segunda-feira, 8 de outubro de 2012

3 Coisas Que Eu Não Sei Fazer

Confesso logo de primeira que tenho inveja de todos amigos meus que sabem falar francês! Todos sem excepção!

Francamente, fico extremamente mau da vida porque eles tentam transparecer que é a coisa mais simples do mundo. Eles falam como se não existisse idioma mais fácil do que francês. É como falar "gugudadá"! Existem uns ainda, que dizem algumas palavras só pra verem mesmo o meu semblante se petrificar na ignorância. E o pior de tudo, ainda têm a empáfia de admirar em alto e bom som: Não acredito, não falas francês?! - E eu fico matutando em minha cachimônia, desconfiando seriamente que por culpa deles eu não aprendi a falar francês até agora. Eles são os meus bruxos. Eles pensam que ao dizerem que não acreditam, eu vou começar a parlar essa lenha repentinamente por mero motivo de crença. Isso aqui não é igreja, e eu não sou Jesus. Podem continuar incrédulos.
O meu desgosto se intensifica para ódio quando ouço um amigo cantando "Ne me quitte pas", um som perfeito de se ouvir quando a namorada mandou acabar, ou está tudo a correr mal, até o momento em que aparece alguém e corta o teu momento de ignorância artístico-musical para cantar, como se eu ouvindo da cantora não fosse suficiente para que eu percebesse que nem um "oui" estou a entender; corto a narração por uns instantes para agradecer a Google porque se dependesse de mim eu escreveria "Nê mê kite pá" que eu iria fielmente traduzir para "Num me toca pá". Mas voltando ao assunto... Está aí o meu amigo cantando, algo que parece ter sido derivado de hieróglifos egípcios, deixando as palavras escorregarem da boca como se estivesse a babar óleo de soja, ou simplesmente fluídos salivares; não tropeça, não se engasga, muito menos perde um verso, para no fim virar para mim e dizer: "Granda" letra, nê?
Aiê? Tua dica é essa? Eu sou tão crú nessa língua, que escrevo "coma titá pele" e acho que isso quer dizer "como está a pele". E ninguém me tira da cabeça que francês não tem gramática. Um monte de acentos, apóstrofes, "tê" mudos da cara, eu não sei porquê que eles não são sinceros. Quando é para esconderem algo, quando não quiserem que ninguém saiba algo, não precisam dar volta. Basta dizer que é proibido. Agora, fomentar raiva é que não dá!
É chato ter crescido a cantar "Tunemon" para depois de muitos anos, quando já adulto, aparecer alguém e dizer: Olha, não é "Tunemon", mas sim "Tu me manques"! Sin-ce-ra-men-te!
Outra cena que me irrita imenso, é ver que por tudo e por nada, metem-se em grandes gargalhadas. Principalmente quando tem alguém que não percebe nada. Estou a perder o gosto que tinha deles! Isso tudo por fazerem algo que eu não sei fazer.

Quando se trata de mota, eu não sei se o que mais me chateia é ouvir o barulho que aquela geringonça faz, as miúdas a irem à loucura, ou o facto de eu não saber conduzir uma mota. Na verdade fico confuso, só sei que não gosto, não gosto e nem gosto de ver aquele focinho impávido com a qual os motoqueiros passam pelas ruas. Fazem-se já de grandes corajosos, eu só fico na retaguarda apertando o meu "derrière", vulgo "reggaenaile" pra ele cair e eu ir lá a correr para gritar má! "Bô", se deste! E rolar no chão de tanto rir.
No momento então em que vejo uma mulher a se derreter por causa duma mota... Eu "memo" até já nem sei! Me imagino com uma caçadeira mas que tem apenas uma bala e eu não sei quem hei de matar, a moça ou o indivíduo na mota. Parece-me que mulher tem mesmo coração de manteiga e o barulho da mota é um micro-ondas. É que elas se derretem sem maneira. E fico bem mau ainda, quando me deparo com um motoqueiro que não sabe aproveitar as oportunidades que a mota lhe deu. Dá-me vontade de suplicar pela morte do "madiê". Não devia ser permitido.
Eu acho que vou concorrer à presidência da República só para distribuir motas à todos pais de forma a eles habituarem as suas filhas nas motas.
Essa brincadeira tem que acabar.
Antigamente, as "candumbas" se passavam com uma bicicleta. Até hoje eu me bato na parede, procurando razões que fizessem uma menina gostar de alguém por causa duma bicicleta. O que é que a bicicleta tinha de tão sedutor? Que desespero era esse? E mesmo os que andavam de "bina" tinham que saber colar (levantar o pneu de frente, já que vocês da cidade insistem em não saber calão). Porém, até aos dias recentes, eu não aprendi a colar com uma bicicleta, portanto, na minha época das eu não via nenhuma "canuca" a olhar pra mim com gosto, o que dizer duma mota que eu mal sei pegar no volante.
Isso é algo que eu mesmo não sei fazer, e talvez se um dia eu aprender a trancar mais a cara, ou meter uma "chipala" de arrogante, eu consiga conduzir uma mota com perfeição. Mas por enquanto...

Vamos Lá Ser Sinceros, se há algo que eu realmente não sei fazer, este algo chama-se cantar. Eu tenho plena certeza que me meteram uma "tala" (mina tradicional oriundo do feitiço) na garganta. Não acerto nenhuma nota.
E quando ligo a rádio e ouço um sabão a cantar a toa. Mudo para televisão e vejo um sapato no Angola Encanta; envolve-me uma inveja de dar dó. Como é que eles conseguem? Como? Como? Como? Como pode alguém cantar tão mal e mesmo assim darem-lhe espaço?! Indago-me se eu não sou um grande potencial. Eu acho que se eu enveredar nisso, serei um sucesso. Porque do fundo do meu coração, e nunca fui tão sincero assim, eu canto mesmo mal! Mas vejo gajos piores do que eu a darem carga. Diga-se de passagem que o Angola Encanta ostenta o título de ser o único programa a passar em Guantánamo Bay. Usado para torturar os terroristas mais carrancudos.
Porém, nem tudo é mar negro. Há sempre aquelas pessoas que cantam mesmo de verdade. Eu lhes olho só assim de "caxexe"... Se fosse eu!? Hum! Já era! Seria serenata com todo mundo. Iria matar a minha mãe "cô" serenata quando ela fosse me pedir o troco do pão, ou mesmo "bumbar" uma acapela divina para a minha namorada quando ela fosse dizer: Estavas aonde que não me atendeste o telefone? Seria um show tremendo.
Há mulheres por aí que só pela voz, um gajo até pensa em dar casamento. É de largar tudo por ela, e quando fossem me apontar o dedo, eu diria: Falam, por não a terem ouvido a cantar. Eu acho que nem mesmo a minha parceira iria "futucar". Eu iria lhe dizer: Fique calma, já já, hás de lhe ouvir, e vais me dar razão!

Mas o dom de cantar, Deus não tirou de mim. O Senhor deixou perder mesmo.
E cá estou eu. Mal consigo ter inveja de quem tem dinheiro porque essas 3 pequenas coisas dão cabo de mim.



"Esse texto foi adaptado de uma crônica que li em 2001 no Jornal de Angola, na época em que ainda era credível aprender a escrever lendo um jornal. Já não lembro o nome do cronista, apenas não esqueci esse texto. Eis o meu tributo"

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Chá de Bebê

Nada mais lindo do que ver uma futura mãe reunindo suas amigas em casa e receber presentes para seu bebê. É como se todas aquelas pessoas que participam e participaram da vida dessa mulher, estivessem aí, dando a sua benção à criança.
É algo que até como boêmio, sou obrigado a ver uma certa beleza abstracta nisto. As pessoas rindo e falando sobre assuntos bastante cativantes, interessantes e envolventes. O clima é bastante ameno. Até parece que há um ar condicionado ligado naquela sala, gelando felicidade. Há brincadeiras sim, mas tudo calminho. Aquilo é: Um toque, uma gargalhada; uma brincadeirinha, um sorrisão. Oh que lindo!

Vários países têm esta actividade como uma tradição popular. Especialmente os Estados Unidos da América, Brasil e... Angola! - Como não poderia deixar de ser.

Aqui esse evento é uma formosura. Todo mundo reunido na área VIP da discoteca ou de uma festa, vivendo aquele momento calmo e dócil que é o chá de bebê.

O DJ põe um som super quente e eles riem-se, depois olham para os que dançam e murmuram: Mas será que eles não vêem que aqui não é para dançar? O som está alto demais para pularem desse jeito, deveriam procurar um sítio mais adequado para interagirem desse modo. Chega uma outra pessoa também da área VIP e diz: - Eles não sabem estar. Por favor, voltemos ao nosso célebre jantar.

Quem vê de fora, pensa que eles estão em grandes debates que irão certamente mudar o curso da humanidade, pela seriedade com que um aborda o outro dentro duma discoteca. Você vê eles em grandes papos; certamente estão falando da descoberta do neutrino e as controvérsias perante as teorias de relatividade de Einstein, os mais observadores ainda, notam que eles na verdade estão discutindo o efeito da massa na constituição de fontes de energias sustentáveis e possíveis bombas atômicas ou senão mesmo a aplicação das leis de Heaviside na manipulação de sinais eléctricos aleatórios.
Realmente, homens e mulheres da ciência não poderiam perder uma chance em que estão todos reunidos para desenvolverem projectos que os possam render um prémio nobel de Física ou de Matemática, mesmo que essa chance apareça num "forrô-bodô". Este grupo selecto de superdotados não pode de forma alguma querer dançar num momento em que estão a projectar o futuro.
Pedes para dançar... Te olham bem... E sai um: Pra quê? És tão cego assim que não consegues ver que estou criando uma máquina do tempo em minha cabeça? Se não respeitas isso, que respeitasses este santo recinto da sapiência.

Sinceramente... Vamos Lá Ser Sinceros!

Se a área VIP em Angola fosse um jogo de futebol, certamente não haveria nenhuma situação de perigo! Nem sequer um "goooolaaaaah". A bola nem iria chegar no meio campo adversário. Parece que todo mundo que entra para "curtir" na área VIP são da Palestina e de Israel ou quê. Ninguém entra no território do outro, não se misturam, não se tocam bem, não sai perigo "memo" nenhum.

Mas assim é então "pruquê"? Mas vocês da cidade são assim matumbos porquê? Local em que deveria acontecer barbaridades, parece-se com um chá de bebê? Todo mundo a olhar para quem está realmente a se divertir, enquanto chupa um monte de fluídos nasais com uma cara de "tão me vê, nê"? Noutros países, o que acontece na área VIP "nê" de bem. É fogo na canjica. Mas aqui, tiras um cochilo, assim "memo", normalmente!

Há necessidade? Façam valer o vosso dinheiro. Façam valer o momento. Como pode a área normal ter mais "kuyo" que a área anormal; porque isso já é anormal. E não podemos estar aqui só a nos mentir, até um chá de bebê bate mais que uma farra na área VIP de qualquer recinto de entretenimento de Angola. Mil vezes um chá de panela que aquela "boelice" a que o "jet-set" de rebentados se presta a compactuar.
É uma tremenda patetice, saíres de casa, pagares mais do que a maioria, para sentares num cadeirão, transpirares apenas se o local estiver quente e rezar que a multidão fale de si no dia seguinte; ou que outros frequentadores desse mesmo chá de choné olhem para si.

Não vou falar muito das angolanas porque dentro ou fora da área VIP o comportamento é o mesmo, apenas o "muzumbu" é que levanta mais. Mas sim dos "wis", "wôrape" então? "Woridú"? Queres que te aconteça um milagre, e uma angolana chegue para si e diga: Oi, gostei da tua pausa, acho uma ideia sensacional a gente trocar alguns beijos naquele canto, que tal. É isso? Achas mesmo que isso tem chances de acontecer? Elas podem até gostar de ti logo à vista, mas chegarem até ti e meterem-te no peito... NUNCA! Não existe correnteza em água parada, e quanto mais parado você for, a dama terá um certo receio de seres alguém muito atrasado e não saberes lidar com a situação; só muito mosquito, "mambos" que incomodam é que vão ter contigo.

Eu creio veemente que vocês merecem "mazê" umas boas chapadas por se comportarem tão bem nas festas e tão mal na escola. Na escola bwé de boca, atitude, na cachimônia vento "tá" passar lá, no entanto, perante uma festa... Dão uma de que têm uma cinzenta a fugir para preta.

Me dizem só: Essa anormalidade "memo tá" sair da torneira, ou vocês andam a ir cartar nas Mabubas do Marçal?

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Já Na Primeira Classe

Mas já? Já?!

Um dos maiores paradoxos da vida humana é o facto do homem falar mais de "tundimba", dizer que gosta mais de "tundimba", quando na verdade a mulher é que se delicia e se maravilha com os feitos do "tundimbo".

O homem sonha e faz de tudo para tornar real o seu sonho de ter um harém; no entanto, ninguém gosta mais de "cacusso" do que as mulheres. Na realidade são elas que mais gostam de "tundimbar". Você pode até trancar a cara, e dizer que não, jamais. Nós homens podemos até duvidar. Mô irmão, só duvidas porque nunca ouviste no detalhe uma conversa entre mulheres, sendo mulheres, falando sobre sexo.

Ah, não, mas isso não tem nada a ver. Então vejamos, se o seu damo negar fogo por duas vezes consecutivas além da enorme desconfiança que essa atitude gerará, a insatisfação dela será das piores. Logo um grupo que nem gosta tanto assim? Quero só ver o que vocês fariam quando ele tiver o atrevimento de dizer que tudo que ele quer é só um aconchego. Qualquer mulher admiraria, assustaria; mas uma angolana iria esperar você dormir para vasculhar o telemóvel, desconfiar da sua índole até cheirar queimado. Mas no entanto, elas afirmam que sexo não é tão importante assim!

Um abraço é importante sim. Mas esteja sempre pronto para confrontos intensos. Na verdade, provoque sempre uma boa batalha porque mulher é tipo ovo. Tens que ter aquele cuidado de não a machucar, mas rapaz... Acredita... Na primeira chance, "num maya", nem vacile, atire no chão. Manda ver no assunto. Se não fizeres assim... Bem... Vai aparecer um tropa de elite que subirá com ela até o décimo andar e a vai atirar no chão com tanta força que a tua surpresa quando vires que ela ao bater no chão não vai nem riscar, será de morrer. Pior ainda quando a ouvires dizer: Mais, mais, quero mais, mas agora do trigésimo quinto andar.

É peremptório que como homem, você apareça, compareça, faça e satisfaça.
E como se não bastasse essa pressão toda por cima de nós, por prestamos um serviço no qual nos sentimos servidos mas somos os servidores, ainda nos vêm com um "já?"!

Vamos Lá Ser Sinceros!
Assim esse quer dizer o quê? Ah porque, já? Mas assim não tinhas mais nada para dizer?
Dizes logo... Já?... E com um tom enorme de admiração.

Cara leitora, deixe-me ser o primeiro homem a vos dizer abertamente que a primeira classe, ou o primeiro "round" não é vosso. Esqueça essa estória de querer se satisfazer com o primeiro round. Simplesmente esqueça. Porque se isso acontecer, ele é que não estará satisfeito. Peço mil desculpas por ser assim directo, mas nenhuma outra classe nos satisfaz e nos faz chegar às nuvens como a primeira. Nenhuma!
Fique com a segunda, terceira, ou com quantas quiseres, mas com a primeira não!
"Num" vem com os teus "hum" a essa hora. Deixem de ser egoístas.

Vocês sabem quanta "rijura" temos que fazer para aguentar uns bons minutinhos com a primeira? Vocês que "num" me brinquem "cô" vida. Depois de tanta ansiedade, estresse e sei lá mais o quê, ela quer no mínimo uns cinco minutos. "What?!"
Achas que tremura, tremura foi criada a partir de que situação?
O indivíduo tentava travar com toda a garra possível, mas não aguentou, as bases tremeram.

Todavia, mil vezes um "já?!" do que um "ih?!"
Tudo menos isso. É importante que mesmo que esteja presa em sua boca, você guarde. E nem penses em largar o teu "ih" só porque fomos à casa-de-banho, porque nós iremos ouvir. Deixem de querer que a criança comece a resolver os seus problemas de limites e derivadas na primeira classe. Haja calma!

Muita calma mesmo, porque se vocês soubessem o que se passa na nossa cabeça após terminar a primeira classe, e ainda assim, nos matriculamos para a segunda, vocês deixariam de falar mal sobre muita coisa. Todo homem na face da terra quando termina o primeiro round, ele não quer mais entrar em campo. Esteja a luta empatada, perdida, ou vencida. Mas ainda assim, nos levantamos para continuar a batalha por puro comprometimento, porque sabemos que não somos um em campo, mas sim dois e os mais sortudos, três. Mas há mulheres que com dor-de-cabeça, já "uelelê". "Muzumbu caté" que beija "Ngana Zambi"!

Agora, verdade seja dita, caros amigos, se "já" terminaste a primeira e levaste um "ih" na segunda, bem rápido tipo és o Flash... Se mata, a tua doença é terminal. Morra antes que todo o mundo fique a saber. Pois, ser nenhum igualará a crueldade de uma mulher. Não é à toa que diabo é homem.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Mercenários 2

Esse é o tipo de título que eu só dou quando vou falar de como atacar e abater uma pacaça. Esse termo só paira nesses ares, quando vamos falar de safári ou de caça furtiva.

Mas hoje, hoje um amigo obrigou-me a ser literal, e ir "memo" directo ao assunto! O filme Mercenários 2 não será pouca tripa, aquilo será muita estripa!
É que há muito que eu já ando mau com esses filmes de 80 minutos, onde 65 minutos dos quais só muita conversa da cara, muito parla-piê de "matuji" do focinho para explicar 15 minutos de pouca surra! Nesse não! Nesse "movie" "num" pode acontecer essa lenha, eles que "num" brinquem "cô" a vida. Nessa "mutucuria", os palhaços anti-pancada não meterão a mão! Não nesse! Nesse haverá muita "sanguína", muito tiro, muita pancadaria, e eu nem quero saber o que os críticos dizem: Violência nos filmes, é uma coisa maravilhosa.

Para já teremos:
Bruce Willis: "Wi" que apanha muita surra mas no fim do filme só fecha um pouco os olhos, dá um sorrisinho e de repente ele está com um aspecto de mecânico, a cara só fica suja de óleo de carro.

Dolph Lundgren: Se viste "Soldado Universal e Rocky IV" você lhe sabe! Gajo margoso, truculento... Pancada na hora!

Jet Li: Manda os desentendedores de filme de acção pastarem, eu quero ver você a correr 15 quilômetros no ar para dar um "granda" bico da "chulipa" do bandido e ver ele cair em câmera lenta com direito a 15 repetições de vários ângulos.

Jean-Claude Van Damme: Esse nunca fez nenhum filme sem cacusso, nunca mesmo! Ele não sabe o que é isso. E parece que ele vai voltar a voar para dar aquele pontapé que matou o Bolo Yeung, Tong Po, Fender, e tantos outros rei dos bandidos que não eram de se coçar!

Rambo e Comando! Aqui em Angola, eles são o Rambo e o Comando! Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger é lá! Lá! Lá na mãe! Aqui não há mais-velhos, não há "kandengues", todos lhes chamam assim! Já houveram muitas chapadas antigamente durante discussões acirradas entre quem é que ganharia se eles lutassem. Só de pensar... Ah "mametu uê", "Aka suku yanguê"!
É muita surra, é muito tiroteio. É que eu já começo a soluçar como uma boneca. Meus olhos começam a entrar em transe ao fechar para imaginar. Chamar de Rambo e Comando chega até a ser um tremendo abuso, aqui a gente chamava-os "memo" de "Uembô" e Comando da Geni!

Chuck Norris: Bem, reconhecido mundialmente como o "papoite", aqui, ele ainda é chamado por "Chuque Nori" ou senão "Chique Noris"! Agora como se fazem de modernos e que já "zuelam" inglês, ah porque "Tchaque"... "Num" me façam!

Agora... Vamozimbora Lá Ser Sinceros:

Eu não vou assistir esse filme no cinema. Ter que suportar aqueles pivetes que não conseguem se conter perante uma obra de arte cinematográfica. Eu irei para um sítio mais requintado, me desculpem, mas é para lá que eu irei. Assim que o filme sair, lá estarei eu a esticar para a praça da Chapada, no Marçal, onde quando putos assistíamos todos filmes quentes sentados num banco.

Dentro daquelas casotas, o primeiro fulano que abrisse o bico para falar do filme, apanhava uma boa "galheta"! Todo mundo em silêncio. Parecia estar a ver as ondas sonoras do hino nacional da República. Só era permitido gritar: UEMBÔ! VAN DAMME! ARTISTA! E essa tradição, até hoje é mantida. Gente moderna é outra coisa, tem classe e respeito. Não são esses borrachos que ao se dirigirem ao Bellas, nem sequer me deixarão ouvir a trilha sonora do filme. Bwé de berros desgovernados tentando impressionar miúdas de saia curta com mentes apertadas.

Esse é um filme para se ver naquelas "tepecos" próprias que realçavam o "hati-jô", "pis-pis-pis-pis", "wotchô" ou um bom "AYÁ"! Era incrível como é que eu saía daí a falar até japonês. Eu aprendi inglês por causa daquela lenha.
Éramos tão empenhados que contávamos o filme de uma ponta à outra, enquanto o outro "kamba" fazia todos os sons possíveis e imagináveis que rolaram durante o filme.
Aquela televisão da praça parecia conectar-se com a minha íris e fazia um "upload" do filme na minha memória, que até hoje eu não me esqueço. O dinheiro que eu desviei dos trocos da "jimboa" e do "calulu" para ir ver os filmes que aí passavam, fazem-me ver que a minha mãe sempre me amou, porque ela poderia ter partido a minha omoplata ou até mesmo abrir uma queixa-crime na polícia!

Eu não vou ir se borrar num sítio onde serei obrigado a comer pipocas extremamente salgadas com preços exorbitantes como se estivessem escondido pedras de diamantes lá dentro!
Prestem bem atenção, eu não estou a ir ver "Twilight", eu estou a ir ver um filme de verdade, uma cassete, algo que me fará querer chegar na cama e brincar de se "cafricar" com a dama. Têm noção de quantos filmes me remetem nesse modo?
Sempre que acordo, dou uma dos Lambas: "Tá víre", Mercenários! Vou "vêre" então!

É uma pena não poder ver as grelhas assassinas do Steven Seagal, ou ver a espetarem bwé de facas na chapa que o Bruce Lee sempre escondeu no "biquine", mas epá, se isso acontecesse... Deus sairia da sala dele de cinema e não deixava mais subir letra nenhuma. Acabaria tudo de uma vez!

Mas por agora... Que venha a matança!

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Um Grande Sacrifício

Os românticos tendem a viver a vida a espera do dia em que poderão provar toda a sua devoção, dedicação e amor através de um grande sacrifício. Um grande sacrifício, daqueles que coloca a sua vida em risco. Aquele que será tão arrebatador, que livros narrarão sua caminhada, hinos entoarão cânticos extasiantes de paixão e estátuas serão moldadas em formas rústicas para que as texturas possam expressar a consistência de uma ternura que nem o tempo apagará.

Em xadrez, aprendemos que um sacrifício é aquele em que oferecemos uma peça para evitar uma derrota imediata ou para iludir o adversário e assim podermos ganhar o jogo. Por exemplo, oferecer a rainha de forma a levar o adversário a derrubá-la e assim não ter meios de defesas, seja para um xeque-mate em seguida ou para derrubarmos uma torre e uma rainha. Sacrifício é ver seus pais deixarem de comer por ti, por saberem que tens capacidade de um dia vencer na vida.
Assim deveria ser um sacrifício. Entregar algo muito grande com o intuito e a certeza de conquistar algo maior. Fim de conversa.

Mas não! É incrível que para muita gente sacrifício é outra coisa.

Vamos Lá Ser Sinceros:

Ah porque: - Ele atropelou e acabou matando uma criança, era desencartado, mas o meu amor por ele era tanto, que acabei por assumir o crime dele. Após sair da cadeia, ele já tinha outra. Logo eu que me sacrifiquei tanto por ele...
Sinceramente... "Tão brincá cô vida"! Está aonde o sacrifício aí? Isso foi burrice, irresponsabilidade e "má" nada. Você não tem que assumir o erro alheio para provar o seu amor. E sempre que notares que a sua companheira, ou o seu companheiro recorre à métodos bastante negligentes, nem que seja para te safar... Fuja! Um dia ainda acordas numa banheira com as tripas fora a serem temperadas com bastante sal e alho. Ou com a cara toda inchada pronta a ligar para a OMA, porque o seu amor que tanto se sacrifica, resolveu sacrificar a tua "chipala".

Prestando agora bem atenção à maioria das músicas românticas, do fundo do meu coração, eles "num" estão a falar de sacrifício. Se o que você fez não resultou, não fez com que a pessoa amada ficasse do seu lado... Se desde o princípio não te deram chance, insististe em exagerar na dose de amor, mas nada... Isso é "memo" patetice, "chopechice", "choneísmo". Isso é fruto de muitos anos a chupar ranho. Isso é vontade pura de querer estender essa pessoa em um conjunto de textos amargos que serão acompanhados com um milhão de pessoas cantando em coro e refrão único, culpando alguém de te ter chacinado o coração, quando poderias rever a tua jogada e recuar algumas peças importantes.
Não vejo sacrifício nenhum em se atirar do terceiro andar para poder namorar, e após isso, achar que o parceiro pertence-o. Eu não sei se essa pessoa deixou de pensar na hora em que foi pular, ou na hora em que achou que assim teria o amor de alguém para sempre!

Eu sei sim que o amor é cego. Mas essa dica foi criada e espalhada por um outro sofredor pá! O amor sabe ver quando está a ser escorraçado, enxovalhado e esquartejado. Ele vê bem. Porém, se o teu não viu, a cegueira nunca fez de ninguém burro. Aliás, torna-nos mais sensíveis e perspicaz ao que nos rodeia. Sem dizer, que tudo não passa de uma tremenda descriminação!

Sacrifício é arte! É manipulação no seu esplendor com tons de arco-íris e pinceladas de Vincent van Gogh. É mestria! É dispensar uma farra rija, para estar com a amada e não dispensar a festa para que a amada tenha certeza que a amas!
Mas como esse mundo já acabou mesmo, estamos tipo no Matrix, sentados a vermos as letras a subir. Eu aceito! Digno-me a aceitar que suicídio agora é sacrifício.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Anúncio Público

Olá, caro leitor.
É com muita dor e consternação que a direcção desse blog anuncia que por motivos de força maior, teremos que fechar a boa onda do blog e voltar às épocas da falta de tabús.

Se bem que há muito que eu não ouço à rádio, segunda-feira à tarde decido ouvir qualquer coisa e é aí que ouço a seguinte lenha:
- Será que uma mulher que se entrega à um homem no primeiro encontro é bandida?
Começaram a chover mensagens e chamadas telefônicas torrenciais. Ah porque é "memo" bandida, ah porque essas "num" se dão o valor...

Eu só digo já uma cena: Uma chapada!

É que anda demais, meus caros. Os homens e as angolanas desse país estão cada vez melhor na arte de piorar.
Agora, por tudo e por nada... Apelidam as mulheres de bandida. E fazem-no à luz do dia. Parece que para demonstrar classe por essas bandas, você tem que ter um óptimo senso de "bandidarizar" alguém. Chamamo-nos bandidos uns aos outros como se fôssemos artistas, ou será que pelo facto de pouca gente ter provas palpáveis do que fazes em "kilande" dá-te o direito de padronizar os outros numa classe pejorativa?

Permitam-me dizer às vossas excelências que todo o homem que pensa que uma mulher não deve se entregar no primeiro dia para garantir a sua dignidade, não deve nunca ser julgado por machista, "buazeza" ou antiquado; mas sim como um homem que não pega ninguém.
Porque Vamos "memo" só já Lá Ser Sinceros! Um homem que está habituado a ter mulheres nos seus braços e não aos seus pés, não iria de forma alguma espalhar uma atrocidade que iria colocar em risco o fornecimento constante de estrogêneo à sua vida.
Uns até disseram: Eu só posso me envolver com a moça depois de conhecer a família dela, tenho que a conhecer bem. Eu digo: - Se eu encontrar esses gajos no paraíso, vou pedir transferência para o inferno. "Grandas" aldrabões!
Isso são ideias de "madiês" que estão a "travá" com a vida. Nem no binóculo ele chega perto de uma mulher porque a visão dele é muito curta e sejamos ainda mais sinceros: Binóculos andam caros!

Acontece que, há até muitas mulheres por aí que acreditam nessa teoria. Uma mulher tem que se entregar depois de três meses. Não, não, tem que ser depois de seis meses mas com muita "kunga" para ele aprender. Assim, estão a espera de quê para mudarem os nomes para Ariel ou Cinderela? Sinceramente, com esse pensamento, você só pode estar a vir da Disney!

Leia lá bem, oh minha santa inocente. Mas... Assim você que sempre foi péssima em matemática, qual foi a fórmula que recorreste para chegar à essa conclusão? Assim esse tempo que pretendes dar, para ele aparentemente dar mais valor, achas mesmo que vai mudar algo? Você acha que os homens não sabem desse truque? Um dia ou dez meses, não muda nada, o que deve mudar é essa mente imunda que habita na cabeça de muitos citadinos.

Supostamente, não é o trabalho que dignifica os homens? Como é que agora o tempo que você leva para sucumbir à um desejo ardente também é uma variável e que cá em Angola, deixem-me frisar se faz favor, conta mais do que qualquer outra coisa? Se estão tão preocupados com a salvação alheia, não entram então na igreja e evangelizem quem vos interessa porquê?

Se ainda não paraste para analisar, magnânima angolana, nem todos os relacionamentos começam com o intuito de ser duradouro. "Num" tranca só a cara, você sabe que é assim que a cena rola. Tu queres alguém, ele idem; porém empecilhos há que justifiquem a necessidade de haver apenas um "one-night stand". Sem ter ninguém a ir chorar, ah porque me vigarizaram. Deixem de encarar o mundo com a vossa lente de ilusão eclíptica óptica de contacto. Desliguem o vosso motor de utopias. Encarem a realidade. Enquanto vocês continuarem a pregar esse tipo de ideias, vocês continuarão a se auto-desvalorizar e plantar minas que vocês mesmas irão pisar.

Eu não entendo a vossa vontade (e falo também "pros chopechos") de querer beatificar e institucionalizar o sexo como um grande patrimônio sagrado.
Bem, na verdade, o sexo tem construído imensos patrimônios por essas bandas, mas se ele alguma vez teve esse valor todo que querem atribuir, se alguma vez esteve no mais alto pedestal... Quando eu nasci já não encontrei. Querem vir falar sobre antigamente. Mas você "memo" iria aguentar um homem com duas ou três famílias como outrora foi comum?

Preocupem-se "mazê" em estudar e terminar os "books" pá! Bandidagem é ver você se doutorar em primeiro ano, porque estás há 8 anos na mesma classe universitária. Porque até, quando és formada e estás sempre a trocar de namorado, as pessoas jamais te chamarão de bandida, mas sim por uma mulher que não suporta estupidez de homem nenhum, uma mulher que os homens não lhe aguentam.

Há de chegar o dia em que as mulheres e as angolanas irão perceber que a verdadeira emancipação passa pela liberdade absoluta sexual; onde paspalhices como ser apelidada de bandida, serão tão remotas quanto o tráfico de escravo na era moderna.

Está difícil, mas vocês vão dar conta que esse mundo já acabou. Há muito que só estão a subir já as letras!