sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

11 de Setembro

Muitas investigações foram feitas, muita boca foi mandada, muitas guerras iniciadas e muitas vidas foram levadas. Mas nenhum laudo plausível foi dado ao mundo. Os Estados Unidos da América não tiveram coragem de chegar e assumir a culpa pelos ataques de 11 de Setembro.
Eles acobardaram-se porque as falhas de segurança estavam logo ali à vista. O Pentágono sabe que o avião só foi assaltado porque os assistentes de bordo eram meros homens e mulheres; porque eles sabem que isso jamais aconteceria em Angola.

Se atacassem Angola, coisa que jamais acontecerá, mas prontos... Eles teriam que subir num voo da TAAG. Ali mesmo já é que o luxo iria começar a lhes entrar. Antes de embarcar, 3 horas de atraso. Dentro do avião vão petiscar mais 2 horitas de atraso. Todas as aeromoças te atendem já com uma cara de anti-terror. Iriam já tremer. Tentariam refastelar-se um pouquinho inclinando o banco, mas aquela lenha só iria mover 2 centímetros para baixo e nem um milímetro a mais. Ainda assim os passageiros de trás iriam reclamar exigindo que os terroristas voltassem a pôr as cadeiras nas suas posições padrão. Os terroristas, é claro, ficariam chateados, mas pensariam: Antes de matarmos essa gente, vamos só já comer, são muitas virgens lá em cima não dá para chegar "fobado". Mas é mesmo aí que a TAAG se excede, lhe é servido uma "comida", mas esse termo comida é uma expressão árabe para "catumbete". E assim eles começam já a se questionar sobre quem quer matar quem aí!

Assim que eles tentassem levantar para tomar o avião, viria uma daquelas aeromoças com a cara do Silvester Stallone na pele do Rambo e diria:
- Meus senhores, sentem-se agora. Não é momento para levantar.
Para já, ela nem vai querer saber se eles entendem português ou não.
Um deles que estaria "mbora" a lutar para falar português atiraria:
- Eu kaboom avião.
Ela começaria já a xinguilar, espíritos começariam a libertar-se do seu corpo, as pálpebras ficariam super dilatadas, e tudo isso só no segundo aviso.
- Você não entende o que é sentar? Sen.ta! | Nessa parte, só as vistas dela...
Começa já a segurar o pobre terrorista que quer apenas terminar sua missão, a lhe forçar a voltar aos seus assentos. Vá, senta, senta, senta! "Tás brincá cô vida" ou quê! Estás a pensar que isso aqui é o quê?

Insatisfeito e muito revoltado enquanto um deles tira uma pistola, o outro abre a camiseta mostrando a bomba pronta a ser detonada se as pessoas não colaborassem.
Nessa situação, as mulheres iriam entrar em pânico, mas colaborariam e deixariam os outros trabalhar. Entretanto, isso é muito desaforo para uma angolana levar em casa. Aí, iria vir já a chefe das assistentes (uma ex-sanzaleira de renome, a variação mais perigosa dessa mutação que é a angolana) pronta a interrogar os terroristas: - Mas que brincadeira é essa? Xé, tu aí fecha "mazé" essa camisa pá! O senhor não viu que não pode subir à bordo com esse tipo de material?
Quando um tenta responder ela abre já uma galheta da cara do terrorista: - Nunca mais tenta me responder estás a ouvir? Agora dá cá isso! - Tentando receber a pistola e a bomba.
Mas eles estavam remitentes. A "kota" só disse: Ninguém se mete. Vou tirar esses dois a "manuale"!
Aí instala-se o tumulto, bofetadas mais bofetadas, bicos da "chulipa", os passageiros estrangeiros a gritarem de medo enquanto que os angolanos gritavam: Bilô! Xê "tropeira" tira a câmera, tira a câmera!
Mas não é porque as vezes, chapada de angolana mata veado, imagina só numa pessoa. Depois de muito pontapé, todo mundo tonto, só uma voz era patente naquele meio e era a voz da chefe que proferia as seguintes palavras: Me larga! Te dei "né"? Te dei "né"? Fala mais! Muita boca, agora beberam chichi de porco.

E assim teríamos o problema resolvido. Mas Vamos Lá Ser Sinceros... Não se trata só do 11 de Setembro. Mesmo o Muammar Gaddafi só caiu porque insistia em pôr mulheres como suas seguranças. Se ele metesse angolanas... Iria ter "babulo" grande mas até hoje ele estaria vivo. Ninguém iria entrar no palácio. E simplesmente diriam às forças americanas: O Gaddafi "num" está. Saiu! - Fim de conversa!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O Trauma

Nessa vida, todos nós tomamos cuidados para não sermos traumatizados, muitos tomam mais cuidado ainda de não traumatizar o próximo. Por uma questão de bem-estar, a nossa consciência nos alerta sempre que entramos numa zona de desconforto.

Com o passar do tempo, os seres humanos foram ficando cada vez mais frescurosos, e hoje em dia são esse poço de ar fresco, umas tremendas geleiras das Antártidas. Vemos pessoas se traumatizando por tudo e por nada. Ora porque viu alguém a beijar na rua, ora porque roubaram-lhe o namorado, ora porque caiu no chão, ora porque o pai esbofeteou-lhe, ora porque mataram toda a sua família, ora porque está sempre a reprovar... Epá, tem trauma para todos os gostos, e pessoas escolhendo a que melhor se adapta a sua personalidade.

Entretanto, existe algo nessa terra que deveria chamar-se de "o pai da traumatização", e isto, isto chama-se festa de aniversário.
A festa de aniversário é o patrono dos traumas,Comandante-em-Chefe, segundo dados estatísticos mais de 80% dos traumas são provocados por essa festinha sem importância alguma. Mas deixem que vos diga: Se você acha que o seu aniversário não tem importância alguma, e que não deveria haver festinhas para celebrar, pois então, você faz parte das estatísticas. É, meu amigo, também és um traumatizado.

Mas de onde vem essa "maka" toda? De onde parte tanta "funguiça"?
Todo mundo já pensou em dar uma mega festa de aniversário, com todos os seus amigos e conhecidos, uma festa de parar o prédio, o bairro, a avenida, o município e quiçá mesmo a cidade.
Após pensar, você realiza a festa. Só que a gente já sabe como é a vida, os seus amigos e os seus conhecidos, eles estão sempre prontos para te dar um bom soco na boca do estômago. Prontos só não, porque eles realmente dão quando alguém mais popular que você decide dar também uma festa no mesmo dia. E assim você leva um bom sopapo das vistas e ninguém aparece na sua festa. Realçar que quando se trata de festa, se planeias chamar 80 e só aparecem 20 (com muito milagre e poder divino), é o mesmo que nada. Então a sua festa bate na rocha!

Cada minuto leva 30 minutos para passar, podes fazer tudo que estiver ao seu alcance e o tempo não passará. Sofrerás! Nem já quando uma namorada te trai e tu lhe apanhas dói assim. É muita vergonha! A tua cabeça começa a pesar 70 kilos. Desenvolves uma química absorvente e inexplicável com o chão, parece que a sua cara e o chão querem fazer amor. Aí, o DJ começa a tocar mal. Quer dizer já não basta não ter ninguém, o DJ ainda se dá o luxo de dar "bandeiras". Tentas recuperar murmurando que és forte, mas quando olhas à volta, vês um salão super grande, decorado com luzes negras e máquinas de fumo e tudo, dos 20 convidados que apareceram 5 são primos e 15 são fofoqueiros (e tudo homem, nada de mulher), não tem como não estares na boca do povo no dia seguinte. A sua vida parecerá um filme do James Bond: O Amanhã Nunca Chega! Toda e qualquer gargalhada solta, a sua mente dirá: Estão a te rir "malé"!
O pior, se é que existe algo pior do que o que está a acontecer, é que aparece sempre alguém que tenta sentir a tua dor. Boom... Começas a procurar cordas para suicidar-se ou até mesmo uma navalha para cortar os pulsos, mas só tem faca descartável.
Nessa fase, já não queres mais saber do bolo de aniversário, ou se entrou pato no boda. O que mais queres é que apareçam patos. Mas nem essa "falida" terás, é muita sorte para ti. Patos não gostam de boda podre.

Lá a noite acaba. Aquilo que mais querias aconteceu. Já não há mais festa, ou pelo menos um jantar que tentou mascarar-se de festa. Todo mundo já se foi embora. Começas a dar razão aos ricos por contratarem especialistas na hora de organizar uma festa de aniversário. Agora aparece outro problema: Não queres dormir porque se o fizeres, o amanhã chegará. Estás em sérios palcos de aranha! Ficas a pensar: Será que não tem ninguém aí interessado em te matar. Quiçá matar toda tua família fazendo com que o assunto do dia seguinte não seja a tua festa que ao invés de bater na Rocha, "rochou memo" já no Catambor!

Durante a madrugada, os seus sonhos foram apenas sobre a lenha que você tentou organizar. O dia clareia, notas que a maior desgraça da tua vida foi estares vivo. Começas já a jurar: Eu "memo", assim "memo" eu, juro nunca mais dar festa de aniversário. O trauma está instalado. Queres psicólogos, você é maluco, "tás" a pensar que estás na Europa ou quê?! Aqui é África, "tá brincá cô" vida!
Quando sais a rua, notas que os teus "amigos" deveriam ser evangelistas, espalharam as boas novas extremamente rápido. E aí... Xeque-mate... Mais um que nunca mais dará festas.

Eu sei que chegou aí partes em que você riu bwé, mas Vamos Lá SerSinceros, todo mundo que hoje em dia não aceita dar boda no seu aniversário, está traumatizado. Já deu uma lenha que ninguém foi. Se ainda não te aconteceu, e você gaba-se de não gostar mesmo, é porque viste alguém a passar por isso, e disseste: Possas! Eu nunca vou fazer isso!

Eu vou dar uma dica: Um amigo que não aparece na tua festa de aniversário, é só teu amigo de vuco-vuco, vapo-vapo! Não dá para lhe pôr muito próximo do coração, vai espetar-te uma facada para ver o que acontece. Festa podre ou não, o teu amigo estará aí a pular, a fingir que está bom, mas no dia seguinte vai te falar. Se não tiver transporte, ele vai se bater no chão, mas vai ter transporte, se está relaxado a espera que algo aconteça, essa pessoa não tem urgência nem vontade de ir. Acomodou-se! Eu já coei certos bodas, mas coei porque não queria ir. Aqui ninguém me vem com fatelas de que não deu porque estava mesmo ocupado; "xé", assim até as 2 horas da manhã estavas a resolver grandes assuntos, "né"?

Quando a festa está podre ou "malaike" a culpa é sempre dos convidados, pois eles não sabem como levantar a moral da farra. Portanto é bom que tenhas sempre um grupo de amigos que pertençam a FAF (Federação Angolana dos Fanfarrões).

Posso aqui voltar a fazer uma lista de situações que possivelmente desencadeariam uma corrente de trauma. Mas nenhuma, repito ALTO e em BOAS LETRAS, nenhum desses traumas, nem o de guerra, chegará perto e causará mais danos do que uma festa de aniversário mal comemorada!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Quem Não Tem, Não Teme!

Ouço por aí que quem não deve, não teme. Porém, para quem realmente vive a vida, sabe perfeitamente que o verdadeiro ditado é: Quem não tem, não teme.
Essa deveria ser a lei que governa a tomada de qualquer decisão.

Torno-me num autêntico pateta, um burro original (daqueles com selo e garantia), quando vejo um trapo, quer dizer, tropa a tremer, com as pernas bambas, hesitando na hora de avançar em direcção à um alvo em forma de mulher; com dicas do tipo: - Ah porque não, "num" tenho coragem, ela deve ser antipática, e por aí afora. "Mô" irmão, deixa já te atirar uma dica muito verídica: Quem não tem, não teme! No máximo ela dirá um não; se for mulher. Porque se for angolana... Bem, essa vai te olhar de baixo para cima, vai trancafiar a cara, enervar-se-há severamente, os olhos ficarão vermelhos, a mão descerá ligeiramente em direcção à "jibô", cuspirá no chão e finalmente dar-te-há às costas. Como podes ver, nada de mais!
Como já foi várias vezes discutido por aqui, se aguentas angolana, aguentas tudo. Pois então, qual é o medo?
Não há razões de temer. Não ficarás menos pessoa se tentares ter aquilo que nunca tiveste.

É claro que esta lei não foi criada para encorajar futilidades como as que foram acima mencionadas. O objectivo principal dessa lei é dar força, garra, pegada, agilidade e velocidade, na hora de actuar num terreno com muitas interesseiras, comumente conhecidas como gatunas!

Elas pertencem à P.I.R. ("Pandidas" de Intervenção Rápida). Essas são "mamoites" no ataque, "num" brinca só "cô" a tua vida. Por serem de um batalhão especial de ataque, elas só actuam em ocasiões especiais. Não atacam qualquer um! São que nem tubarão, quanto mais sangue melhor.
As P.I.R., prontificam-se sempre a controlar e deter o movimento daqueles que aparentam ter muito "kitadi". E é aí que a gente entra, a gente aplica logo o nosso ditado, e resolvemos o problema. Meus amigos, todos sabemos que as P.I.R. são um estrondo, delírio de muita gente, se até hoje as estradas em Luanda continuam esburacadas, a culpa é toda delas, elas raptam a alma e ninguém tentará o resgate. Todo homem quer ter uma P.I.R. ao seu lado, mas elas escolhem as vítimas, raramente são vitimizadas.

O que é que elas tanto procuram num homem? Dinheiro! E se não tiveres, ela não vai. Simples, simples, até mais do que simples.
Mas, "môs wis" nunca foi mal fazer "playback". Eu já vi o Anselmo Ralph, Big Nelo e sei lá mais quem a fazer e mesmo assim as damas gritavam na plateia. Então se você quer uma "gatuna", se a que te faz delirar é uma "pandida", porque não fingir que tens dinheiro? Ham? Porque não?
Quem não tem, não teme! Se não tens dinheiro, vais ter medo de ser interceptado por uma interesseira porquê? Assim o que é que tu não tens que ela vai conseguir tirar ou levar?
Fingir, não é acreditar na sua própria performance, gastar o que não tens. É mesmo fingir.

Eu vejo muitos homens reclamando do facto de certas mulheres serem interesseiras. Elas estão no seu direito, cada um escolhe aquilo que mais lhe atrai no sexo oposto. Tu gostas da "bunda", ela gosta do bolso. Vamos Lá mazê Ser Sinceros pá! Tu finges que não queres saber da bunda, ela vai fingir que não quer saber do bolso. Até chegar o dia em que tudo se clarificará!

Carreguem isso como um material didáctico. Isto é o "Dudú come matete" na hora de encarar uma "pandida". Na hora em que achares que ela está fora do seu alcance, lembre-se, mas lembre-se em câmera lenta e volte a ver a cara do seu mestre dizendo-lhe: Quem não tem, não teme! E se estás com um sorriso no rosto, meu caro, tu não tens mesmo!

domingo, 25 de dezembro de 2011

Carta Para o Menino Jesus

"Cumê mô" Zezas! Feliz aniversário!. Como é que vão as coisas por aí? Estão a "kuiar"? Mais um aniversário acompanhado da família e dos amigos, deve ser bom "né"? Espero que sim.

O que me traz aqui são mais queixas do que apenas felicitações.
É o seguinte meu "Kota", não sei se aí em cima tens dado conta, mas aqui em baixo então estão a usar o teu nome tipo casa-de-banho pública. Estão a avacalhar a tua imagem para fins comerciais então. Estão a fazer muitas borradas com o seu nome, em seu nome. Espero que dês conta, mas se ainda não reparaste, eu estou a fazer uma lista com o nome dessa gente toda, qualquer "prubulema" é só me atirar que eu vou mostrar "memo".

Como não podem escrever seu nome abertamente na TV, tens que ver como é que falam do seu nascimento, chega até a emocionar; emociona até na hora em que começam a falar das prendas. Mas então isso é mesmo assim? Se foi o Senhor que nasceu, porque razão teria eu que oferecer presentes à outras pessoas? Poucos são aqueles que lhe oferecem uma oração, esquecem-se que o Meu Senhor nasceu numa manjedoura. Só o luxo na hora de falar no que oferecer... Eu até nem vou falar nada, o "Kota memo" sozinho vai sentir o luxo a te entrar. As prendas são mesmo obrigatórias, até criaram uma brincadeira sem gosto apelidado de amigo oculto. Se essa brincadeira fosse de mal gosto eu até gostaria, mas não tem gosto algum. Eu jogo sempre e nunca me oferecem nada em condições, ou será que só querem me ver chateado?

Não sei também se "Mona Nzambi" está a ver isso, mas o teu aniversário aqui então é motivo de farras, muitas farras mesmo. Caneca é caneca, uma chupetaria autêntica, os putos já estão a crescer bêbados. Será que lá em cima batem? Não? Então é melhor abrirem uma cervejaria lá em cima. Cá em baixo então estão com frescuras de que não devemos chapá-los. Até os ateus estão a apanhar a boleia, também querem presentes, também desfrutam dos feriados. Não vou falar da falta de pão e água em muitas mesas, porque isso te faria descer agora mesmo! Mas epá, isso já o Pai mesmo é que tem que decidir se está bom, eu só estou a queixar.

Zezinho, eu também gostaria de queixar aqueles que denunciam as blasfémias contra o seu nome, mas deixaram que a sua data se tornasse no motivo comercial mais bem sucedido da história da humanidade. Por favor, não que eu não queira que se celebre, mas epá assim também não. Quando chega Dezembro, e isso o "Kota" tem visto, o meu bolso já não sai da UTI, está sempre hospitalizado. Tenho sido constantemente ameaçado de morte se por algum motivo não oferecer nada. Só o número de igrejas?! Tens que vir já só para ver, deveriam ser chamadas de discotecas espirituais. Está então tipo cantina. Daqui a pouco teremos malianos gerindo as igrejas. Oferecem tudo em seu nome, até marido. Será que estás a "bumbar" nessa área também? Me arranja "inda" umas 10 damas, ya?
Em todas esquinas só ouvimos já em nome do Senhor, em cada esquina vejo homens com anéis grossos nos dedos que parecem ter mais poderes do que Você! Será que quando desceres também darás esse show todo? Tem uns que só para irem visitar os pobres ainda falam com os chefes-de-estado. O país para por causa deles. Assim também vais te comportar da mesma forma? "Num vala" a pena vais apanhar ta-tau, Você já me conhece e sabe como eu sou!

A TV faz com que me sinta um babuíno extremamente estúpido. Sempre que falam do seu nascimento, associam ideiais dos quais eu não percebo patavina alguma, sinto-me mesmo um macaco! Uns tentam ser solidários e visitar crianças abandonadas, lares dos idosos, gente desfavorecidas; mas eu então me pergunto: Porquê só agora? 365 dias distribuídos em 12 meses e tiram apenas 1 dia de 1 único mês para tal. E usam o seu nome, aproveitam-se; tem que ter câmeras para filmar, senão não vão. O mundo tem que ver a sua solidariedade. Cambada de aparecedores!
É como então Zezas? Eu me lembro de teres bicado e pontapeado bancadas daqueles que vendiam em frente à igreja. Não vais lhes fazer mesmo nada? Vais deixar passar assim em branco?

Não é por mal, só que Vamos Lá Ser Sinceros!
O que é que temos celebrado? O nascimento do Menino Jesus? Ou andas que nem eu que tem dado uma de Maria Vai Com As Outras?

Antes de fechar essa carta, eu gostaria de dizer também que andam a dizer por aí que no teu mês morre muita gente. Isso é verdade? Eles são descuidados e a culpa é do mês? Será que só estão a morrer porque é Dezembro? Se for assim vou ter mais cuidado.

Ao menos a sua data é dedicada à família, mas tem tantas famílias disfuncionais, que até dá medo. Não sei se lá em cima está assim, mas aqui em baixo... Aqui em baixo precisamos que o Menino desça já e resolva os problemas que arranjamos.

Obs: Não mostra essa carta à ninguém, isso fica só entre nós!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

É Normal

A dica que mais "kuia" agora é essa. É normal!
Se alguém foi atropelado, é normal! Bateram no teu carro, é normal! Te desrespeitaram, é normal! Não te deram passagem, é normal! A dama fez cara de nojo antes de dizer que não queria dançar consigo, é "mbora" normal! Se for anormal, é muito normal!

Na minha terra só é anormal ser normal!
Eu até já nem sei porque razão não fazemos esforço algum para mudarmos o nosso padrão de normalidade. Se antes a gente estava a ir de lado, porque a frente não estamos a ir, muito menos atrás; hoje em dia a gente está a ir à "do milindro" (subimos de repente e nos atiramos no chão), estamos a ir à "ladjum" (tipo estamos a ir atrás mas "num" estamos, mas também não saímos do lugar, com um "granda" sorriso estampado no rosto como se fosse a coisa mais linda do mundo).

Eu "memo" fico a se bater no chão, a se rebolar de tudo, mas estamos então "anssim porquiê" meu Deus do Céu? Porquê tanta normalidade? Não se cansam? Não vão ter uma overdose de normalidade nem nada?

O dinheiro aqui não fala todas as línguas, "memo cô tô kumbú" vão te faltar o respeito. Um gajo entra num restaurante, senta-se por não sei quantas horas e lá vem o gerente e te diz: Olha meu senhor, esta mesa está reservada! Mas será que o novo acordo ortográfico define gerente como sendo Deus? Cliente agora é "mulambu"?! Um gajo se cheira "inda" para analisar a "catinga", me olho bem para ver se ainda tenho "sueguê", por fim olho na mesa e pergunto: Mas aqui não tinha sinal nenhum. O Deus olha para mim, e não quer saber! Quando é assim comecem a meter cones de tráfego em cima da mesa pá! Dá até vontade de ter uma arma, porque essa, essa sim fala todas as línguas. Até o "matumbo" um dos dialectos mais falados por aqui.

Nas discotecas já nem se fala, estruturalmente é tudo então um "kiô-kiô", mas para entrar, um tremendo "fiô-fiô", aquilo é te avacalhar ou quê. Sou obrigado a rir bwé com os porteiros, e não porque eles são simpáticos, mas porque sendo um país da normalidade, é normal o porteiro te deixar a secar fora da discoteca até te sentir lá pena. E os penosos mesmo esperam, suplicam, também se atiram no chão; mas nem sempre funciona, esses porteiros são os criadores de Deus, não se comovem facilmente. Na verdade, você está aí pedindo mil favores para te deixarem gastar o teu dinheiro. Mas, isso... Isso é tudo normal!

As coisas andam mesmo assim, tenho meu dinheiro no bolso, mas isso não quer dizer nada. Estamos a trabalhar para o quê então? Depois se um gajo reclama... Primeiro é que ninguém te liga, segundo (quando estiveres quase a chorar) é que vão te perguntar: Estás a pensar que estás fora do país ou quê!

Vamos Lá Ser super Sinceros pá!
Aonde é que estamos a colher tanta burrice? Será que enquanto a Colombia produz entorpecentes mentais, nós produzimos entorpecentes intelectuais? Eu só quero saber se estamos a se sentir assim bwé de raiva uns com os outros porquê! Toda a hora é se dar olhada! Só rimos se nos convém. Assim estão a pensar que viver na "cidade" é assim?

Ah, não, respeite para ser respeitado! Você é burro "daondê"? Você "tá brincá cô" vida ou quê! Aqui?! Aqui?! Aqui?! Permitam-me mais uma repetição: AQUI?! "Num" viste mais outro sítio? É logo aqui? Aqui você respeita os teus próximos e no nosso linguajar isso exclui estranhos. Todo mundo é chefe, todo mundo quer se fazer valer. Teu carro avaria ninguém para, e as damas te olham como se a culpa fosse tua (não que não tenha sido culpa sua, afinal, de acordo com o código de estradas daqui, o motorista deve memorizar peremptoriamente todos os buracos); é normal rirem contigo quando mostrares que vales alguma coisa, depois não podemos nos chamar de interesseiros. Não adianta abanares a cabeça, é que já fazes isso e nem dás conta. Está tudo automatizado.

Todo mundo acha que só merece respeito quem está de fato ou com uma roupa de marca, mas também, tens que ter brilho. E nós então?! Nós que estamos a travar com a carroçaria do nosso carro para sobreviver? Por favor, nos respeitem lá só "uê"! Como é que eu assim não começo a ter manias de aparecedor? Depois, se dou "do Cambuá" para todos vocês é "male", é anormal. Com tantas outras "normalidades" só querem me fazer um anormal?

Mas eu também, sou "memo" um bom burro. Com tantas coisas para falar só quero mesmo falar d'algo que ninguém vai prestar atenção? Só estou a lutar para ser anormal então porquê?

Epá, deixa só já. Quem sabe o Deus verdadeiro nos sente lá pena e manda um dilúvio nessa terra.
Pensando bem... Nada vai acontecer, em Abril há dilúvios todos os dias, olhamos para aflição alheia e sai um:
"Putz", tão normal!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Talho Matrimonial

Pelo que vejo, a batata torrou de vez em Luanda, senão mesmo em Angola. Já não há mais razões de temer os bandidos. Pois o que se passa nas ruas parecem ser mais suave do que o que tem acontecido nas casas da nossa terra. Todo marido traidor já não sente medo das ruas aterrorizantes porque ao menos está acordado. Já imaginaram a raiva que os gatunos estão a sentir ao saber que a faca já não dá medo. É que ele vai assaltar um indivíduo de 32 anos e ao acabar o serviço, o seu cliente está com um sorriso no rosto dizendo: A minha mulher faria bem pior.

Pelo que pude apurar das minhas fontes, todas mulheres que outrora foram traídas, reuniram-se num congresso extraordinário para discutir assuntos relacionados à punições eficazes a implementar na hora em que o recibo de traição chega em suas mãos. E todas concordaram em puni-los da mesma forma: Temperar a carne dos seus parceiros.

As nossas magnánimas angolanas, angolanizaram-se de vez. Acabam de assumir o posto de maridas. Os homens estão a ser oprimidos. Estão a resolver os problemas no quarto da mesma forma que resolvem os problemas na cozinha, com a faca na mão.

Vamos Lá Ser Sinceros! É justo retirar a vida de alguém por ter cometido um delito que é incutido e fomentado pela própria sociedade?

O que mais me deixa indignado até, não são as mortes; mas sim a forma como os nossos camaradas estão a ser decepados. Tudo agora funciona que nem salão de beleza e o slogan é: Entra homem, sai entrecosto.
Tem umas até que matam a alma mas deixam o corpo vivo, ou seja, cortam a macieira (a origem do pecado) que está bem lá no meio do Jardim do Éden. Essas sim deveriam administrá-las a pena de morte, pois a princípio estão a matar milhares de pessoas em forma de espermatozoide. Elas arrancam de forma cruel o "coração" masculino, a vontade e a razão de viver, é como se ela gripasse o motor do carro e estivesse a espera que o carro ainda fosse andar. À essas, nada de penas normais, elas são mais frias e geladas que as Cucas num bar.

Abram os olhos meus irmãos, as nossas irmãs estão a "via-d'alhar", tempero à gosto com bastante sal, alho e limão. Ao sair daí o elemento está pronto para assar no mármore dos infernos.

Isso é apenas um comunicado geral à todos os Super Homens e Tropas de Elite (aqueles seres místicos que conseguem ter e burlar mais de uma mulher): "Cô" angolana "num" se brinca!

Quando eu disse que não existia vida pós-casamento, nunca pensei que essa metáfora fosse ser interpretada tão ao pé da letra. Se casou não traia, ou então, toda sua família aparecerá no Ecos & Factos.

Obviamente que não devo só ficar chateado com as "maridas", mas também com os amadores que tentam pular a cerca. Vocês são a desgraça dos Super Homens. O Lex Luther passou anos tentando atingir o Super Homem com artefactos de outras galáxias e não sei quantas outras substâncias químicas, afinal uma faca na mão de uma "Ramba" ou "Exterminadora do Futuro" era a solução.

Mas voltando ao nosso puxa-puxa... Ô brincalhão, então você já está a fazer algo proíbido, "inda" dá assim bandeiras? Ao menos mostre um pingo de consideração, porque as faltas de respeito as quais elas são submetidas dia-a-dia são os reais motivos dos assassinatos ou se preferirem, esquartejamento. Disse e volto a dizer: Coma o bife, limpe a boca no guardanapo e depois coma o guardanapo também. E caso fechado.

Após ter visto as imagens dos acontecimentos, cheguei a conclusão que os crimes foram premeditados com pelo menos 1 mês de antecedência; porque as facas usadas no crime começaram a ser afiadas há muito tempo atrás. Enquanto o esposo ficava 8 horas no trabalho, ela ficava o mesmo tempo afiando a faca. E ali temos o resultado, homens a serem "talhados" sem terem tempo de resposta por objectos cortantes que de tão afiados cortam até diamante.

Olhando agora para o lado sócio-cultural: Afinal nós temos lidado com os chineses ou com os japoneses? Aonde elas foram aprender a exímia arte de um samurai?

sábado, 3 de dezembro de 2011

A Cinderela

Oh, Cinderela! Grande Cinderela! Se não for uma, é a estória na qual a maioria dos filmes de romance em Hollywood foram baseados. Se não te lembras, a estória narra a vida de uma menina mal-tratada que acaba vencendo na vida. É a grande estória de superação de uma menina que não teve nada na vida.

Sua origem tem diferentes versões. Tem a versão francesa, a italiana (A Gata Borralheira) e até versão chinesa. Entretanto, a versão original mesmo, essa ninguém nunca contou.

Na verdade a Cinderela era angolana, razão pela qual essa estória tenha sofrido tantas alterações, adaptações e ninguém até hoje se digna a creditar aqueles que criaram a estória. É sempre muito complicado falar da vida de uma angolana sem ser mal-percebido.

Ora bem, na versão original, a Cinderela era uma menina linda, angolanamente sensual que nasceu no Catambor e posteriormente foi morar na Samba. Seus pais não a deixavam sair, obrigavam-na a estudar, e como muitas outras meninas, tinha que arrumar a casa. Só que ela sempre sentiu que esse tipo de coisas não eram para ela. Extremamente determinada a atingir os seus objectivos de subir na vida, Cinderela juntou um dinheirinho e comprou a primeira revista Caras daquela época para controlar quem é que tinha mais "kumbú", e deixe-me realçar que a revista era absurdamente cara. Foi ali que ela viu pela primeira vez a cara do Príncipe, seu nome não derivava de nenhuma monarquia. Não havia rei nenhum, esse era o seu nome. Ele era já o "madiê" com mais dinheiro na banda. Ninguém lhe subia, se dinheiro fosse um jogo de sueca ele estaria com todos os trunfos.

É nessa hora em que você deve estar a dizer que eu invento muito à toa, mas vamos pensar juntos: A Minga (como era chamada no bairro), chegou na festa e foi logo ter com ele (o Príncipe). Mas você mesmo? Não tinha mais ninguém?! Que auto-estima é essa que te permite ir ter logo com o homem mais rico da sociedade? Obviamente, ela já sabia de quem se tratava.
Essa parte da Fada Madrinha também foi muito mal contada. A suposta Fada Madrinha, era uma "kota" que vendia jola minhongo e pau-de-Cabinda nas ruas de Luanda. Quando foi interpelada pela Minga que procurava um produto que prendia homem, a mais-velha lhe disse que tinha um perfume vindo da Camabatela com essências à base de "me gosta", e garantiu-lhe que seria tiro e queda. Era só ela dar um pé de dança com o preterido que ele estaria já na panela. No entanto, por ela morar na Samba, tinha que regressar antes da meia-noite porque iria chover, e além da Samba ficar inundada, ela tinha que devolver o vestido que pediu emprestado à uma amiga que também iria numa missão à meia-noite.

Pois então, ela vai à festa com o plano todo bem traçado (sem esquecer que ela muda então o seu nome de Minga para Cindy), chegou, dançou com o Príncipe, distraiu-se e a chuva começa... Aí ela empurra o Príncipe, numa tentativa também de simular a difícil e sai correndo, ao pisar numa poça de água o sapato abre e fica logo ali. O Príncipe que conduzia um carrão tentou até dar uma boleia; mas ela percebeu que o perfume estava a se desvanecer, o que comprometeria o encanto de vez, fugiu e subiu no primeiro taxi que apareceu.

Bobo como estava, o homem vai atrás da "amada" com um sapato sem sola em suas mãos.
Os ocidentais, não querendo reconhecer o poder do "me gosta" que se encontrava no perfume da Cinderela, inventaram uma de que todas experimentaram um sapato que só serviria à ela, se isso aconteceu mesmo, então a Cindy calçava tamanho 48, porque doutra forma iria servir à alguém.
Porém, lá estava ela com o seu perfume, a espera do Príncipe, ele chegou, fez o alambamento e ela viveu rica para sempre.

Vamos "inda" Lá Ser Sinceros:
Se prestarmos atenção às outras estórias fortemente disseminadas por aí, quando se conta o percurso de vida da imponente Cinderela, ninguém se atreve a mencionar a escola. Mas porquê? Porquê que numa estória frequentemente adaptada para o público infantil, ninguém menciona a escola como meio de saída de vários infortúnios que possamos ter nessa vida?

Será que podemos deduzir que a Cinderela ao invés de um conto de fadas é uma apologia à prática de "parte-braço", abre o olho, ou até mesmo "beleza + X = Boa vida, resolva a equação"? Se assim for, todos nós já sabemos qual foi o "X" que ela encontrou na sua solução. É de realçar que ela seria então a primeira parte-braço reconhecida internacionalmente. E sinceramente, eu não sei se o que entretém mais as pessoas foi o golpe de uma menina que não sabia com quem estava dançando ou do rapaz que procurou uma mulher por toda a cidade com um sapato sem sola e cheio de lama na mão.

Hoje em dia é muito mais comum ainda encontrar Cinderelas, está grave! Até para pôr uma tissagem, ter sempre saldo, iPad, estão a se "Cinderelar"! Ninguém aqui "tá p'ra brincar cô vida".
Eu obviamente, não estou aqui para condenar ninguém. Elas estão apenas seguindo os passos de uma grande princesa exemplar que à muitos fascina e à todos é contada a sua estória.