sexta-feira, 15 de junho de 2012

Acordos de Bicesse

É com muito desagrado que afirmo que por mais que tenha tentado fugir desse assunto, ele sempre perseguiu-me. Fiz de tudo, mas não deu. Faz parte do meu quotidiano, faz parte da minha vida. Afinal de contas, da política ninguém foge! Precisamos debater mais, encontrar formas de entrar em acordo e assim podermos ter a bendita paz que todos almejamos.

O 4 de Abril chegou, mas parece que as coisas andam meio inalteradas. Por essa razão, tive que fazer algumas mudanças nos assuntos daqui do "Blog". E por mais que pareça impossível, a culpa dessa mudança de rumo deve-se simples e solenemente à vocês! Sim, vocês, mulheres! Mais uma vez, vocês voltaram a mudar a minha vida. Aproveito desde já para dizer que eu refuto-me a falar das angolanas devido ao mundo "externo-planetário" em que elas vivem, tornando impossível compará-las com as mulheres. Está mais do que explicado através das várias teses sócio-científicas apresentadas aqui que Deus fez o homem, a mulher e a angolana. Não necessariamente nessa ordem, pois sabemos que a Eva era angolana.

Pois então, porque razão iria eu me rebelar e começar a politicar de vez?
Simples! É que os homens podem ficar o dia todo a dar sopa, sem fazer nada, olhando para o tecto ou mesmo tirando "kibokolo" do nariz que a sua namorada não o incomodará. Nem um pouquinho. Te deixará quietinho. Entretanto, apartir do momento em que pegas no comando da TV para assistir uma série interessante, um jogo mega envolvente...
No mínimo, queres apenas 30 minutos ou aqueles 90 minutos do jogo só para ti, mas ela não deixa. Quando se trata dum jogo de futebol, é como se ela se recusasse a falar contigo nos intervalos. Ela vai se esconder a espera do momento que precises de paz. O que realmente me deixa entretido, apaixonado e confuso com essa habilidade feminina, é que ela só faz isso quando estás a curtir a cena. Se a suposta atracção televisiva estiver podre, ela vai te deixar. Se estiveres a assistir um Sassame do Kwanza-Sul contra Ferrovia de Benguela, Kambondo de Malanje - Dínamos do Sambizanga, jogos que desafiam todas as leis das posições e do movimento físico de tão lentos que são, onde um remate à baliza permite ao guarda-redes beber um copo de água antes de defender e levar 1 minuto só de salto em direcção à bola; a sua namorada nem vai te olhar. Mas se entra um jogaço, tipo "Zula" contra "Zuata", Os Nús contra Os de Meia... Que lá vem ela, gingando, rebolando, disputando a tua atenção com a TV. Ridículo! Aí, você já sabe, ela quer guerra, quer disputa, quer ver quem é quem.
Todavia, isso a gente já sabe. Isso é o pão nosso de cada dia, todo mundo sabe e fala disso. Isso já nem gera mais confusão.

O que mata qualquer homem, e dá vontade de acabar com o Savimbi que há dentro de qualquer mulher é no momento em que vocês estão na cama, após sérios confrontos entre as forças de libertação nacional e a frente nacionalista, onde muito suor e sangue rolou pelos lençóis, os olhos bem no fundo, sem garra alguma, estás com um sorriso no rosto, do tipo: Ela hoje me sentiu, fogo!
Queres apenas dormir e curtir o sabor da vitória, e de repente começas a ouvir um chiado, um "zum-zum-zum" a vir do fundo, como se estivessem a sintonizar um rádio; na verdade, ela estava mesmo sintonizando um rádio. Rádio 5 a bater naquela lenha, muito relato, você não se aguenta mais, levantas bandeiras da paz, chamas o Durão Barroso, queres assinar não sei quantos acordos com os "kwachas"... E nada! Ao invés dela respeitar o cessar-boca, ela entende que aquele é o grande momento para falar sobre o dia dela, a vida dela, a vida das amigas, segredos, planos, e sei lá mais o quê! Ai uê, "Ngana Zambi lelô", hoje vão matar o teu filho na cama do calvário. Você pausa tipo: "Esperinda", é "memo" agora que você quer falar isso? Você "num tá" a ver já os meus olhos como é que estão?
O pior não é ela falar, mas também pedir a sua intervenção; bem pior ainda, quer discutir a relação.

Vamos Lá Ser Sinceros! Isso é muito gozo e abuso de poder. Será que vocês (mulheres) pensam que a cama é a Jamba? Na cama é para ter paz e prazer. Eu não entendo. Antes de entrarem para as trincheiras, nunca têm nada para dizer. Após o homem já não ter mais forças nem para levantar um dedo... O Vasquinguri começa a entrar no corpo da sua parceira, e só ouves: "blobloblorarararararararra, blababalarararra"... GOOOOOOOOOOOOOOLOOOOOOOOOOOO! O homem acorda espantado e grita: É do Akwá!
Estrilho "guda" que se arranjaste! - Afinal "num" me ouviste, afinal "uououô"!
Alguém tem que morrer, esqueçam esse acordo de pássaros que não voam.

Epá, minhas irmãs, "num" é por "male", mas apostem mais no diazepam depois de tudo e nos deixem dormir em paz!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Mortal Kombat

Sem sombras de dúvidas foi o meu jogo predileto quando era "caçule", naquelas épocas em que mínima volta eu estava a segurar no comando e a varrer os meus "kambas" no jogo. Eu era "memo" estragado no "Mortal Kombat", jogava demais. Bastava ouvir "Round 1" e 10 segundos eram o suficiente para acabar com o adversário.

Todos os santos dias eu jogava. Prática, prática e mais prática. A violência daquele jogo era sensacional. Só me diziam, esse jogo vai te fazer ficar muito violento. É melhor parares, e sei lá mais o quê. Mas como sabem; as pessoas não sabiam o que falavam. Eu sempre fui uma criança dócil.
Porém, já dizia o grande ditado: O povo não mente, só fala à-toa. Eu continuei dócil, mas havia alguém que só acompanhava os meus jogos de longe, mas estava a assumir atitudes um tanto quanto agressivas.

E foi assim que num feio dia eu correndo para ir jogar, depois de ter "matabichado", escorrego, tropeço, bato na parede e espalho o prato e a chávena no chão. No primeiro soar cintilante da loiça batendo no chão, ouvi apenas: "FINISH HIM"! 4 Segundos depois... "Brutality". Alguém fez na vida real o que eu não conseguia fazer no jogo. Fiquei assim por 20 minutos tentando entender o que acontecera. Minha tontura que nunca foi racista, começou pelo preto, passou no branco e terminou num festival de cores. Apanhei uma surra perfeitamente executada, golpes desferidos em pontos vitais de tal forma que o meu corpo teve que parar e pensar antes de começar a sentir as dores. Eu tive que fazer gestão de toque, ou seja, duas mãos para tocar todas as partes do corpo. Não deu! Só consegui dizer duas palavras: Mamã uê!
Mesmo tonto, acertei! Era a minha mãe que havia me voado com um bico do peito puxando de primeira uma combinação de "ashi barai" terminado com "uchi mata" e o resto as minhas câmeras já não fizeram mais referência. Em meio em tanta dor eu só dizia: Minha mãe me batotou, esse código que ela usou, nem existe no jogo. Batoteira!

Mas Vamos Lá Ser Sinceros: Quanto é que custava o jogo de loiça naquela época? Darem-te cabo do cabedal por causa dum copo?! Mas será que naquela época, um copo custava 100 dólares? No top das coisas mais horrorosas que poderias fazer em casa, estava partir um prato, ou um copo. A minha mãe quando ouvisse algo a bater no chão, mandava um sonoro e agudo "uatchá"! Assim "memo" já "Bruça Lee" lhe subiu. Nem vou falar do meu pai, porque é feio hoje em dia dizer que um homem já rugiu com o seu nenê porque ele deixou cair o copo preferido.
Há quem até fugia de casa. Só porque partiu o copo. "Num" era "inda" porque deixou cair a panela cheia de feijão. Era mesmo só um copo, prato, ou chávena vazia. Nem imagino se tivesse vinho lá dentro. Entretanto, continuo sem saber os custos envolvidos. Não há quem não tenha sido sambado da cabeça aos pés por ter partido um prato. E se achas que nunca te aconteceu, lembras-te daquele dia em que não fizeste a cópia e te bateram tipo se atiraste no banheiro da casa-de-banho cheio de água? Yá, nesse dia, 1 minuto da porrada foi pela cópia os outros 59 minutos foram dos copos que andaste a partir e deixaram passar. Estava tudo a cair na tua poupança! Aproveito desde já dizer que agora você sabe porque razão nunca apanhaste tuberculose ou mesmo "jiba", não havia condições propícias para a doença se desenvolver por estarem sempre a pisotearem-te no peito.

Os tempos passaram, e o jogo retorna assumindo uma atitude mais moderna e moderada. Sem o famoso "brutality", sem os combos de 40 golpes. Espelhando perfeitamente os tempos modernos.
Tempos modernos para mim é ver o meu irmão partir um copo e a minha mãe lhe dizer: - Cuidado para não te aleijares, vá a cozinha e traga a pá e a vassoura!
Eu olho de lado, mancomunando com os meus neurônios: Esse "puto" vai apanhar tanto, eu nem vou lhe olhar para ele não vir aqui pedir ajuda. Vou ajeitar-me no cadeirão. Hoje terei o prazer de ver a minha mãe representar a sua ginga "bolachenta".
Tempo vai, tempo vem, tempo vai, tempo vem, o "ndengue" varre aquela lenha; e nada!...
É impressão minha ou alguém aqui "tá a brincá cô vida"? Cadê a bofa? Cadê aquele "acarque saburoso"? Isso é uma brincadeira de mau gosto. Olho para a velha e lhe atiro: "Cumê mamoite", "num" vai sair "a quarquere cuesa"? Até já afastei os cadeirões para salvaguardar o móvel. - Nem com isso! Ou a minha mãe está tipo o novo jogo, mais complacente com o adversário, ou o copo está a custar 1 kwanza. Porque se me deram, é porque era bom. Se era bom, também quero que partilhem com o meu irmão mais novo, porque até, eu não sou egoísta. Continuo dócil.

Me digam só porque razão estão a mudar o sistema educacional rupestre e tradicional! Porquê?! É por isso está tudo a ficar assim. Com pouca idade, esses miúdos já partem a loiça que é uma coisa doida!

Feliz Mês das Crianças!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Do Beijinho-Beijoca à Cintina

Pausado a pensar em todas as brincadeiras falhadas em que meti-me ao longo da minha infância. Lembro-me que quando mais puto, todos os meus amigos, mas todos "memo", até aquele que eu lhe olhava com desdém, faturavam no Beijinho-Beijoca. Todos! Havia sempre aquele amigo que eu olhava para a cara dele e dizia: Com essa "chipala", esse não vai à lado nenhum. Na verdade ele não ia a lado nenhum. Vinha sim, uma miudinha e lhe tacava um beijo da "bitoca". Eu ficava tipo - Xê, você "num" vê bem? - Mas é que eram todos, menos eu!
Eu até já andava com os dedos todos destrancados para ver se alguém me mandava ir beijar alguém, mas cedo descobri que as que aceitariam que eu as beijasse eram as que fizeram com que até hoje eu usasse óculos, meninas que o meu padrão de beleza estava um pouco acima daquilo que as suas lindas e fofas carinhas poderiam oferecer. Ok, também não era tão mau assim, nenhuma menininha vinha me beijar, então eu ficava aí tipo já só o experiente que não se borrava nesses mambos.
Se beijinho-beijoca eu já travava até cheirar queimado. Nem me perguntei se algum dia brinquei "papá e mamã"! Por favor, não façam isso. Não acho bom partilhar traumas com as outras pessoas.

Daí, saltei para o "futeco".
Se um dia alguém duvidar da minha nacionalidade, eu só lhe direi: "Mô" irmão, "num parla" só muito à-toa, vá buscar uma bola e atire no meu peito.
Desde miúdo que eu sou um prodígio do futebol angolano ("num" é por mal, mas hoje estou a me gabar mesmo), porém nunca descoberto. Era aí que eu dava o show. Eu era tão podre, mas tão podre a jogar bola, que há muito que eu deveria ser titular indiscutível da selecção angolana de futebol. E ainda sou, diga-se de passagem. Já cheguei a ler livros sobre como jogar futebol; para verem bem a gravidade das coisas. E mais uma vez, todos jogavam bem, menos eu.

Agora... Há algo que eu não sei se era brincadeira, ou se era outra lenha qualquer.
O nome? Ir à Cintina!
A cena consistia basicamente em ir cagar na baixa.
Cortamos a transmissão para um pequeno intervalo: Caro leitor, avizinham-se cenas muito fortes. Se você só cresceu na cidade, se você é sensível, se você é frescuroso. Está na hora de fechar a página desse blog e navegar para um outro sítio.

Voltamos à novela de hoje:
O "people" que cresceu nessas "bandulas" de Porto-Amboim, Sumbe, Lobito, Benguela, Lubango... Os frequentadores das valas do Kinaxixi e da Cidadela... Sabem bem do que falo. Nesse exacto momento eles estão a gritar: Ai! "Num" acredito!
Acredite meu irmão.

Nós, os "ndengues" daquela época, tínhamos todos um metabolismo muito acelerado e sincronizado. Logo após do almoço... Cintina "time". A casa-de-banho da casa dos meus avós, por exemplo, estava logo ali. Mas eu e os meus primos (e primas também) dizíamos que na casa-de-banho não "kuyava". Tinha que ser lá! na Cintina, lá na baixa, lá no cemitério "excretal", lá, onde todo o excreto faleceria.

Reuníamo-nos em grupo. Perca de 10 crianças no mínimo. Todos bem empapuçados por causa do pitéu que tinha mais funge do que carne. Era muito funge a se afogar no molho porque na mesa os "kotas" serviam primeiro e quando a panela chegava até aos "caçules", já lá estavas tu com um nó na garganta e vontade de chorar. Passavas a colher na panela e saía um destravado "iiiiiiiiiiih".
Mas lá a gente ia. Tínhamos um conhecimento exacerbado em aritmética. Todo mundo aí delineava o seu perímetro. Essa área é minha. Posição de ataque... E era "créu"!

Detalhe mais importante nisso tudo: Ninguém levava papel higiênico!
Era voltar a subir a montanha, bem nús da nossa vida e descer aquela cena com o rabo acoplado à terra. A gente dizia: Agora é só "escurrular"! E não saía nem uma feridinha. Ficava novinho tipo bunda de bebé.
Mas nem sempre a gente tinha vontade de subir obviamente. Então... Olhos de águia! "Mbora" lá procurar por uma pedra que não tenha sido violentada ainda. E com a pedra mesmo a gente limpava o "dispantintam"! Não havia rapaz, não havia rapariga. Era tudo na Cintina! E lá, nas nossas "carmosines", trocávamos várias ideias. Reclamávamos do tio que limpou toda panela ou do "catumbete" que não saiu bem.
Depois de apedrejar bem as traseiras, a gente se levantava e "qualê" lá lavar a mão?! Por isso é que eu disse. Fecha a página. Acabávamos a cena e íamos pegar numa fruta qualquer em que você mesmo é que subia na árvore para tirar.

Hoje em dia, já grandinhos, passam por mim moças que vi a se esfregarem no chão da Cintina para se soltar do "pelendoce" e que já nem cumprimentam. Ser adulto vos trouxe amnesia, só pode!
Eu passo, e olho, mas que tipo de fezes é que eu tinha na cabeça no lugar dos miolos que me faziam crer que ali era melhor que uma casa-de-banho?

Mas Vamos Lá Ser Sinceros... Isso "memo" era brincadeira?
FELIZ DIA DAS CRIANÇAS!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Nas Vias de Luanda

Ligo o meu carro, hoje não tenho pressa
Vou aquecer bem esse motor.
Meto alguns dedos na mudança
Estou pronto pra meter a primeira
Não adianta me empolgar porque a primeira não demora

Entra e sai já
Embraiagem de um segundo
Estamos prontos pra segunda
Vou com toda força, piso bem fundo
O trânsito hoje está bem fluído
Até parece que estou a escorregar

Oops! Estou muito vuzado para terceira
Esfregava demais o volante
Travo! Dou uma pausa, aqui está meio cheio
Respiro
Acelero novamente, pelos lados não dará,
Com muita calma, furarei mesmo pelo meio.

Está bem aberto... Oh yes!
Volto a meter a primeira, segunda e chegou a terceira
Meu carro nunca dá bandeira!
Estou me excedendo. Yep! Já está pedindo a quarta
O meu motor que é pequeno, hoje está a pedir mais caixa
É melhor ninguém interferir, estou quase a chegar na baixa.

Telefone está a chamar.
Eu digo: Alô?
-"Alô, estás a demorar muito, é melhor você vir já!"
-"Calma, estou quase a chegar", na quinta será de vez.
Uso toda mão, já imprimo mais força.
Subi com a primeira, desci com a segunda, 
Levantei a terceira, caí e deu a quarta.

Na quinta, já não sei mais o que está a cheirar dentro do meu carro.
Fumo? Calor? Não sei
Nada que eu penso está a servir
O cheiro dos pneus penetra pelas entranhas
E o resultado é meio bizarro.
Estou quase lá... "Oi, já estou a vir".

Dou a última esticada e a câmara do pneu estoira.
Bonito! Meu carro espatifou-se no asfalto
Foi um terrível roça-roça
Não controlei o volante... E agora?
E agora, como é que eu vou explicar que dei nas calmas naquele buraco?

Conduzir em Luanda não é nada fácil. Vamos Lá Ser Sinceros!!!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Sentimento Maior

Quando o assunto em questão paira sobre os sentimentos, a inquietável pergunta que atiça qualquer mente é: Qual dos sentimentos existentes é o maior?
Será o amor, o ódio, a inveja, a cobiça? Qual deles nos deixa mais conectados à outrem ao ponto de termos premonições quando algo estiver a acontecer? Qual?

Após muitas invenstigações, cheguei a conclusão que nesse mundo não existe sentimento maior ao que os polícias de trânsito de Luanda sentem pelos condutores automobilísticos. Minha "jimanas", "mô jimãos"; vocês sabem que os meus estudos não estão errados! É algo peculiar, meio que inexplicável.

Quando estás com todos os documentos em dia, ninguém te para. Podes meter uma cara de parvo, muito sério, descontraído, atento, podes até dançar kabetula sem pegar no volante. Eles não vão te parar nunca para averiguar a sua documentação. É como se pressentissem.
Mas esquece só qualquer lenha em casa. Deixa só numa pasta qualquer. Perde só um documento. Ah! Vais saber bem! Hás de sentir o luxo a entrar em sua vida. É que o "bongô" só não se atira já no asfalto por sorte, quando estás prestes a passar por ele. Porém atinge velocidades supersónicas, tais como a do Jet Li no filme "The One" só para te multar. Você vê ele a vir à distância, abrindo alas, os lábios murmurando a dor de te ver passar, a concordar com o Waldemar Bastos, és bom como o milho, enquanto se desprende dele um sonoro não, te seguindo como se fosses a salvação da vida dele, a manteigar o pão, sabendo que tu certamente vais dar aquela gasosa bem gelada. E quando ele te alcança...
Em certas ocasiões até, nem precisas esquecer nada em casa. Basta mesmo cismarem contigo, e já está. Ele começa:
- Faculte-me a sua carta de condução e os documentos da viatura.
E tu obedeces. O polícia constata que está tudo bem com os documentos; começa a inspecionar a viatura e não tem como, está tudo bem novamente. Aí, ele aproxima-se novamente de si, e dá um grande golpe: A sua pen-drive, começas a tremer, estás perdido, acho que te apanharam. Mas por qualquer "fesada", encontras uma pen-drive e entregas ao polícia. Que afronta! Ele concentra-te bem, e no coração dele diz: Já sei como te apanhar... E como um passo de mágica, ele grita: Queira ceder-me imediatamente o seu disco do Coréon Dú! "Game Over"! Hora de facultar a "paca".

Depois da árdua e complexa negociata, só uma dica cintila em sua cabeça: Como é que com tantos carros a passar ele só viu à mim? Esses "kotas" têm feitiço.
Tipo nada, mas ele te mete "memo" a cantar o "dibinguilê".

Parece brincadeira "nê"? Mas não é! É uma situação triste, porém, os nossos trânsitos são "ngapas"! Yá, são "grandas xiras". Eles amarram umas "mabangas" no peito e umas cordas na cintura, no pulso e no tornozelo. Sempre que um desencartado passar a frente deles, as cordas começam a apertar.
Existe uma certa hierárquia. Se o interpelado estiver rebentado (sem a "uata"), a corda do pé aperta; quer dizer um "kumbú" de leve, nada de mais. Quando estás com duas infracções e tens dinheiro, a corda da mão não só aperta, como também ajuda o polícia a apontar o infractor com precisão. E se o indíviduo está com muita massa mesmo, as mãos do senhor agente ficam super geladas, sangue "quas" que "num" passa lá mais e começa já a bater palmas automaticamente.

E assim eles conseguem distinguir quem deve ser o escolhido em cada operação stop. Agora... Quando entras na contramão, passas o vermelho ou tentas fugir à um agente motoqueiro! Ah mamamamamamamamamã! Lelô, aka suku yanguê! O polícia já "ua futuka", a encostar com uma cabeça bem grande tipo dólar!
As "mabangas" dos "políces" começam já a chacoalhar, eles ficam todos vascolejados, e... Aí sim, a corda que ele tem na cintura começa a apertar, quase que se dá o primeiro caso mundial de asfixia cintural. Para acabar com tudo, calha-te num fim‑de‑semana; assim que ele te agarrar, só não mete a mão dele no teu bolso por dádiva alguma do além; você não há de lhe dar apenas uma gasosa, mas sim a famosa fórmula secreta da Coca-Cola! Vais ter que largar o salário "memo" aí no terreno, senão; bem eu acho que vocês sabem bem o que acontece à quem é avarento nessa terra.

"Num" podemos estar só aqui a se mentir, Vamos Lá Ser Sinceros meus caros camaradas!
O pessoal tem o hábito de reclamar bwé, ah porque eu "memo", eu "memo", esses senhores são corruptos, só querem gasosas para comprar cervejas e outros parlapiês de "matuje". Verdade seja dita, se eles não fossem complacentes com a concessão de multas de baixo custo, até eu que mando muita boca, já não teria a minha carta de condução. Há muito que eu mereço perder o meu baralho.
O trânsito quando te para e detecta uma anomalia, o "talo" condutor anti-corrupção é que começa a fazer olhos de boneca ao agente. É homem como você que se afirma heterossexual, um homem para as mulheres que dizem que não se vendem, mas ainda assim o tentam seduzir. "Pra" quê? "Num" é já você o "mudador" de atitudes? Só quando a batata está fria, não é? "Pro causa proque" não pedes para te multarem bem? Ham? Não pedes para levarem-te até à esquadra de maneiras a limarem-te bem o teu cabedal, darem um jeitinho na tua "muchachala" com uns bons números astronómicos porquê? Criticas, mas quando as cordas apertam para o seu carro, preferes dar uma de "Kota" Ferve!

Deixemos de "tar aqui a brincá cô vida", vamos ser sinceros com a nossa realidade e amar os polícias do mesmo jeito que eles amam à nós.
E tenho dito!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

A Lei da Probabilidade

"Môs wis", a lei da probabilidade é uma tese que vocês certamente já devem ter experienciado em vossas vidas mas que por algum motivo, deixam passar em branco. Não as padronizam.

Ela, tal como a lei da recompensa que enuncia que quanto maior a região saariana de uma mulher, menor a região austral e que quem ganha beleza, perde inteligência; é muita das vezes desprezada. Temos a tendência de achar que não é verdade. Obviamente, excepções à regra existem, porém, as excepções são tratadas como casos raros. Razão pela qual todos os anatomistas de plantão queiram examinar as anomálias, causando assim muito "balumukenu" entre os concorrentes.

Mas o que é que essa lei enuncia?
A lei da probabilidade ordena que sempre que uma rapariga afirmar que tens uma relação íntima com uma mulher, por mais remota que pareçam as suas chances, então, deves actuar urgentemente e ponto final!
Essa é uma lei que vem com o intuito de acabar com as amargas dúvidas sobre ir ou não ir disparar balas rijas no peitoral de uma dama. E imaginem só a grande benção que essa lei divina traz às nossas vidas... Adivinhem... Ela funciona até com as angolanas. E é nesse momento, que quem, como eu, passa a vida a travar grita: Ámen, irmão! Ámen! Oh, shalabacana!
É um tremendo avanço naquilo que compõe o difícil manual de circulação em terrenos baldios e minados que constituem 90% do coração das angolanas. Graças à Deus, os outros 10% contêm apenas crateras.

Seja por curiosidade ou por um simples exame técnico para saber quem está no teu terreno, elas sabem distinguir quem são as potenciais candidatas ou rivais. Existe qualquer código secreto ou meio de rastreio que as permite saber à quem é que elas devem prestar mais atenção.
Por exemplo: A sua namorada nunca desconfia de uma dama que você jamais botou o olho. Mas basta só teres um pinguinho de ideia, mesmo que a olhares com os olhos fechados, lá está ela com o seu radar embutido detectando movimentos estranhos. Vai te fazer bwé de questões sobre a dita-cuja e te deixar em sérias dúvidas sobre as suas capacidades "camuflativas". Após isso... Poom! A investigada afinal está mesmo a te "morrer"; um gajo até grita: QUE MAGIA É ESSA? A cara "quas" que racha!

Digo e repito: Se uma mulher disser que você está a flertar com alguém, acredita... Você deveria estar flertando. Não perca tempo. Avança, pula nessa cena, "num" dá só uma de boa pessoa. Tens que dar uma de Rambo, eu sou o bom, mas quem mata aqui sou eu!

Eu sei que tem mulheres aqui a falarem: Ah, isso é relativo. As vezes é só um equívoco.
Ok, pode até ser, mas como é que vocês conseguem acertar mesmo quando estão equivocadas? Qual é o nome dessa "pegada"?

Por isso, Vamos sem querer Ser, mas já sendo, um pouco Sinceros.
Fique sempre atento, quando uma amiga dar uma que desconfia o que não está a acontecer, você não pode dormir, avança já com as papeladas para aquisição do material. Tente aproveitar o tempo perdido.

E por mais que me doa admitir, as damas nunca erram nesse aspecto! Fique atento! Elas são uns multímetros vivos!

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Tatuagem do Amor

No princípio era Adão, Eva e os sogros do Adão. Depois daquela grande borrada, só mesmo os sogros para segurarem o mano Adão com a Eva. Os tempos foram passando e os sogros decidiam e mantinham os seus genros.
Porém os pais da Eva não erão imortais, e para o mano Adão não "sapar", Eva teve que mandar vir reforços. Caim e Abel.
E assim começou a era da barriga de segurança.
Como nada dura para sempre, Adão, só queria já assumir os filhos. Trocando muita das vezes a Eva pela Minga.

Foi aí que Eva pensou:
Que homem é esse que não quer que uma mulher tatue o seu nome numa das partes do corpo? Que homem? Para qualquer homem, essa seria uma perfeita demonstração de fidelidade, porque "num" vamos estar só aqui a se mentir. Que se dane o amor, todos querem fidelidade. É como se ninguém mais fosse ter a possibilidade de plantar qualquer lenha que fosse naquele terreno. É seu e só seu. Não haverá obras embargadas, muito menos reservas fundiárias. E assim todos viveriam felizes para sempre!

Entretanto, dessa vez a Eva não precisou da cobra para se "payar".

Na vida real todo homem quer isso, nem que depois venha a se arrepender por ter permitido tal acto. No momento, no fundo "memo" do cérebro, no macôco do coração, ele quer.
Só que queremos duma forma surpreendente. Sem precisar falar. Duma forma arrebatadora, que leve com ele o fôlego e nos faça soluçar que nem bonecas. Porém... E é aqui que a realidade começa a portar-se mal. As coisas acontecem um pouco fora do seu "timing".

A maior parte das mulheres recorrem à esse método de pesca quando já se sentem inseguras. Para provar que não há razões do rapaz se afligir, elas tentam dar o xeque-mate, com uma jogada supostamente mais certeira do que a barriga de segurança. Só que se esquecem, que o comportamento não mudou por insegurança. Qualquer ser-humano inseguro corre atrás. Quem gosta de perder? Preferimos deixar perder.

Com essa jogada ela acha que ficará tudo bem. Bem, ele realmente fica eufórico. Começa já a imaginar os "kambas" a se baterem no chão, com um ar nebuloso de incredibilidade. Respeitando e reverenciando o camarada. Mesmo se ele fosse um cabo no grupo, subiria já para general. Afinal, tatuagem é tatuagem.

Agora, para quem ainda não foi presenteado com uma tatuagem, o que fazer?
Vamos Lá Ser Sinceros!

Se fizeres uma análise profunda como o nosso IRE (Instituto de Relacionamentos e Estatísticas). Hás de notar que o segredo da tatuagem está na "bofatada" e nos maus-tratos. Sim, sim, sim, sim! Está tipo brincadeira "nê"? Parece mentira? A verdade é "memo" assim, totalmente surreal.

Toda dama que tem o nome tatuado sofre grandes grelhas palmares na relação. Ao invés de ser elevada ou posta no pedestal, é promovida à saco de pancada.  Se lhe pisarem no peito então... Até o nome do tataravô ela colocará no pescoço.
Não sei agora se o "madiê" quer tirar a tatuagem com "suquetos" da cara da dama, mas é assim mesmo que acontece!
A maioria delas já nem merecem ser chamadas de angolanas. As angolanas são poderosas. Mas epá, com a facilidade de contacto que temos agora com o Dubai, é bem provável que algumas estejam a ser importadas.

Normalmente, as que costumam tatuar, já sabem que tem uma fulana no pé do fulano, ou que a "ex" quer voltar, ou que já não lhe dão tanta atenção, ou porque quer provar que aqueles que passaram na vida dela não chegarão aos pés dele.
Uma análise muita lógica, digna de uma grande jogada de xadrez. Se não fosse o facto de fazerem isso pelos homens errados. Que pelo que temos vistos... São muitos, senão mesmo todos. Ou será que a culpa é mesmo do dedo podre das nossas magnânimas? Será que escolhem os seus homens com o cotovelo?
Mas minha "wi", me diz "inda" se já estão a te pontapear, que tipo de minhoca é essa que fura as suas membranas neuronais e a faz tatuar? Depois, quando trocam de namorado, vão meter um monte de flores em cima do nome para disfarçar. Você até olha no pé dela e diz: Aqui tipo estão a jogar "bica-bidom", tem algo se escondendo nesse arbusto.

"Num" tranca só a cara tipo "tou" a mentir; para e pensa antes de abanar a cabeça: A sua amiga que tatuou o nome do seu mais-que-tudo, lhe tratam bem?
Você sabe a resposta. Ela deveria ser chamada de Criollitas de tanto lhe bolacharem.
Tem muito "omem" achando que só porque ela tatuou, nenhum tropa vai se atirar lá. "Môs" manos, deixa já vos avisar: O Rambo existe!

Pelo sim, pelo não, já sabes. Queres ver seu nome tatuado com todo o amor do mundo? Coloque tudo na palma da mão e desce na cara dela. A OMA não gosta, mas funciona! 
"Num brinca cô vida"!