam em suas músicas. Eram vozes de verdade, faziam a dor se materializar em algo palpável. Tu ouves a música sobre alguém que a mulher lhe traiu ou lhe abandonou até dá inveja. É tanta penúria que era transmitida que eu "memo" pauso e digo:
- Fogo, também quero sentir isso.
Parece até que não tenho vivido o suficiente. Ao ouvires as reclamações de David Zé ou mesmo as cassetes lentas do Otis Redding, não tem como não perceber que as mulheres de hoje em dia são a toas, "num" são nada!

As mulheres de hoje em dia já não sabem partir um coração em condições. Como é possível você partir o coração de um camelo e ele ainda ter a força e a petulância de cantar os vossos problemas num rap?! Isso é que me deixa "ndikindado!" Ele deveria estar quebrado, destruído, sem forças sequer para cair; ele tem que congelar de tanto calor, você tem que fazer o cabelo dele transpirar, a mágoa dentro dele precisa ser visível, e se possível, palpável. Ele tem que sair do rap pra soul music directo, sem escala, sem nada. As músicas dele não podem passar de 50 bpm. Ele que era armado em "vuzado" e que trocava de "flow" sempre que quisesse, tinha que estar mais lento que o trânsito de Luanda num dia chuvoso. Mas não... Ficam a deixar o gajo como se fosse emprego, vão dando sinais de insatisfação, vão pedindo aumento e depois apresentam a carta de demissão. É claro que ele irá se preparar psicologicamente! Você precisa rebentar com a estabilidade emocional do energúmeno, agarra aquela "mukwenha," atira no chão, pisa, pisa, pisa, pisa, maltrata até virar pó! Ele tem que ter uma trombose, a boca tem que entortar que nem a do Stallone; pois, nós precisamos de cantores doridos, artistas magoados, leões feridos... Só assim iremos ter o mesmo gosto que antigamente. Hoje em dia dizem cantar o que vivem e pouco ou nada nos emociona porque as mulheres como fonte de sabedoria e perdição não têm desempenhado um bom papel. Gostam de deixar esses "jimbuijis" seguros demais! É óbvio que eles não terão assuntos sentimentais para cantar e mesmo aqueles que cantem, não iremos sentir nada por ser tudo encenação. Sejam lá mulheres de verdade e rebentem masé com a muxima desses pronunciadores de palavras em cima dum "beat."

domingo, 4 de maio de 2014

Mãe Polícia, Filho Ladrão

- Uauê... O Mauro mudou, o Mauro mudou, tia! O Mauro mudou! - Assim gritavam aqueles que passavam pelo corredor do meu andar no prédio 186 da Avenida Brasil.
Era tanto tumulto que minha mãe acabou se apercebendo. Saiu a correr e encontrou uma miniatura de meio metro a dar o show nú em piloto na entrada do 6º andar. Sob o efeito supersónico da corrida dela, não percebi quando fui removido de fora para dentro. Ela ficou 10 segundos calada. Embora até hoje eu acredite que tivesse sido 30 minutos de silêncio. Depois daquela demora abismal para se pronunciar sobre a minha performance pública, ela agiu como qualquer outra mãe agiria. Agachou-se até à minha altura, despiu meu ser com o seu olhar perfurador e tocou a minha alma. Sim... Minha mãe tinha aquele dom de nunca mexer com o meu físico. Ela mexia com o meu psicológico! Enquanto ela olhava ardentemente para o seu rebento, eu transpirava quilolitros de suor num dia em que nem estava assim tanto sol lá fora. Aí... Aí eu percebi que estava em palcos de aranha, estava feito ao bife e que estava mais do que certo que iriam brincar com o meu boneco, o meu corpo já não me pertencia. Ela começou então a conversar comigo com uma "granda" galheta da cara! Aquela grelha foi tão bem dada que eu não fui pra frente, nem pra trás... Sentei no chão e algo dentro de mim me aconselhava: Realmente mudar "né" bom, fizeste isso porquê? Queres nos matá?! Mas uma chapada para minha velha era apenas petisco, estava mais para um abre apetite e eu tipo tinha boa pele para levar porrada. Como disse anteriormente ela tocava a minha alma, preferia tocar o meu ser psicológico através do ser físico. Suas cotoveladas, joelhadas e chutes de Muay Thai transcendiam o material para abraçar o meu espírito da assanhadice reverberando todas as palavras de apoio, conforto e juízo que ela proferia e que não sei se era por questões de rimas ou figuras de estilo terminavam sempre "ahm." Era algo tipo:
- Vais fazer mais isso, ahm? (5 chapadas)
- Você já não aprende, ahm? (Combo de 10)

Eram tantas perguntas retóricas que sempre que eu tentasse responder alguma, era como se estivesse a pedir para me matarem "cô" surra. Só sei que aumentavam a intensidade da punição a que estava a ser submetido. Aquelas porradas me deixavam sempre cada vez mais maduro. Tão maduro que eu não repetia as minhas besteiras e isso é que complicava a decisão da minha mãe. Eu tinha uma grande capacidade de não repetir as porcarias que fazia que até eu mesmo me respeitava. Nunca me bateram por ter feito algo duas vezes. Eram sempre novas colecções. Eu era tipo esses miúdos ricos que não repetem as suas roupas. Eram brincadeiras da Armani, lixos da Tom Ford, era tudo top de gama. Eu via o ar de dúvida nos olhos da minha mãe. Ela não acreditava que tinha em casa um génio do suicídio sempre com novas artimanhas para se matar.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Game Over... Press Continue!

Caso estejas perdido, veja o replay

Mas verdade seja dita: As irmãs têm razão de estar solteira. Vocês não são cativantes. Dicas "fatelas" desde manhã até a noite.

Um dos erros crassos que muitos homens cometem é investir bastante na lábia. Tal como um jogo de xadrez que se divide em abertura, meio e finalização; vários homens ainda perdem muito do seu tempo aprendendo e memorizando jogadas de aberturas. Fixam-se muito na ideia de descobrir um abracadabra, um conjunto de palavras que seriam capazes de abrir rios e vales para que pudessem atravessar sempre que pronunciadas nos ouvidos de suas vítimas.

Meu amado irmão, atenção! Esse método está mais do que provado que não funciona, ou pelo menos, não é dos mais modernos. Não existe nenhum "chacho" nesse mundo que te coloca cara à cara com a baliza de uma mulher! Não mesmo! São fachadas misturadas com fantochadas que não levam à lado nenhum. A mulher logo percebe que está perante um inútil, pois as ideias transmitidas estão abarrotadas de clichés.

"Vortando" à analogia do xadrez:
- Não existe nenhum jogo nesse mundo que emule melhor a vida real e os jogos de sedução do que o xadrez. Apesar de todo jogo seguir o fluxo de abertura, meio e finalização. No xadrez ensina-se e solidifica-se as finalizações antes de qualquer outra coisa. O mais importante é o xeque-mate, por isso, é crucial que reconheças uma situação de xeque-mate mesmo que te acordem com uma bofetada das vistas. Não importa o ângulo, posição ou circunstância, ao olhares para o tabuleiro, tu tens que dizer para ti mesmo: Já está!
O jogo segue sempre um fluxo de abertura, meio (desenvolvimento) e o mais eficiente finalizará. A capacidade de reconhecer um jogo ganho ou perdido bem antes do tempo (nem que se concretize após 20 jogadas) é que difere um craque de um pincho amador. Logo, podes perceber que a bem ou mal, o jogo não cai para o xeque-mate após 3 jogadas; mas há um desenvolvimento paulatino até o momento em que se começa a criar vulnerabilidades no jogo da adversária. Nesse momento estás na fase do jogo chamado de meio. O meio é a porta que leva à finalização. Nessa fase de jogo, o intuito é levar o jogo à uma situação de finalização já memorizada. Ou seja, tu observas o estado do jogo e pensas: Preciso fazer esse jogo ter a configuração z que ficaria mais fácil se eu ficasse com as peças x e ela com as peças y. Assim, vais implementando as estratégias para conseguir o que queres mas sabendo de antemão o que fazer quando a oportunidade surgir.

A abertura conta sim, mas de que adianta ter uma boa abertura se não consegues fazer a transição de abertura-meio e meio-finalização? Por permitir maior controle das posições vantajosas no tabuleiro, talvez isso faça com que os aprendizes se concentrem e procurem sempre aberturas que deixariam-lhe numa vantagem clara. No entanto, esse approach de entender aberturas, não ajudará em nada. E é aí onde tudo se liga na hora de seduzir uma mulher.

Por isso, Vamos Lá Ser Sinceros:

domingo, 30 de março de 2014

Ética e Profissionalismo Numa Aventura Tundimbal

Não posso!
Meu!
Temos que ficar por aqui.
Até quando?!
Eu já não aguento mais! - Fim da linha.

Por definição, jogos são actividades organizadas com objectivos distrativos onde pretende-se passar uma mensagem para os jogadores (vencedores e perdedores). Pode envolver dois ou mais jogando entre si como adversários ou cooperativamente com grupos de adversários. É importante que um jogo tenha adversários interagindo e como resultado de tal interacção exista um vencedor e um perdedor.

Preste bem atenção, que a definição diz que as pessoas envolvidas num jogo ou são adversários, ou cooperam entre si com grupos de adversários. Não diz que são adversários e cooperam entre si. Tem sempre um vencedor e um perdedor e não que tem sempre ou vencedores ou perdedores. A definição implicitamente diz que um andará sobre o asfalto e outro na lama.

Bem... Isso era assim até começarem com o jogo do Amor... E pelo amor de Deus, não me venham cá dizer que não é um jogo. É um jogo bastante interessante onde duas pessoas vivem momentos íntimos e acesos sem possuir o outro.

Nos dias de hoje, algumas coisas passam e ficam somente pelo sexo. A chamada aventura "tundimbal." Resumidamente é algo mais ou menos assim:
- Eu quero, tu queres... Porque não?!

O problema do amor é que ele é lixado, decrépito, gorado, matreiro e desleal. Diferentemente de qualquer outro jogo, um único ser não ganha este jogo. Ou ganham os dois, ou perdem os dois! Não existe essa de ele ganhou e ela perdeu ou vice-versa. No amor são os dois parceiros e adversários. Sim... Sim! Não devia, mas é assim. Há um jogo no meio disso tudo, apesar de negarmos constantemente.
Queremos prender o adversário nas nossas teias ou tê-lo nas nossas mãos. No entanto, não percebemos que é tudo tão recíproco ao ponto de nos envolvermos na mesma teia que queríamos prender a outra pessoa.
Já não conseguimos ficar um dia sem falar com aquela pessoa, queremos mandar mensagens da bosta somente por ter tido vontade e mais um monte de comportamentos infantis que mal conseguimos explicar.
Continuamos com a ideia de que somos apenas "tundimbadores" profissionais (entenda-se profissionais como "cacussadores" que não misturam as coisas), mas é pura mentira. O bastardo sorrateiro do amor já te penetrou, começa a fazer um monte de lixo com a tua vida, a mijar nos pilares do teu juízo, e se bem me lembro, o prédio da DNIC caiu de tanto mijarem nos pilares do prédio; e se prédio que é prédio cai, imagina o juízo?! A verdade mesmo é que começas a perder a ética e o profissionalismo. Sentes coisas que não são da tua competência como ciúmes, queres fazer docinho quando combinam algum serviço e ainda por cima tens que lidar com o que a sociedade pensa sobre o amor. Como se não estivesses confuso o suficiente, aparecem sempre aquelas definições baratas que dizem que só é sentimento supremo se e só se as regras, teoremas e postulados x, y e z forem verdadeiras.

Nesse universo de o que é amor e o que não é. Pouco se fala de um grande catalisador de amores. O sexo! Infelizmente, todo o relacionamento que começa com fins sexuais passa por uma tempestade que só aguenta quem tem a natureza mística da Ponte Molhada do Benfica. Poucos, senão mesmo muito poucos, aceitam continuar numa relação somente sexual ao se transformar numa rotina amorosa. Eis que começa o verdadeiro jogo. Quem vai ganhar, quem vai perder?

Entretanto, já que todo mundo fala o que bem entende, porque não apresentarmos alguns postulados que iluminam o caminho daqueles que não querem se apaixonar pelas suas aventuras sexuais? O que fazer para manter essa relação dentro da ética e do profissionalismo? Como não cair dentro do abismo da sedução, paixão e seus companheiros?

Bem, depois de muitos anos de estudos afincados, cientistas renomados publicaram um resumo daquilo que eles consideram fundamental para evitar acidentes de percurso:

1 - Sob circunstância nenhuma troquem carícias e/ou abraços após o acto "tundimbal."
Carícias e abraços são instrumentos preliminares e não pós-liminares. São os maiores fabricantes de afecto e conexão que existem no mundo. Eles não brincam em serviço. Dois toques e já estás "male." Todo derretido da tua vida nos braços de alguém que tu só querias te divertir.

terça-feira, 18 de março de 2014

Sansão e Dalila

Segundo a sua descrição na Bíblia hebraica, Sansão foi um homem nazireu, filho de Manoá, nascido de mãe estéril e que liderou os israelitas contra os filisteus de 1177 a.C. a 1157 a.C.

Distinguia-se por ser portador de uma força sobre-humana que era fornecida pelo Espírito do Senhor enquanto se mantivesse obediente ao Senhor dos Exércitos.
De acordo com o texto bíblico, Sansão apaixonou-se por Dalila, uma mulher filisteia, a qual o traiu entregando-o aos chefes de sua nação, por grandes somas de ouro e estatuto social. Reza a estória que Dalila beijou a boca do juiz Sansão e com toda a destreza fomentada pela sede do poder conseguiu extrair o segredo do nazireu que disse-lhe que sua força dependia dos seus longos cabelos que por promessa à Deus nunca haviam sido cortados. Depois de ter revelado seu ponto fraco à filisteia, ela fê-lo dormir e cortou o cabelo do homem enquanto dormia... E blá blá blá...

Blá blá blá, pois, como todos nós sabemos, isso não passa de uma mentira gritante que os europeus criaram para mais uma vez usurparem de nós um grande conto e excluírem-nos da equação sem os devidos créditos. Entretanto, a verdade tarda; mas chega. E eis que hoje iremos contar o que realmente aconteceu naquela época.

Para início de conversa, Dalila era angolana. Sim, sim, sim... Dalila, Lilas, Lili ou Mana Li como era carinhosamente chamada, morava na Maianga. Lá nos anos de 1165 a.C (antes de Cristo). Mulher muito vaidosa, gingado escorregadio como uma jibóia e bunda que parecia perfume, onde passava deixava marca; as pessoas não paravam de falar tão cedo. Se ela passasse numa rua às 13 horas, até às 17 horas ainda era possível encontrar homens a babarem e os restos mortais daqueles que presenciaram o seu desfile. Como ela mesma dizia: - Temos que ter "standards." Logo, não preciso aqui dizer que a Lili era uma das mais achadas de todo o reino Ngola.

Com suas manias e sonhos sumptuosos, Dalila ia à escola simplesmente. Não estudava! Ia à escola. Sabia ler e escrever o suficiente para publicar os desenhos e esculturas que dedicavam à ela no seu "AntesGram", mas nunca tencionou viver do seu próprio suor. Ela dizia abertamente que com aquele corpo sinuoso que possuía; mais tarde ou mais cedo iria aparecer alguém que fosse lhe tirar da Maianga e lhe daria apartamentos no Talatona, metade do Mussulo, 3 blocos no Kilamba para a família morar, Range Rover, V8's e tudo mais que ela tinha direito. Constantemente mandava indirecta às moças que tinham os mesmos sonhos que ela, criticava aquelas que percorriam e seguiam as suas pegadas. Basicamente, mana Li sofria de ter dedo. Toda a hora a apontar o dedo às outras mas não reparava que haviam 3 a apontarem de volta para ela.

Você agora pode estar a dizer:
- Oh, então a Lilas era mesmo poderosa...
Quase isso. Ela só não se sentia a Afrodite porque via em si um grande defeito. Dalila era "katota," ou seja, ela chamava seu cabelo de ruim, ruim, ruim, ruim que podia fazer e desfazer mas o cabelo nada. Por ser muito achada, na rua diziam que o cabelo dela era à prova d'água, que dava para fazer relógio. O que fazia com que ela detestasse ainda mais a sua condição capilar.
Como naquela época ser branca é que batia, ela queria ser uma delas. Todas as revistas evidenciavam mulheres com cabelos longos e lisos. Essas revistas e mesmo a televisão daquela época eram conhecidas como fomentadoras do "tabaterismo" que fizeram com que mana Li quisesse ter o cabelo daquele jeito que ela sempre viu. Na sua busca pela aparência perfeita, Lili inventou o pente de ferro que aquecido dava para desfrisar o cabelo e... Aquele produto que levou o seu nome ao estrelato nacional. Dalila inventou o TCB! Ela e suas seguidoras queimavam e mais queimavam o couro cabeludo. Tudo para sair às ruas e ver o vento sacudir o seu cabelo; obviamente sem sucesso.

Foi assim que surge na vida dela Sansão. Homem forte, gajo "caenxe," olhos castanhos claros, aparentemente rico, 1 metro e 88 de altura e 60 centímetros de cabelos longos. Epá... Aquilo foi tiro e queda para Dalila. Ela passou-se com o camarada. Foram apresentados por um amigo em comum no Chiuaua. Eles aí na área VIP. Sansão já armado em o pai grande das garotas. Ficava parado a noite toda "xé de braço," mal conseguia se movimentar. Parecia ter um horário para mudar de pausa. Independentemente de não se mexer muito, as damas lhe morriam tipo nada.
Ao tocar aquele cabelo sedoso, ela derreteu-se!

Depois daquela noite, trocaram os endereços e foram se mandando pombos correios. Muito pombo correio da cara porque o Sansão apesar de forte, morava nos Combatentes e não podia ir assim para a Maianga logo de primeira por causa dos grupos de luta que existiam naquele tempo.

Começaram a namorar e Dalila não suportava o facto de ter um homem mais cabeludo do que ela. Vezes sem conta ela implorava pelo segredo de Sansão. Ela queria saber de onde ele tirava tanto dinheiro para estar sempre na noite. Mas ele enrolava sempre. Até ao dia em que ela beijou a boca de Sansão (sim, Sansão era um "granda" lento, e nunca havia beijado a namorada; ademais estamos numa época a.C beijar não era fácil) e sussurra palavras de amor e desejos carnais no ouvido do pobre rapaz. Foi assim que ele revela para sua amada que vivia da aparência e que tudo dependia do cabelo.
- As mais velhas pagam para me ter na cama, têm fantasias com homens cabeludos, meus amigos emprestam-me a maioria das suas roupas de marca e assim vou levando a vida.
Naquela época os maridos andavam atrás das "pequena" e as esposas dos grandalhões.

Só que Vamos Lá Ser Sinceros...

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

De 1 de Janeiro ao 4 de Fevereiro

3... 2... 1...
"Chegamô!" "Chegamô!" "Chegamô!" "Mbora" lá dar os "kandandus".
Chegamos ao pior dia do ano e por isso vamos dar um abraço bem forte ao amigo que está ao seu lado. Oops... Desculpa, desculpa! Não foi minha intenção. Nem amigo ao teu lado tens sequer. Pois é, caro amigo, amada amiga, as coisas têm andado altamente periclitantes para o teu lado.

Hoje é o dia que eu estarei pendurado no vosso "wall" do Facebook e perfil do Instagram só a tirar "screenshots" das vossas desculpas esfarrapadas por não terem alguém do vosso lado para chamar de boo. À essa hora, devem estar a ofender as coitadas das vampiras, a desrespeitarem os pobres chifrudos, a falarem que não se empolgam porque os mortos "bonho", ah não, eu "memo tou" então bem sozinha... Xé, carentes dum raio! 

Para início de conversa, deve ficar aqui bem claro que não existe nenhum homem na face dessa terra que está sozinho por decisão própria. Por isso, vocês não estão sozinhos porque querem, mas sim, porque são queridos por ninguém. Meus irmãos, nesse momento de muita luta, muita angústia, muita reflexão; dá sempre uma sensação de estarem na cova... E sim, vocês estão na cova. Sugiro que desfrutem do amor materno, não tens opção melhor. É que hoje mesmo não vai ser fácil, o mundo deixará bem claro quão desgraçado vós sois. "Né" porque às vezes. Bem que eu gostaria de dar-vos força... Mas isso vocês já têm, pois não sei como é que ainda não morreram devido o abandono emocional perpétuo que sentou e cruzou as pernas nas vossas vidas. Vocês mandam já a "tala" resistência. Como é que aguentam dia após dia sem uma mensagem de bom dia, sem uma chamada de alguém que só quis ouvir a vossa voz, saber o vosso estado de saúde? Vocês estão a desperdiçar chances de ouro para se matarem. Essas oportunidades não aparecem duas vezes na vida. Receber chamadas só de familiares e mulheres pedindo boleia são motivos mais do que suficientes para retirarem-se dessa terra. Infelizes... Perderam muito tempo atrás de mulheres que não eram do vosso calibre, que não ripostavam nenhum sinal de amor, que queriam os vossos amigos, agora queres sorrir como se estivesse tudo bem. Muitos miseráveis aproveitar-se-ão desse dia para mandar presentes, para tentar uma última ou primeira vez; só vos digo uma coisa: Rocharás.
Eu tenho amigos que estão há não sei quantos anos no sofrimento, sem alguém para passar a mão no peito sequer, porém, têm a coragem de me dizer que são viciados em sexo. Eu me pergunto: Como é possível alguém na Somália ser viciado em comida?

Se bem que estamos no dia do início da luta armada sentimental, muitas irmãs acham que estamos no dia das mentiras. Querem vir cá "cô" bocas de eu tenho mas não mostro; ah "proque" sou muito cobiçada; ah muitos me querem mas eu não quero; foi minha intenção continuar solteira; não aparecem homens do meu agrado; ah não, do jeito que as coisas andam, muitas traições, prefiro continuar sozinha...
Ok... "Alright"... Antes que continues a nos mentir, faça só o favor de vir cá para o chão; não gosto de me dirigir às pessoas enquanto elas sobem as paredes! Aproveita "memo" já essa ideia dos mortos e se mata porque tem muita gente a morrer também, mas nem por isso te vejo empolgada a se matar. Entretanto para vir dar palpite de que o dia não quer dizer nada, bem rápida!
Olha é assim:
- Quem és tu para dizeres que é um dia normal? Por acaso tens alguém? Se não tens damo num me apareça só a dizer que o dia 14 de Fevereiro é só mais um dia normal porque não é. Hoje é o dia em que o Instagram toma pau de Cabinda, fica duro para muita gente; incluindo você! Num dia como hoje, seus amigos mostrarão toda a sua falta de compaixão. Serão corações, presentes e declarações para todo lado. Você fará de tudo para resistir, mas vais ceder, a inveja é involuntária. Você vai invejar, vai querer banalizar os actos alheios. No entanto, eu digo "uô", quem te mandou?! Andaste a sonhar com um "granda wi", nas orações matinais já nem querem mais saber de saúde, estão a pedir um companheiro com bwé de especificações; epá, "num" dificultem as coisas mais do que elas já estão. Primeiro tens que arranjar um sabão, depois pensa no omo e na lixívia. E bom homem que está tipo água fresca no deserto?! 

Entrementes, posso dizer sem medo de errar que existem certas vantagens em estar só, como por exemplo nenhuma vantagem. Não é todo mundo que tem o privilégio de estar numa situação como essa. Vocês vão ter uma aula prática de Física. Saberão bem quantos minutos tem 24 horas, "tavam a brincá cô vida". Você que está a se fazer de emancipada, não uses esse termo em vão pois será blasfêmia. Emancipação não tem nada a ver com aguentar firme e forte sem um colo bom, sem cama boa, sem beijo gostoso. Agora que estamos aqui, me diz "inda" em "kilander":
- Não te cansas de contar cenas do século passado às tuas amigas toda a hora? Não sentes pena da cara que elas fazem tentando fingir que tu nunca contaste essa?
Se o texto hoje está duro, imagina a realidade? Deixem de confundir o "sozinha por opção" com "falta de opção". Falta de opção é quando os indivíduos que aparecem estão abaixo dos vossos padrões; sozinha por opção é quando aparecem aqueles que têm tudo que querem num homem, mas ainda assim são "tamponados"!
Muitas hoje facilitarão a vida de alguns só para amenizar as coisas. Vão aceitar ser paparicadas por gajos bwé fatelas só para massagear o seu ego. Não ser amada não é fácil!

Falando em não ser amadas... O montão de mulheres mal amadas que receberá presente e declarações falsas. Não falo muito dos homens pois esses são tolos, mas uma mulher sabe quando o homem não lhe toca lá, quando o homem não lhe dá a atenção que ela quer, sabe quando está a faltar sal no namoro pelo cheiro do caldeirão. Adivinhem... Também estarei nos vossos perfis. A coisa estará "braba". Antes é que era "mbora" bom, agora felicidade tem rosto e rede social. Repito, não ser amada é duríssimo. Nem vou falar muito de vocês porque gostam de chorar e eu não quero isso aqui no meu blog.

Mas a festa grande "memo" vai se passar no Viber, Tango e Skype! O "kibutu" de "casal" vivendo um namoro platônico só vem aumentando e hoje ai de quem não estiver online. Eu então que tinha que ir fotografar o acasalamento das pítons numa savana aí qualquer, terei que pedir batatinha às dóceis serpentes para se enrolarem um outro dia, visto que terei que estar online também. A ideia do namoro à distância é tão absurda que é melhor eu não continuar senão vão me deixar!

Contudo, quero dizer-lhes que amem e deixem-se amar, por um, por muitos, por todos. Ame a vida, ame o amor. Todavia, lembre-se que ao ligares para alguém hoje, acontecerá o seguinte:

O Rei dos Bandidos

Poucas coisas me fascinam tanto nesse mundo como a figura de um vilão. Gosto da forma como admitem os seus erros e se dedicam a errar. Os vilões fazem-nos sentir mais humanos. São eles nos filmes que tiram um pouco do ar de ficção e dão-nos a possibilidade de cogitar diversas situações na vida real.
O que seria de um filme de acção sem um vilão? Talvez seria um protagonista dando cabo de um monte de personagens sem valor nenhum e no final, tudo acabar com a possibilidade de uma continuação, pois nada relevante foi conquistado durante o desenrolar da estória. Porém, isso tudo muda quando temos um vilão na estória. O enredo ganha sumo e passa-se então a ter um objectivo que uma vez atingido, permite assim, concluir a estória em grande. Mas isso, isso é no filme, onde tudo acaba. Na vida real...

A vida tem sempre um grande problema que quando solucionado, percebemos que nunca foi tão grande assim. Esses obstáculos fazem-nos continuar a viver com entusiasmo e passar por cada nível cientes de que um dia chegaremos na linha do horizonte, que beberemos a água do oásis, que jogaremos "mete-mete" na linha do Equador... Pois o impossível motiva o ser humano a seguir em frente! A possibilidade de fazer algo que nunca foi feito fascina, intriga, cria um grande objectivo para o filme da vida.

Só que Vamos Lá Ser Sinceros:
- Há dias estive no Festival de Cannes e vi um filme inédito intitulado Angola em que o rei dos bandidos chamava-se sexo. "Maji ondê" que já se viu sexo ser o rei dos "bande"?!

A película cinematográfica narrava várias estórias que terminavam quando o rei dos bandidos fosse morto. Uma das estórias mais marcante foi a do Camelo. Camelo era um jovem que fazia das suas tripas, seu coração para conseguir sexo. Sempre com conversas fúteis muito bem elaboradas, entupia os ouvidos das mulheres à procura do bandido. Na sua óptica, a única forma de ser marcante na vida de uma mulher era por intermédio da extracção da sua água mineral.
Coitado do jovem, mal sabia que isso não era o suficiente para ser lembrado por uma mulher. Este personagem que era carinhosamente chamado de Boneco, morava no Rocha. Era um especialista em conseguir nada com as mulheres, sua inabilidade com elas devia-se muito ao facto de não conseguir dissimular os seus desejos carnais. Não podia ver uma beldade que sua boca se escancarava que nem uma hiena, babava abertamente como se a mulher fosse um lanche. Como era de esperar, só espantava a caça com seu descontrolo natural e uma vez ou outra lhe caíam umas "fesadas".
Camelo nunca percebeu que as mulheres que se envolveram com ele, davam-lhe a bainha mas nunca a alma... Mulheres, e principalmente as angolanas, não entregavam a alma à qualquer "sapatero!"

Só que o filme não ficou por aí... Contou também a vida da Sonhadora, seu nome em hebraico era Numbatebem.
Sonhadora, era aquela mulher que fazia do "tundimbo" um anzol de relacionamento. Ela sempre pensou que a arma certa para matar o perdiz e arrastá-lo num relacionamento era fazer-lhe esperar muito tempo para dar o bife. Ela pensava que desse modo, iria ganhar o jogo. Só que aquilo estava tipo 35 e ela como não girava, lhe matavam sempre na casa.
A coitada da Sonhadora só atraía gajos tipo o Boneco que só queriam sexo dela. Passava dias e noites se perguntando a razão, mas não percebia que para ela o tundimbo era o seu rei dos bandidos, logo quando os artistas "bondavam" o gajo, já não viam motivos de continuar e acabavam subindo letras que culminavam com um FIM! Ela não percebia ainda que de uma certa forma, ela mostrava que falar no microfone de alguém era a coisa mais difícil de se obter dela. Sendo assim, muitos bonecos metidos a atletas organizavam olimpíadas gregas só para superar esse recorde. Oh, a pobre da Numbatebem... O seu filme sempre acabava depois do coito. Era muito triste. Ela mal percebia que tinha uma alma rica e uma mente atraente. A preocupação dela era só com o chefe dos bandidos... Só que havia muitos artistas sedentos por vingança!

Enquanto via o filme, pensei que estivessem a banalizar o sexo. Só que...

Homens são cegos que gostam de ver mulheres. Têm um quadro cheio de informação em braille mas escrita à giz; se apalparem para entenderem o que lá está escrito, perdem a informação. Nem num mês só de Domingos conseguiriam ler; mas tentariam! E é isso que as mulheres são: - Um mar de informações e vivências não partilhadas. Têm a faca e o queijo na mão, mas preferem cortar os seus próprios pulsos.

Em Angola, o filme, bandidos atrás de bandidos eram mortos, as cenas terminavam muito cedo mal se desenvolviam, uns actores fugiam, outros queriam continuação e o foco era o mesmo... Sexo! Enquanto isso a vida aqui fora continuava com o foco na alma!

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Língua de Cão

Wô... Hoje os cães vão ladrar. Aquele que trouxe a língua deles para os livros se foi embora. Aquele que ladrou as "malambas" de todos eles nos livros, bazou "mbora"! E agora?! Quem continuará com a língua dos cães? Só sobraram já modas de Tamoda, eu também não sei ladrar. Cresci ignorando a língua dos que vinham bem lá atrás do passado até conhecer o diplomata dos cães.

Aquele kimbundu e umbundu no meio de tanto português era bom demais, era a "mbunda" grande de uma mulher a desfilar nas ruas esburacadas dos "musseques" de Luanda. Eh, afinal aquela é a língua dos contos vivos, estórias com gostos, vida dos "kimbandas" e xinguiladoras. Aquele então que foi embora criou filhos de muita gente, seus contos saiam do papel para a mente, tinham cola. Assim então, quem mais vai falar dos vários Filitos que andam por aí? Quem mais vai se atrever a roubar os corações das Mananas que se enlouquecem à cada amor perdido?
Quem não tinha então problemas em falar dos seus discursos, bazou! Bazou sem tirar o feitiço das nossas bolas que têm medo de ser originais, as bolas continuam com feitiço de serem falsas. Não somos mais originais de saco. Hoje vamos ladrar... A ironia se foi, o sarcasmo está deitado no chão. Assim agora então, ninguém mais vai falar para ser entendido, vão falar e escrever para estarem certos.

Ua... Agora que voltamos a ser finos... O mato, o bairro, o fino que não diz de onde vem, aquele que com uma esposa em casa vai fazer pedido na segunda, a que fez feitiço para ter homem, aos Kahitus que ainda se arrastam e "ngombelam" filhas alheias, tudo isso vai bazar com ele. Tudo isso voltará a ser palavra do poeta com O. Tudo isso se fechará!
Mas quando Vossa Grandiosidade chegar onde foi, manda só alguém para voltar a meter a língua de cão na folha de papel para abrir a mente daqueles que decidiram miar. Vai bem!

(... nós, que o nosso liceu foi no arranjo da estrada, carregar sacos, apanhar algodão, rachar lenhas, e o pagamento bofetada e pontapé no rabo, pela máquina colonial, e a Universidade foi a cadeia, compreende-se, portanto, que o mais podemos oferecer aos leitores são as imagens que recolhemos durante esses anos de observação directa de factos vividos na sanzala, sem preocuparmo-nos com rendilhados e o estilo de bom português de filhos de escritores. Sou escritor de MULALA NA MBUNDA, misturando português, quimbundo e umbundo. (Os Sobreviventes da Máquina Colonial Depõem)

Eu sou o único pUeta de kimbundu
que se escreve com “U”
no primeiro ano da independência
porque com “O” seria um pUeta com boca fechada
e não gritaria o “VIVA ANGOLA”...

- Uanhenga Xitu)